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terça-feira, 15 de maio de 2012

A primeira pizza da CPI a gente nunca esquece

O dever da CPI do Cachoeira quanto ao engavetamento, é descobrir se falhou o Procurador-Geral da República ou se falhou o sistema. Se falhou o PGR seria menos grave, pois pessoas mudam, e as instituições ficam. Se falhou o sistema e a CPI não se der ao trabalho de corrigir, o sistema continuará falho, e novos Cachoeiras virão a ser engavetados, no futuro.

Os parlamentares da CPI decidiram pedir por escrito explicações ao Procurador-Geral da República (PGR) sobre o engavetamento da operação em 2009. Se as explicações são por escrito ou verbais, é o menos importante, desde que haja explicações aceitáveis, se houver, e providências, se não houver. Gurgel poderia ter dado suas explicações até em nota pública no site do Ministério Público Federal, desde que convincentes para o povo.

Se os parlamentares engolirem qualquer resposta que vier do PGR falando em autonomia para escolher a "estratégia de investigação", e mudar de assunto, a saída não será honrosa nem para o PGR, nem para os parlamentares.

A preocupação é que alguns demotucanos e até gente da base governista, pelos discursos, deu mostras de querer engavetar na CPI o engavetamento de Gurgel.

Antes mesmo da resposta do PGR já falaram em "foco não ser o procurador", em "não jogar a PF contra o PGR", e que o foco deve ser os bandidos, a Delta. Ora, alguém ainda precisa de CPI para saber que Cachoeira é Cachoeira? Alguém ainda precisa de CPI para saber que Demóstenes é Demóstenes? Alguém ainda precisa de CPI para saber que a Delta era corruptora?

O que a CPI tem que enxergar é o que ainda está nebuloso, tem que enxergar o todo, o sistema que a organização criminosa fazia parte, e não querer fazer o mesmo trabalho que a Polícia Federal já fez e que Ministério Público (ainda que com 2 ou 3 anos de atraso) está fazendo na frente.

A CPI tem olhar o ciclo do crime, por quem passava, quem era usado, ou se deixava usar. Havendo figurões ou imprensa neste ciclo, terão que ser investigados, senão o esquema continuará sob nova direção. Será só questão de tempo.

Se a organização criminosa conseguiu, na melhor das hipóteses, ludibriar o PGR, de forma a passar o ano eleitoral de 2010 sem ser incomodada com investigações da Polícia Federal e elegeu sua bancada de parlamentares, é óbvio que esse fato tem que ser foco da CPI. Se falhou o PGR é preciso resolver o que fazer. Se falhou o sistema, é preciso mudá-lo.

CPI não prende ninguém, só indicia, mas parlamentar que faz pizza acaba "indiciado" pelo eleitor. Ainda mais a primeira CPI onde a cobertura dos "insetos" das redes sociais está na frente e fora do controle da velha imprensa. Se fizerem, a primeira pizza a gente nunca esquecerá.

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