A Lei de Meios (ou "Ley dos Médios" como dizem "los hermanos" argentinos), faz dois anos na Argentina, e Cristina Kirchner se reelegeu com vitória acachapante, fez maioria nas Câmara dos Deputados e Senado, e elegeu 80% dos governadores.
Qual a contribuição da Lei de Meios nesta vitória? Ainda são poucos os efeitos já produzidos pela lei. A própria "desmonopolização" não foi implantada, porque os barões da mídia de lá recorreram ao Judiciário, e a pendenga está na justiça. O grupo Clarin ainda continua sendo o equivalente à TV Globo de lá, e continuou fazendo forte oposição ao governo de Cristina. Mas lá, como cá, já não formam opinião como antigamente.
Confira esta entrevista à TeleSur, em agosto deste ano, deste diretor do Página 12 (jornal progressista argentino):
A vitória de Cristina é melhor explicada pela surrada frase daquele marqueteiro de Bill Clinton: "É a economia, estúpido!". E seria acachapante, com ou sem Lei de Meios.
Nem por isso a Lei deve ser desmerecida. Estão em licitação a abertura de 220 canais de TV digitais, na Argentina, o que dará maior pluralidade.
Talvez o debate travado para aprovar a Lei no Congresso tenha sido mais importante, até agora, do que os efeitos da lei em si. O debate expôs o corporativismo, a corrupção, episódios tenebrosos dos barões da mídia na época da ditadura, os privilégios da imprensa corporativa, enfim, acabou por mostrar que as TVs comerciais vindas da ditadura são o que são: empresas com interesses financeiros acima do interesse público, e conspiram politicamente para influir no poder e na opinião pública.
Maior apelo popular teve o programa "Futebol para Todos". O governo simplesmente estatizou as transmissões de futebol, pagando 600 milhões de pesos pelos direitos de transmissão aos clubes, em acordo com a AFA (o equivalente à CBF da Argentina), e passou a transmitir todos os jogos em canal aberto, via TV Pública (antes, o grupo Clarín pagava 268 milhões e restringia muitas transmissões de partidas importantes ao sistema "pay-per-view").
1 Comentários:
Por nosso Congresso não convida deputados e senadores argentinos para debater essa lei aqui no nosso congresso?
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