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terça-feira, 29 de maio de 2012

Gilmar Mendes desmentiu a Veja; apavorou-se com CPI; e não devia debater 'mensalão'




Depois de ver a entrevista de Gilmar Mendes na TV Globonews contando a "sua versão" do encontro com Lula, a história já mudou completamente de figura.

Na sua narrativa, ele simplesmente desmentiu a revista Veja, e mostrou-se inseguro com a CPI do Cachoeira.

A repórter pergunta: - Em algum momento [houve] a situação realmente de oferecer uma blindagem em relação às investigações que ocorrem no caso Carlinhos Cachoeira?

Gilmar desmente a Veja: - NÃO! A questão não se coloca dessa forma...

Com isso a versão de Jobim, a nota de Lula e até mesmo esta entrevista de Gilmar, confirmam que não houve proposta indecorosa nenhuma, e a revista Veja mentiu (ainda que Mendes tenha deixado a mentira correr solta durante o fim de semana, alimentando boatos).

Gilmar continuou contando sua versão na TV, mostrando que Lula conversava sobre a CPI como assunto político do momento, e do jeito que ele (Gilmar) falou, foi ele mesmo quem vestiu a carapuça e se meteu a dar explicações sobre seu relacionamento com Demóstenes e Cachoeira, por conta própria. Eis a transcrição da entrevista do ministro do STF:

- A rigor o presidente tocou várias vezes na questão da CPMI... no domínio que o governo tinha sobre a CPMI...e aí eu entendi... Eu depreendi, que ele estava inferindo que eu tinha a dever nessa matéria de CPMI, então eu disse a ele com toda franqueza: presidente, deixe eu lhe dizer uma coisa, parece que o senhor está com alguma informação confusa ou o senhor não está devidamente informado. Eu não tenho nenhum relação, a não ser relação de conhecimento, e trabalho funcional com o senador Demóstenes... E aí ele, um pouco ficou assustado, e disse: Mas não tem? E essa viagem de Berlim? Aí então eu esclareci essa viagem de Berlim, que era uma viagem que eu fizera, a partir de uma atividade acadêmica que eu tivera na Universidade de Granada, me encontrara com o senador em Praga, isso foi agendado previamente, ele tinha também uma viagem para Praga, então nos deslocamos até Berlim, onde mora a minha filha. Até brinquei, eu vou um pouco a Berlim, como o senhor vai a São Bernardo.

No Jornal Nacional, a versão sobre pedido para adiamento do mensalão, também é desmentida:

- Não houve nenhum pedido específico do presidente em relação ao mensalão. Manifestou um desejo, eu disse da dificuldade que o tribunal teria. Ele não pediu a mim diretamente. Disse: ‘O ideal era que isso não fosse julgado’. Então eu disse: ‘Não, vamos torcer para que haja um julgamento, e é tudo que o tribunal quer, e essa é a minha posição em matéria penal, é muito conhecida.”

Na Globonews ele fala algum detalhe a mais, onde Lula teria analisado consequências políticas e não jurídicas, de fazer o julgamento simultaneamente à campanha eleitoral.

Com isso, ainda que eu não confie muito na "memória" de Gilmar Mendes, o que haveria é o relato de uma opinião pessoal de Lula, sobre as consequências políticas de fazer o julgamento simultaneamente à campanha eleitoral. É um direito de Lula ter sua opinião e expressá-la, como de qualquer cidadão.

Se alguém achar que ter opinião é fazer "pressão", então os senadores e deputados da oposição, os barões da mídia, que todo dia cobram data do julgamento, também estão fazendo pressão, inclusive com mentiras, sobre prescrição de crimes que só ocorreria em 2015.

Se alguém errou ao entrar na conversa do "mensalão" foi Gilmar Mendes. Ele nem precisaria ter argumentado. Como magistrado que irá julgar a causa, deveria simplesmente dizer que sente-se impedido de discutir o assunto e deixar Lula e Jobim conversarem entre si sobre esse assunto.

Em outra entrevista, ao UOL, Gilmar afirma que foi ao encontro porque há algum tempo tentara visitar Lula e não conseguia.

Isso também desmente a Veja. Pois não foi Lula quem procurou Gilmar. A assessoria de Lula marcou o encontro, solicitado há muito tempo por Gilmar.

Se Lula estivesse empenhado em fazer lobby sobre o julgamento, não teria demorado tanto tempo para marcar o encontro.

Como se vê, Gilmar Mendes apavorou-se com seu nome citado na Operação Monte Carlo da Polícia Federal, e plantou fantasmas em uma conversa informal com Lula. Infelizmente, passou a espalhar boatos por aí, que chegou à versão difamatória da revista Veja.

E agora? Quem falou demais por aí, acusando Lula de ter "pressionado" para adiar o "mensalão" e oferecido "proteção" na CPI, vai, pelo menos, pedir desculpas?

13 Comentários:

Benjamin Eurico Malucelli disse...

Mas alguém ainda acredita na Veja?????

Fernando disse...

Eis a entrevista de Jobim ao jornal Zero Hora de Porto Alegre:

"Não houve conversa nenhuma", diz Nelson Jobim sobre suposta pressão

Ex-ministro foi anfitrião de encontro entre ex-presidente Lula e ministro Gilmar Mendes



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Fábio Schaffner
fabio.schaffner@zerohora.com.br

Anfitrião do encontro entre o ex-presidente Lula e o ministro Gilmar Mendes, o ex-ministro da Defesa Nelson Jobim negou a Zero Hora que em algum momento o petista tenha pedido o adiamento do julgamento do mensalão.

Segundo Jobim, a conversa entre eles durou cerca de uma hora, na manhã do dia 26 de abril, em seu escritório em Brasília. O ex-ministro foi enfático ao afirmar que o ex-presidente jamais fez qualquer proposta a Mendes envolvendo o mensalão e disse que negou à revista Veja que esse tenha sido o teor da conversa.

Jobim falou com ZH no domingo à tarde, por telefone, enquanto se dirigia ao aeroporto, no Rio, de onde regressaria a Brasília.

Zero Hora — Lula pediu ao ministro Gilmar Mendes o adiamento do julgamento do mensalão?
Nelson Jobim — Não. Não houve nenhuma conversa nesse sentido. Eu estava junto, foi no meu escritório, e não houve nenhum diálogo nesse sentido.

ZH — Sobre o que foi a conversa?
Jobim — Foi uma conversa institucional. Lula queria me visitar porque eu havia saído do governo e ele queria conversar comigo. Ele também tem muita consideração com o Gilmar, pelo desempenho dele no Supremo. Foi uma conversa institucional, não teve nada nesses termos que a Veja está se referindo.

ZH — Por quanto tempo vocês conversaram?
Jobim — Em torno de uma hora. Ele (Lula) foi ao meu escritório, que fica perto do aeroporto.

ZH — Em algum momento, Lula e Mendes ficaram a sós?
Jobim — Não, não, não. Foi na minha sala, no meu escritório. Gilmar chegou antes, depois chegou Lula. Aí, saiu Lula e Gilmar continuou. Ficamos discutindo sobre uma pesquisa que está sendo feita pelo Instituto de Direito Público, do Gilmar. Foi isso.

ZH — Depois que Lula saiu, o ministro fez algum comentário com o senhor sobre o teor da conversa?
Jobim — Não. Não disse nada. Só conversamos sobre a pesquisa, para marcar as datas de uma pesquisa sobre a Constituinte.

ZH — Lula pediu para o senhor marcar um encontro com Mendes?
Jobim — Sim. Ele queria me visitar há muito tempo. E aí pediu que eu chamasse o Gilmar, porque gostava muito dele e porque o ministro sempre o havia tratado muito bem. Queria agradecer a gentileza do Gilmar. Aí, virou essa celeuma toda.

ZH — Há quanto tempo o encontro estava marcado?
Jobim — Foi Clara Ant, secretária do Lula, quem marcou. Lula tinha me dito que queria me visitar há um tempo atrás. Um dia me liga a secretária, dizendo que ele iria a Brasília numa quarta-feira (25 de abril) e que, na quinta, queria me visitar e ao ministro Gilmar. Ele apareceu lá por volta das 9h30min, 10h. Foi isso.

ZH — Se não houve esse pedido de Lula ao ministro, como se criou toda essa história?
Jobim — Isso você tem de perguntar a ele (Gilmar), e não a mim.

ZH — O senhor acha que Mendes pode estar mentindo?
Jobim — Não. Não tenho nenhum juízo sobre o assunto. Estou fora disso. Estou te dizendo o que eu assisti.

ZH — Veja disse que o senhor não negou o teor da suposta conversa. Por que o senhor não negou antes?
Jobim — Como não neguei? Me ligaram e eu disse que não. Eu disse para a Veja que não houve conversa nenhuma.

ZERO HORA

Sergio de Sersank disse...

A VEJA não tem mais credibilidade. Continua a fazer fumaça para encobrir ou amenizar as suas vinculações com o crime organizado. Só mesmo os leitores medíocres, senão parcimoniosos, a defendem. Agora, cabe ao Ministro Gilmar Mendes esclarecer o fato e até se desculpar pelo mal entendido a que deu causa, porque Lula contesta as afirmações da Revista e o Sr. Nelson Jobim também a desmentiu. Uma vez que não se tem gravação nenhuma da conversa, naquele encontro, o episódio noticiado pela Veja não passa de boataria. Pura fofoca. Quem paga pelas consequências disso? Por estas e outras é que se faz urgentemente necessária a instituição do marco regulatório da imprensa (inclusive a escrita) no Brasil.

josé lopes disse...

Uma coisa é certa, o ministro Gilmar Mendes terá que se declarar impedido de julgar o processo do suposto mensalão. Depois desta, com este tipo de conduta, com certeza é voto certo contra os réus. Será um voto tendencioso.

josé lopes disse...

Uma coisa é certa, o ministro Gilmar Mendes terá que se declarar impedido de julgar o processo do suposto mensalão. Depois desta, com este tipo de conduta, com certeza é voto certo contra os réus. Será um voto tendencioso.

J. Carlos disse...

com toda sinceramente, só não ver quem não quer. Mas está na cara feito papeira. A quadrilha do Demos/Tucanos e o PIG conseguiram abafar a CPI da Privataria Tucana. Como não conseguiram abafar a CPMI do Cachoeira, estão usado o Mesalão como moeda de troca.

SERJÃO disse...

PARA QUEM É OPERADOR DO DIREITO, O MINISTRO RATIFICOU O QUE DISSE A VEJA. ESTAMOS APERTANDO, O MENSALÃO FOI UMA FARSA E PAPAI NOEL EXISTE DE FATO.

Anônimo disse...

A reação desse ministro do Supremo se parece com a piada do pum no elevador, em que o autor do feito se denuncia dizendo "alguém peidei, não sei quem fui"

Anônimo disse...

Qual credibilidade tem veja e gilmar para denunciar alguem? estão desviando o noticiário do envolvimento deles com cachoeira.

Cabral disse...

Acontece que Sites do PIG estão empurrando goela abaixo a interpretação que lhes é conveniente. O leitor que se apega a apenas um canal de informação está sendo manipulado.
Imprensa livre sim, mas essa agora de colocar a Manchete chamativa(contra PT, Lula e governo), textos tendenciosos, enxerto de notícias requentadas(como o suposto mensalão dentro da atual CPI do Carlos Cachoeira) e defender a liberdade de expressão, tá dando no saco.

Fábio disse...

Agora não tem jeito. Gilmar pulou fora da patranha urdida pela Veja e o CIVITA terá que ser chamado na CPI.

Anônimo disse...

Companheiros, acho que a revista Veja está tentando armar mais uma arapuca, só caí quem é desavisado.

Uma pergunta que não quer calar, porque o Companheiro Lula foi agendar uma reunião com o crápula do Sr. Gilmar e o nada confiavél Sr. Jobim.

Corre a boca solta em Uberlândia e CAmpina Verde, que um rapaz de nome Marcos Poltroniere, diz para todo mundo que é laranja do Sr. Gilmar Mendes e que até pouco tempo ele andava com uma mala cheia de dinheiro no carro. Esta mesma pessoa diz que tem um caso com um filho adotivo do Sr. Gilmar.

Informação dada, informação verificada.
s
Saudações.

Marly Rosa disse...

Plagiando o PIG: O outro lado da notícia.

Tentando entender porque o Ministro Gilmar Mendes nunca comentou com o também ministro Celso de Melo sobre o encontro de Lula ocorrido em 26 de abril de 2012 no escritório do ex-ministro Nelson Jobim. Passei a pensar junto com meus botões :

Um ministro do Supremo Tribunal Federal conhece muito bem as instituições republicanas e sabe sobre todo funcionamento que cerca o Estado Democrático de Direito.

Se o episódio no escritório de Nelson Jobim "ocorreu como revelou o Ministro Gilmar Mendes com exclusividade a revista Veja", fica claro que o comportamento do entrevistado foi eticamente censurável, politicamente atrevido e juridicamente ilegítimo.

Como ministro do STF, Gilmar Mendes sabe que poderia ter tomado providencias imediatas no dia 26 de Abril de 2012. Mas se nada fez, agiu como mencionado acima.

Apelando para um cenário mais caótico, Gilmar Mendes poderia até dar voz de prisão para o ex-presidente Lula se tal conversa tivesse ocorrido nos moldes revelados pela revista envolvida na CPI do Cachoeira.

Então, se o ministro do STF não teve qualquer ação sobre o caso, penso que esse comportamento seria passível de "impeachment" por configurar infração político-administrativa, em que Gilmar Mendes teria deixado um cidadão "comum", LULA, interferir com a justiça mesmo sendo ex-presidente.

leia mais: http://marlyrosa13.blogspot.com.br/2012/05/o-outro-lado-de-uma-noticia.html

@Marly_Rosa a mais Radical da família. Barraqueira e guerrilheira sim, terrorista nunca.

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