O esquema de assalto aos cofres públicos instalados nas instituições políticas do Amapá desviou pelo menos R$ 1 bilhão nos últimos dez anos e continua funcionando nos dias de hoje. Os números e as conclusões são do inquérito final da Operação Mãos Limpas da Polícia Federal, desencadeada em setembro de 2010. As investigações, os documentos, vídeos, fotos e escutas foram analisados por policiais e peritos ao longo deste ano e mandados ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
As mais de duas toneladas de material apreendidas mostram irregularidades grosseiras, com indícios de crimes que revelam um ambiente de impunidade, onde políticos, autoridades e empresários não pareciam se importar em deixar rastros.
São desde saques milionários e mensais de verba pública tirados na boca do caixa a até superfaturamentos em todos os contratos analisados do governo estadual e da Prefeitura de Macapá.
Suspeitos do assassinato de um policial federal e de pedofilia também apareceram na investigação. Em maio deste ano, foram cumpridos seis mandados de prisão preventiva, três de prisão temporária e dez de busca e apreensão, em órgãos, em empresas e nas casas de servidores públicos. De acordo com o inquérito da PF, a inteligência do esquema consistiu principalmente em envolver integrantes de todas as instituições amapaenses, distribuindo cargos e dinheiro do Orçamento estadual.
A base dos recursos do Amapá - R$ 7 em cada R$ 10 - vem de repasses federais.
REDE DE ENVOLVIDOS
Foram encontrados documentos que apontam envolvimento de integrantes do Tribunal de Justiça do Amapá, da Procuradoria-Geral do Estado, do Ministério Público, passando pelos deputados da Assembleia Legislativa, funcionários de todos os escalões dos Executivos estadual e municipal, incluindo governador e prefeito, sem falar em uma ampla rede de jornalistas.
"Sempre houve no Amapá a chamada harmonia entre os Poderes.
Instituições encarregadas de se fiscalizar atuam em parceria e ninguém fiscaliza ninguém", diz o funcionário público Ednaldo Batista, organizador do Movimento Mãos Limpas.
No decorrer das investigações, foram apurados quatro focos principais de desvios. No Tribunal de Contas do Estado (TCE), órgão encarregado do controle e da fiscalização dos gastos do Legislativo e do Executivo, os desmandos levaram a desfalques de mais de R$ 300 milhões, segundo o inquérito da PF.
Entre janeiro de 2005 a junho de 2010, foram feitos sete mil saques em cheques que somaram R$ 190 milhões, distribuídos sem que houvesse a prestação de contas exigidas em lei.
O destino do dinheiro ainda é objeto de investigação dos federais.
Com o TCE se eximindo das suas tarefas, deputados da Assembleia e funcionários do governo estadual e da Prefeitura de Macapá puderam agir sem freios. O inquérito calcula que o total de desvios entre os deputados estaduais chegou a R$ 300 milhões. Parlamentares abusaram do uso de verbas indenizatórias, de gastos com passagens e diárias, justificadas por meio de prestação de contas irregulares.
LAVAGEM DE DINHEIRO
Mais de R$ 400 milhões foram desviados em contratos supostamente fraudulentos feitos pelo Estado e pela prefeitura. Segundo a PF, uma empresa de ônibus municipal, a Marco Zero, foi criada para lavar dinheiro dos desvios. Em um dos contratos irregulares investigados foram desviados perto de R$ 70 milhões em seis anos.
SAIBA +
As irregularidades afetaram compras de remédios, consertos de equipamentos hospitalares, verbas para programas sociais, reformas em escolas, aluguel de veículos e compra de combustível.
As consequências são vistas por todo o Estado, repleto de esqueletos de obras como o do Hospital Metropolitano, em Macapá, obra parada pela Justiça desde 2004.
8 Comentários:
prisão perpetua fuzilamento mas infelizmente não vai ocorrer nada é um vergonha o PT faz muito pouco não buscou criar leis mais rígidas.
Amapá...Amapá...não é aquele estado que tem o imortal José Sarney como senador de aluguel? são verbas federais que estão sendo desviadas? será que para uma família residente no Maranhão?
Como não será publica comentário anônimo, o primeiro, aí em cima o É!!!!
O Amapá começou a desviar dinheiro depois que Sarney se elegeu Senador por aquele estado, vamos buscar saber aonde está esse dinheiro roubado do povo, com certeza está nas contas do clã no Brasil ou em paraisos fiscais. Ele com as suas práticas de roubo destruiu o MA e agora o Amapá, ele é o representante-mor do PMDB, o maior partido de aluguel do país.
Mais uma vez gostaria que destacassem matéria da mesma Revista Isto é da Semana Passada: O Governador grileiro, referente ao governador Siqueira Campos do PSDB do TO. Pedro Lucas
Anônimo, o partido politico sozinho não faz leis, essa função é do Congresso Nacional. O PT até faz propostas de mudanças que permitam punir os corruptos, mas a maioria dos congressistas impede qualquer reforma. Numa coisa você tem razão: Não vai dar em nada, os tribunais superiores vão anular as provas e impedir a punição dos corruptos.
Criado a 23 anos por "intuição" dos políticos de plantão, o Estado do Amapá pode servir de exemplo aos paraenses, sobre a dividisão sem critério do Pará em 03 novos estados.O Amapá é hoje, um dos estados mais miseráveis da federação por conta da corrupção e dos corruptores que se instalaram ali a partir de então. Agora, os mesmos intuitivos, veem novas oportunidades no Pará de criar novos polos de miséria e de miseráves na região, instados por politicos corruptos e empresários corruptores do sul, sudeste e centro-oeste.
...Idem o esqueleto do aeroporto internacionalde Macapá a anos parado por embargo por razões de superfaturamento da obra. O atual aeropoto de Macapá é uma vergonha, é um desrespeito ao povo daquela cidade e aos que ali vão a passeio ou a serviço. A sacanagem dos políticos com aquele estado não tem paralelo em lugar nenhum!..Com a palavras o senador Sarney e um tal senador Papaleo Paes do Amapá, médico cardilogista de profissão que não fez um só projeto de melhoria da saúde naquele pobre estado durante 08 anos de senado!...
Postar um comentário
Meus queridos e minhas queridas leitoras
Não publicamos comentários anônimos
Obrigada pela colaboração