Aumento aprovado no mês passado pela Câmara de S. José garantiu ao tucano um dos maiores subsídios do país, à frente até do governador Geraldo Alckmin; para a oposição, novo vencimento ‘foge da realidade’
Com o aumento salarial aprovado no mês passado pela Câmara de São José dos Campos, o prefeito Eduardo Cury (PSDB) passou a ganhar mais que os governantes de 22 capitais do país.
Atualmente, o subsídio do tucano --que governa um município com 636.876 habitantes, segundo o IBGE-- está fixado em R$ 19.395,24 por mês.
O valor é superior, por exemplo, aos vencimentos do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), que recebe R$ 13.299 para administrar uma cidade com 6,3 milhões de moradores.
Cury também recebe mais do que os prefeitos de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), e Salvador, João Henrique Carneiro (PP), municípios com população superior a 2 milhões de habitantes. A capital de Minas paga R$ 19.080 ao chefe do Executivo, enquanto em Salvador o salário do prefeito é de R$ 10.400.
Entre as capitais do país, só superam Cury os prefeitos de Curitiba, São Luís, Maceió e São Paulo (veja quadro).
Se disposta num ranking dos maiores salários pagos a prefeitos junto com as 26 capitais brasileiras, São José apareceria como quinta colocada.
Os vencimentos de Cury também superam os do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que recebe de R$ 18,7 mil mensais --valor pouco maior do que o último salário de Cury antes do reajuste, R$ 18,4 mil.
O salário do prefeito de São José, equivalente a 35,5 salários mínimos, representa também 72,5% dos vencimentos da presidente da República, Dilma Rousseff (PT), que neste ano passou a ser R$ 26,7 mil.
Avaliação. O valor recebido por Cury em São José “foge da realidade”, numa avaliação dos vereadores do PT.
“Não tem lógica nenhuma essa situação. No mínimo, o salário dele \[Cury\] deveria ser menor do que o do governador”, afirmou o vereador Wagner Balieiro (PT).
“Inclusive votamos contra o último reajuste do Cury, por entendermos que ele está fora da realidade se comparado com outras cidades do mesmo porte”, completou.
Para o sociólogo Alacir Arruda, o fato do município de São José ter um poder aquisitivo alto não justifica os vencimentos do prefeito.
“Proporcionalmente, tem que se levar em conta o quanto prefeitos de capitais com mais de 1 milhão de habitantes recebem”, afirmou Arruda.
“Não faz sentido o prefeito de uma capital desse porte receber cerca de R$ 13 mil, R$ 14 mil por mês, e um prefeito do interior ganhar mais do que isso”, acrescentou.
O sociólogo entende que, em situações como essa, deve prevalecer sempre o bom senso. “O salário pago a um prefeito de uma cidade do interior tem que se equiparar com outras cidades do interior, não com capitais”, disse.
“Eles \[prefeitos\] se esquecem que muitas pessoas, mesmo em cidades com poder aquisitivo maior, recebem sobrevivem com apenas um salário mínimo.”Nenhum representante da Prefeitura de São José comentou os números ontem.Fonte: O vale
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