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domingo, 20 de novembro de 2011

Amor e ódio ao PT

O Partido dos Trabalhadores (PT) é a legenda mais amada e também a mais odiada pelos brasilienses. É o que revelou pesquisa divulgada pelo Instituto O&P Brasil na última semana. O total de 22% dos entrevistados afirmou que entre as atuais legendas, o PT é o que detém a maior simpatia ou preferência. Por outro lado, quando perguntados sobre por qual partido teriam a maior antipatia, 17% responderam o PT.

Para o cientista político Luiz Gonzaga Mota, o maior atrativo da legenda, o que poderia justificar o amor de milhares de pessoas, é a identidade bem definida, o que costuma ser raro entre os partidos.

"O PT, sem dúvida, é a grande novidade da política brasileira nos últimos 20 anos. Antes, não tínhamos partido que tivesse uma identidade ideológica bem definida. Então, nasceu como o PT, como o partido dos trabalhadores , explicou. "Tem um segmento do eleitorado que é muito fiel e que tem essa identidade com o partido, porque sabe que ele vai se manter na mesma posição. É o que faz o PT tenha essa simpatia", avaliou Mota.

IDENTIDADE

Por outro lado, segundo o especialista, é justamente a identidade que afasta as demais pessoas e faz com que ele se sobressaia na lista dos mais antipatizados. "Até por conta de representar um segmento identificado e uma posição política definida, tem bastante antipatia de quem não têm essa preferência política ideológica. O PT é um partido com uma fidelidade muito grande, mas por outro lado, é o partido com maior rejeição. É simples: ou você é PT ou você é contra o PT", constatou.

Fundado em fevereiro de 1980, o PT reúne cerca de 35 mil filiados em Brasília, sem contar com militantes e simpatizantes. No Brasil, o número salta para 1,5 milhão.

Para o cientista político Octaciano Nogueira, os números que indicam o PT como o mais apreciado e o menos admirado não representam uma dicotomia. "Aqueles que escolheram o PT, o fizeram por uma razão. Mas teve outras pessoas que deixaram de votar no partido, também por uma razão. Então, não me parece uma dicotomia", ponderou.

IDEALISMO

O especialista João Paulo Peixoto, por sua vez, lembrou que os dados refletem a imagem do governo. "Eu acho que está vinculado ao desempenho do governo. A população de Brasília veio de uma decepção muito grande por conta dos escândalos de corrupção no qual foi mergulhada. As pessoas achavam que tudo iria mudar, e isso não aconteceu. Acho que os números são um retrato da diferença entre o que se idealiza e a realidade", disse.

Cristiano Noronha, também cientista político, faz coro à tese do idealismo distante da realidade. "Tal -vez, a antipatia pode ser um reflexo da falta de apoio da população à gestão do PT em Brasília", disse.

Por outro lado, no que se refere ao bom desempenho da sigla, ele avaliou que há uma tendência nacional. "O PT, nacionalmente, é um dos partidos que gozam de maior credibilidade. Então, os dados locais guardam correlação do que existe no plano nacional", destacou.

O PT tem a maior bancada na Câmara dos Deputados, a segunda maior no Senado e a terceira posição em número de governadores, além da maior bancada nos legislativos estaduais. Na Câmara dos Deputados, dois deputados do partido representam o DF: Erika Kokay e Roberto Policarpo. Isso porque outros dois - Paulo Tadeu e Geraldo Magela - se licenciaram para ocupar cargos no Executivo local.

Na Câmara Legislativa, há cinco representantes: Chico Leite, Patrício, Rejane Pitanga, Chico Vigilante e Wasny de Roure. Eles compõem a maior bancada na Casa.

Divisão normal

O presidente regional do PT, deputado federal Roberto Policarpo, afirmou que o quadro político em Brasília está dividido entre aqueles que apoiam o PT e os que seguem o ex-governador Joaquim Roriz. E que, por isso, é possível o PT estar nos dois extremos.

"Sempre houve essa divisão no DF. Então, os que são "ro r i z i s t a s ", em geral, odeiam o PT. E tem também uma boa parte da população que trabalha com o PT", refletiu.

Para Policarpo, no entanto, os números devem mudar para melhor nas próximas pesquisas. "Va -mos mostrar que o governo (de Agnelo Queiroz) tem a prioridade de investir, olhando para todos os setores, principalmente para a área social. E, mais para a frente, a expectativa é de que as barreiras sejam quebradas e a divisão se atenue", disse.

De qualquer forma, para Policarpo, os dados demonstram que o PT "continua sendo o principal partido que detém a simpatia de Brasília e, também do Brasil".

A pesquisa ouviu 900 pessoas, entre os dias 4 e 7 de novembro, em todas as regiões administrativas do Distrito Federal. A margem de erro do levantamento é de 3,3 % e o intervalo de confiança é de 95%.

Legenda sempre no topo Em uma lista com 16 siglas, a preferência pelo PT variou entre as classes sociais, escolaridade e região, mas sempre se manteve no topo. Na faixa etária entre 16 e 24 anos, por exemplo, 23,6% das pessoas disseram preferir o PT. Contudo, o grau de escolha é maior entre aqueles com mais de 60 anos.

Nesta faixa etária, 32% afirmaram maior simpatia Entre aqueles com renda familiar de até um salário-mínimo, 22,5% gostam do PT. Mas entre os que ganham acima de 20 salários, só 14,7% preferiram a sigla.

Ao comparar no nível de escolaridade, a variação é menor. A preferência muda de 20,2% para aqueles com o 1º grau incompleto e de 17,1% para os que têm o superior completo. Entre as regiões, a preferência maior pelo PT é daqueles que moram em ex-assentamentos, como Samambaia, Recanto das Emas e Estrutural, com 20,9%.

Na região do Plano Piloto, 15,9% preferem o PT. Na pesquisa, outros 0,6% afirmaram gostar de todos os partidos por igual. A maioria, 46% afirmou não ter preferência por nenhuma sigla. Não souberam ou opinaram 5,3% dos entrevistados.

IDADE NÃO CONTA

Na outra ponta, entre os que afirmaram ter maior antipatia pelo PT, a faixa etária fez pouca diferença. Entre 16 e 24 anos, 18,6% disseram não gostar da legenda. Já entre aqueles com mais de 60 anos, 20% afirmaram ter antipatia pela sigla. Entre os que têm o 1º grau incompleto, 14% disseram não gostar do PT.

Já entre os que detêm Ensino Superior completo, o percentual de desafetos do partido é de 17,6%. Daqueles que ganham até um salário-mínimo, 16,7% relataram não gostar do PT e são acompanhados por 26,7% entre os que ganham acima de 20 salários.

No que se refere às regiões, a rejeição no Plano Piloto é maior (19,5%) do que nas cidades satélites (14,2%). Os moradores de antigos assentamentos (21,5%) também disseram não gostar do PT. As entrevistas foram divididas em GPP (Grande Plano Piloto), que engloba Asa Sul e Asa Norte, Lago Sul e Lago Norte, Guará, Sudoeste, Octogonal e Cruzeiro.

Outra área foi Tag e Cei (Taguatinga e Ceilândia), que compreendeu as duas cidades, além de Vicente Pires. Os pesquisadores também foram divididos na região SAT, que são as demais cidades satélites. Por fim, a pesquisa também compreendeu a região ASS (ex-assentamentos), como Paranoá, São Sebastião, Santa Maria, Riacho Fundo, Varjão, Samambaia e Recanto das Emas.A maioria dos entrevistados ouvidos pela O&P - 46% - afirmou não ter preferência por nenhuma sigla.

Os meus queridos leitores, concordam com essa pesquisa?

4 Comentários:

Mello disse...

Ódio ao PT... 90% dos brasileiros são trabalhadores e uma parcela não se considera como tal.

Vá ser colonizado...

Ana Cruzzeli disse...

Helena
Posso falar por experiencia propria. Na década de 90 quando faziamos campanha para o PT era uma guerra. A casa da minha mãe no Guará/DF foi quase incendiada por ter colocado a faixa do PT. Colocaram fogo na faixa de madrugada e ela se irradiou para a tinta e quase foi um desastre.
Depois disso minha mãe tomou mais cuidado e depois desse evento só nos muros fazemos campanha, afinal no máximo eles são pixados. A quadrilha do Roriz não é muito, mas muito perigosa.
Desde 2002 a população brasiliense começou a ficar mais civilizada e os brucutus do Roriz ficaram mais timidos. O ódio que a população começou a nutrir pelo FHC refletiu aqui em Brasilia também e pouco a pouco as pessoas começam a associar o Roriz ao FHC.
A população mais humilde ainda age como se tivesse uma divida para com o Roriz, afinal ele distribuiu lotes a torto e a direito, sem criar infraestrutura de água e esgoto. E quem morava ilegal e foi legalizado se acha em divida para com esse senhor.
Em 2006 e agora em 2010 percebemos que isso vem diminuindo e aqui o Lula é idolatrado como um semi-deus e aqueles que não gostam do PT, mas gostam do Lula já começam a ceder em favor da legenda.
As pessoas ainda estão avaliando a Dilminha, mas sua aprovação entre os mais humildes é de mais de 80%. Acho que a população vai endeusar a companheira Dilma quando perceberem o tamanho da crise que ela vem pegando e o grau de desenvolvimento que chegaremos e nesse dia a legenda estará firmada e a esquerda consolidada entre os mais desinformados.
Quanto ao PT/Brasilia, quanto ao Agnelo, só temos que matar, no sentido de neutralizar, algumas forças ocultas que insistem em querer governar no lugar do companheiro que tudo se ajeita.
Primeiro a Rede Grobo. Essa é golpista até dormindo e aqui em Brasilia não é nada, nada diferente. Só que derrubar a Rede golpe é das coisas mais fáceis do mundo, já os infiltrados é que é dose pra leão, são eles que alimentam a golpista global.
Só para você ter uma ideia Helena, como a coisa é tarefa dificil. Aqui em Brasilia já identificamos 3 infiltrados no SINPRO/DF. Como professora já estava de olho nesses 3 desde 2009 e a cada dia que passa se confirma a tese da infiltração.
No dia 17 passado houve a Assembleia de professores para definir os encaminhamentos em relação a ISONOMIA. Em 2010 os infiltrados chantagearam o Agnelo no sentido de assinar uma pauta de negociação para assim definir apoio. Eu já tinha levado em fevereiro e março para dois diretores que tal pauta já tinha sido derrubada em 2009, só que eles não levaram para o conhecimento dos professores essa questão ( OMITIRAM O DOCUMENTO) .No dia 20 de outubro eu enviei a assessoria do Agnelo que a CHANTAGEM teria fim, mandei também ao Dep. distrital Wasny de Roure( PT) todos os documentos mostrando a natureza do estavamos brigando.Também alertei a direção do SINPRO/DF que levaria essa questão para a assembleia. No dia 17 ultimo lá cheguei, me inscrevi para falar na plenária e os infiltrados armaram de forma a intenromper a falações meia-hora antes. A dep. Rejane (PT) que estava na Assembleia é testemunha da nossa indignação para com esses infiltrados. Conversamos com a deputada para que ela se afastasse desses traidores, pois ela desconhecia os fatos de 2009 e 2010 e como essas pessoas estão trabalhando para a direita, contra o Agnelo e contra a Dilminha.

P.S.Para os companheiros de esquerda do Brasil, vigiem todos os lados, o inimigo se esconde pelas faces mais gentis que se pode imaginar.

Papo Caseiro disse...

O Brasil mudou com o PT

Para quem acompanhava a política brasileira com serenidade e honestidade de propósito via com clareza que, após o surgimento do PT, começava a surgir um novo movimento político, onde o povo caminhava para se tornar sujeito do deu destino e do destino do país.

A forma definida para a criação e crescimento do PT, sua forma de organização, aberta a discussões, o funcionamento das instâncias, essa democracia interna, tudo isso indicava uma revolução na política brasileira.

Engraçado, é que as características do PT foram tantas vezes criticadas, zombadas até, era, e é, o ponto mais forte do PT. Acredito que diante das críticas da mídia, dos partido adversários, e da angústia de muitos em querer ver logo mudanças, levaram muitos a desistirem da luta ou aderirem ao outro lado, esquecendo que agindo da maneira que o PT agia era a maneira mais correta, pois estava ali construindo o alicerce sólido para quando alcançasse o poder pudesse verdadeiramente mudar este pais.

tenho a convicção que foi esse comportamento dos adversários do PT que, mesmo sem saber nem querer, contribuíram ainda mais, diminuindo o tempo para o PT chegar ao poder, pois agindo assim, os partidos não se prepararam para enfrentar o PT de hoje, não construíram alternativas, não renovaram lideranças. Restando hoje apenas um instrumento para combater o PT, a mídia.

Ma verdade, O PT nunca disputou eleições com estes partidos, mas com a mídia brasileira. Sobre o comportamento da mídia digo que, essa maneira grotesca de bater no PT só facilitou a tarefa do parido em se mostrar diferente dos partidos tradicionais, e isto só ajudou ao PT, pois cada vez mais conquistava as mentes e os corações daqueles que em toda história da humanidade são propulsores de mudanças na sociedade, os jovens.

Sem a mídia esta direita não estaria nem perambulando, já estaria soterrada.


http://papocaseiro.blogspot.com/

Paulo Gondim disse...

O PT foi a ideia do século XX. Se não existisse precisaria ser invetado!!!

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