José Serra diz a aliados que sonha com a Presidência do Brasil
Para os aliados, a declaração é uma sinalização de que Serra não está fora da disputa nacional. Na segunda-feira, 27, em entrevista ao Estadão, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso declarou que a disposição de Serra a se candidatar a prefeito o revitalizava e que não o tirava da corrida presidencial, ao lado do senador mineiro Aécio Neves (PSDB).
Uma disputa entre duas visões distintas de Brasil. Um revide tucano ao avanço da hegemonia de uma força política - o PT - cujas pretensões se voltaram para São Paulo, curral eleitoral do PSDB e onde está a maior parte de seu eleitorado cativo.
Se havia dúvidas de que disputa à sucessão da capital paulistana se converteria em um embate de projetos de país pretendidos por PT e PSDB, o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) tratou de definitivamente nacionalizar a disputa, ao entregar ontem carta ao diretório municipal do PSDB na qual oficializou sua disposição em participar do processo de prévias do partido, que definirá seu candidato à Prefeitura de São Paulo.
Construída em primeira pessoa e lida na íntegra no evento de entrega da mensagem ao partido, a carta de Serra enumera o que ele considerou feitos colhidos da disputa presidencial de 2010, na qual foi derrotado pela presidente Dilma Rousseff (PT).
No trecho mais explícito sobre sua visão estratégica da eleição paulistana, pontuou: "É aqui, neste ano, que se travará uma disputa importante para o futuro do município, do Estado e do país. Uma disputa entre duas visões distintas de Brasil."
O ex-governador não concedeu entrevista. Uma coletiva de imprensa foi marcada para hoje na sede do diretório estadual do PSDB. No pouco que disse informalmente, demonstrou cautela para não se colocar como candidato natural do partido, que tem outros dois pré-candidatos ao posto, o secretário estadual de Energia, José Aníbal, e o deputado federal Ricardo Tripoli. Os secretários estaduais Bruno Covas e Andrea Matarazzo, que desistiram em favor de Serra, estiveram na cerimônia de entrega da carta. Serra chegou uma hora e meia atrasado e culpou o trânsito da cidade, administrada pelo parceiro Kassab, pela demora para completar os aproximadamente 15 km do trajeto. "Levei uma hora e dez minutos da minha casa até aqui", desculpou-se.
Serra também colocou na mensagem uma referência velada à presidente Dilma Rousseff. "Não fujo à luta nem fujo às minhas responsabilidades", asseverou. Em abril de 2010, quando Dilma e Serra eram já adversários na corrida presidencial, a presidente afirmou em entrevista: "Não fujo à luta e nunca e não abandonei o barco".
A frase foi interpretada como uma referência a Serra, que fugiu do Brasil em 1965, quando o cerco da ditadura militar aos contrários ao regime se aprofundou. Serra se exilou no Chile. Dilma ficou no país, foi presa por quase três anos e torturada pelos militares.
Em meio a negociações com PSD e DEM, o presidente do diretório paulista do PSDB, deputado Pedro Tobias, defendeu uma chapa puro sangue para disputar a prefeitura.
2 Comentários:
SERRA NÃO É O MOTIVO DO MEU RISO. MAS É UM DOS MOTIVOS QUE TENHO PARA "GOZAR"...DO ELEITOR PAULISTANO.
As regras para fazer comentários são tão complicadas
que a gente sempre perde o que escreveu.
Desisto.
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