Candidatar-se a cargos eletivos significa não apenas a oportunidade de expor as propostas que colocará em prática caso seja realmente eleito. Faz parte do jogo ter paciência e disposição para aguentar as pancadas dos adversários, que buscam enaltecer as próprias virtudes e expor as falhas e idiossincracias dos concorrentes diretos. Na maior eleição municipal do país - São Paulo -, cada um dos seis pré-candidatos têm sua cruz para arrastar pelas ruas da metrópole.
O tucano José Serra precisa convencer de que está realmente disposto a concluir os quatro anos de mandato. O passado condena o candidato. Em 2004, elegeu-se prefeito de São Paulo, mas ficou apenas 15 meses no cargo. Abandonou a prefeitura para concorrer ao governo estadual. Novo mandato incompleto. Ficou três anos e três meses no Palácio dos Bandeirantes e tornou-se candidato do PSDB à Presidência da República. "Não há como ele não cumprir os quatro anos. São Paulo precisa disso", afirmou o deputado Luís Machado (PSDB-SP).
O tucano também enfrentará dificuldades com seu parceiro principal, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD). A rejeição de Kassab também é considerável e os paulistanos ficaram irritados com a recente crise de abastecimento de combustíveis, que elevou o preço da gasolina para R$ 5. Tucanos e kassabistas, no entanto, discordam que o prefeito paulistano será um estorvo para Serra.
(PSDB-SP). "Kassab tem R$ 7 bilhões prontos nos caixas da prefeitura exclusivamente para investimentos", lembrou o secretário-geral do PSD, Saulo Queiroz.--Leia-se, R$ 7 bilhões de dinheiro público para fazer campanha pólítica para Serra--
Principal adversário de Serra na disputa municipal, o petista Fernando Haddad ex-ministro da educação,que deve falar na campanha do ProUni, programa do governo federal que concede bolsas de estudo para que alunos carentes possam cursar universidades particulares.
Um dos coordenadores da pré-campanha de Fernando Haddad, o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) disse que, além do ProUni, Haddad tem outras coisas para mostrar, como a multiplicação das escolas técnicas federais.
Audiência baixa
O peemedebista Gabriel Chalita é muito conhecido no meio religioso e entre os professores paulistas pelo tempo em que exerceu o cargo de secretário de Educação de Geraldo Alckmin. Mas o grande veículo de comunicação que administra, a TV Canção Nova, é forte no interior mas tem traços de audiência na capital paulista. Além disso, ao contrário de Haddad e Serra, que têm máquinas administrativas pesadas para apoiá-los, Chalita não tem sequer um vereador paulistano para apresentá-lo ao eleitorado.
Os candidatos coadjuvantes também não terão vida fácil.
O vereador Netinho de Paula(PCdoB) já naufragou em duas campanhas - uma para o Senado e outra para a prefeitura - acusado de violência contra as mulheres.
Soninha Francine (PPS), amiga ítima do Serra,já admitiu em um passado recente que fumou maconha. Garante voto entre os progressistas, mas a maioria do eleitorado paulistano é conversador.
E Celso Russomano (PRB) aparecerá mais no vídeo apresentando reportagens de defesa dos direitos do consumidor do que no horário eleitoral gratuito, já que sua legenda tem um tempo de televisão exíguo por contar apenas com 10 deputados e um senador.
2 Comentários:
Chalita é conhecido dos professores, mas odiado pela maioria, pois foi quem introduziu, em SP, a meritocracia, cujo injusto bônus ninguém entende!!! Ainda mais, porque foi criado pra que os aposentados não tenham aumento!!!
Meu filho, o quê que a maconha tem a ver com isso? Paulista vota no Serra por que é careta e pronto.
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