Pela lógica do CONAR, quem mandou não falar vestida só de calcinha da HOPE... |
O CONAR (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) recomendou a continuidade do comercial de lingerie, colocando a modelo Gisele Bündchen fazendo o papel de uma "loira-burra".
A decisão foi contra pelo menos 11 pedidos de suspensão vindos da sociedade e outro pedido vindo da SPM (Secretaria Especial das Mulheres), também acionada pela sociedade através da ouvidoria.
Independente de discordar da decisão dos conselheiros do mercado publicitário que compõe o CONAR, onde foi parar a "censura" que tando disseram por aí?
A SPM, atendendo queixas em sua ouvidoria, entendeu que o comercial era impertinente e anti-ético para a dignidade das mulheres. Reclamou ao órgão privado que existe para atender estas reclamações. O órgão aceitou a queixa, julgou e decidiu contra.
Onde entra o conceito de "censura do estado", que tanto disseram, mas nunca existiu neste caso? Existisse censura, e o CONAR simplesmente seria obrigado a acatar como acontecia na época da ditadura.
Isso só prova o quanto a discussão foi deturpada pela imprensa que atacou a ministra Iriny Lopes.
Em vez de discutir POLITICAMENTE a causa e a ética do comercial: se fere ou não a dignidade da mulher, deturparam até o direito da SPM se manifestar contra, e ainda por cima quiseram transformar a questão em um ridículo "concurso de beleza" entre uma top-model e a ministra.
A questão não é censura, é política.
Quanto à decisão, a justificativa dos conselheiros do CONAR foi:
"os estereótipos presentes na campanha são comuns à sociedade e facilmente identificados por ela, não desmerecendo a condição feminina".
Reconhece os estereótipos no comercial como "comuns à sociedade", como se isso não fosse um agravante para combatê-los.
Fica claro que o mercado publicitário se lixa para os valores éticos que a sociedade quer desenvolver, se julgar que os estereótipos "comuns" são "bons para vender".
Por essa lógica, pelo fato de ainda haver muita violência doméstica contra mulheres (ser "comum"), propagandas de cosméticos com esse tipo de "humor", poderiam colocar mulheres sorridentes com os olhos roxos, dizendo terem a solução para disfarçar os hematomas dos tapas do "amor" (como diz a Giselle Bundchen no comercial da Hope).
Fica claro que o mercado publicitário toma a decisão POLÍTICA contra o ativismo feminino.
E o ativismo feminimo deve repudiar em dobro, inclusive contra-atacando com campanhas de boicote ao fabricante, cuja marca é HOPE.
3 Comentários:
Vamos vê como essa turma do CONAR e propaganda da Hope irão reagir quando alguma mulher da família deles sofrer agressão de algum idiota boiola no armário.
Paz e bem!
CONAR:
As raposas controlando o glinheiro.
Essa moça, Gisele e tudo o que ela vende é absolutamente inútil.
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