Jucá perde liderança do governo no Senado

Reconhecido entre aliados e adversários como o eterno líder do Palácio do Planalto no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) sobreviveu a três governos de partidos e estilos diversos. Mas depois de conduzir a tropa parlamentar dos presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Lula e Dilma Rousseff, ao longo de 18 anos seguidos, sucumbiu. Não resistiu à votação do diretor da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que levou à derrota indicação da presidente para o cargo.

Quem assume a vaga é o senador Eduardo Braga (PMDB-AM), que disse que terá o "maior em prazer em contribuir" com a presidente Dilma se o seu nome for oficializado na liderança. Braga não quis confirmar o convite para substituir Jucá porque está disposto a falar publicamente sobre a troca somente depois que o Palácio do Planalto confirmar a sua indicação.

Em sua conta no Twitter, em mensagem postada por assessores, Jucá disse que "continua líder até o momento" porque também só vai se posicionar sobre a troca depois que o governo confirmar a informação.

"Até o momento, em função disso, o senador continua líder da presidente Dilma Rousseff", afirma o senador na rede social.

"RODÍZIO"

Em conversa com o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), Dilma teria afirmado que seu objetivo com a substituição de Jucá é faz promover um "rodízio" na liderança do governo - o que deve atingir também o líder do governo na Câmara, Candido Vacarezza (PT-SP). As informações foram confirmadas pela assessoria de Renan.

Na prática, a troca atende ao chamado grupo "dissidente" do PMDB, que reclamava da pouca articulação com o governo. O grupo foi responsável, ao lado de outros par-tidos aliados do governo, pela derrota da indicação de Bernardo Figueiredo na diretoria-geral da ANTT no plenário do Senado.