Irmão coloca Demóstenes em saia-justa ao dizer que não é engavetador

A Operação Monte Carlo da Polícia Federal, teve origem a pedido do promotor Bernardo Bloclin do Ministério Público Estadual de Goiás, em setembro de 2010.

No início do ano seguinte, Marconi Perillo (PSDB) assumiu o governo do Estado e nomeou Benedito Torres Neto como Procurador-Geral de Justiça (a chefia máxima do Ministério Público Estadual).

Mas quem será o Benedito? É também irmão do senador Demóstenes Torres (DEM/GO).

Benedito Torres tomou posse no dia 11 de março de 2011. Sete dias depois, o órgão que ele chefiava era afastado da investigação sobre Carlinhos Cachoeira, preso na Operação Monte Carlo como suposto chefe da quadrilha.

A combinação do irmão Demóstenes ser pego trocando intensos telefonemas com Cachoeira, em conjunto com o irmão Procurador-Geral retirando o órgão que comandava das investigações - uma semana após após assumir a chefia - provocou evidente mal-estar e levantou suspeitas na imprensa não alinhada com Demóstenes.

O fato levou Benedito Torres a convocar entrevista coletiva na quinta-feira (8) e emitir nota justificando o afastamento das investigações com um parecer da época indicando que a investigação saía da jurisdição estadual e passava para a federal, a partir da participação de um agente federal no esquema.

Agora, Benedito Torres corre atrás do prejuízo. Disse que abrirá processos contra agentes estaduais envolvidos em crimes a partir das provas obtidas na Operação Monte Carlo. Mas se havia crimes da jurisdição estadual, por que parou as investigações na época? Não era caso apenas de desmembramento?

Saia-justa

A nota afirmando que a investigação oficial sobre jogos ilegais de Carlinhos Cachoeira correm desde 2010, desconstruiu a defesa feita pelo senador do DEM, quando disse não saber destas atividades.

A não ser que os dois irmãos Torres, quando se falam, só conversam sobre receitas culinárias a serem cozidas na cozinha ganha de presente de casamento de Carlinhos Cachoeira.