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quarta-feira, 17 de agosto de 2011

PF faz megaoperação. Bandidos sem fotos, sem algemas e sem nomes dessa vez

Ilha de 20 mil metros quadrados nas proximidades de Salvador foi confiscada pela PF

A operação Alquimia, deflagrada nesta quarta-feira pela Polícia Federal, confiscou uma ilha de 20 mil metros quadrados nas proximidades de Salvador que pertenceria ao chefe do esquema fraudulento. No local foram apreendidos carros de luxo e barcos.Só não sabemos os nomes dos chefes, os nomes das empresas, e muito menos dos 18 presos e mais 42 detidos. Sem  fotos e provavelmente, sem algemas. Ah sim leitor, pelo menos a foto da ilha confiscada, nós temos

Segundo o último balanço, a Polícia Federal prendeu 18 pessoas e deteve 42 para prestar depoimento, mas nenhum nome foi divulgado até agora. A maior parte das empresas é do setor químico.

A operação investiga crimes de evasão de divisas, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e formação de quadrilha cometidos por empresas em 17 Estados brasileiros e no Distrito Federal. Segundo os investigadores, as medidas judiciais decretadas poderão reaver ao patrimônio da União R$ 1 bilhão sonegados.


A Justiça decretou 31 mandados de prisão temporária, 129 de busca e apreensão, 163 de condução coercitiva e 195 sequestros de bens contra pessoas jurídicas e 62 de pessoas físicas.

Os principais alvos da operação estão em Minas Gerais, Bahia e São Paulo. Os outros Estados envolvidos são Alagoas, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe, Amazonas, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Piauí e Distrito Federal.

Cerca de 500 policiais e delegados da Polícia Federal participam da operação, além de 90 auditores fiscais da Receita Federal.

3 Comentários:

MauMauquirino disse...

Não quero ver ninguém com algemas,nem fotos descamisados,mas saber os nomes das pessoas,as empresas,é um direito nosso.

vinicius disse...

Diga para a Dilma ser firme.
Não perder a ternura,
manter o sorriso lindo e a esperança estampada no rosto.
Diga tb que ela está cada dia mais bonita.
Ela é Dilmais.
Ah, diga ao Lula que ele foi Dilmais ao escolher a Dilma para sucedê-lo.
Depois irei sugerir que a Dilma pegue pesado com o PT também... Mas esse é outro assunto.

Ana Cruzzeli disse...

Essa matéria da carta maior é lapidar para esse caso...

¨
OS ALQUIMISTAS DA ÉTICA

Mais de R$ 1 bi sonegados à receita por uma rede de 300 empresas da área química desdobraram-se em saldos em paraísos fiscais, iates, ilhas paradisíacas e mansões. A transmutação do que seria fundo público em lucro privado foi interrompida pela operação 'Alquimia', da PF. Na mesma 4º feira caía o quarto ministro do governo Dilma, acusado de corrupção. O duplo episódio suscita considerações. A primeira diz respeito à extensão do golpe desvelado pela PF. Trata-se de predação superlativa comparativamente ao abominável varejo político do afano feito de porcentagens, nepotismo e caronas em jatinhos. A outra remete à alquimia ética da mídia. Nossos murdochs costumam reservar à política e instituições públicas o rigor de um torquemada. Ótimo. Dobram-se, todavia, quando o malfeito emerge dos mercados. Assim é que o neoudenismo reverbera agora as defecções ministeriais como start para o coro do ‘mar de lama', com o qual tenta ofuscar a superioridade histórica do ciclo presidencial do PT. Nada remotamente próximo ocorre quando o escândalo frequenta a esfera dos mercados. Do que se trata, afinal, a crise financeira se não do sistêmico intercurso de corrupção e fraude entre opacas corporações, governos complacentes e auditorias amigáveis? Mitigam neste caso o que é sistêmico em exceção. Assim os torquemadas trataram o caso Enron. Sétima maior empresa dos EUA, suas ações foram avaliadas em US$ 85 pelo Morgan Stanley em 12/07/2001 e assim recomendadas; em 9 /10/2001 a Merryl Linch ajuizou-as em US 45. Em 02/12/ 2001, a Enron quebrou. Quem se fiou na auditoria da Arthur Andersen, que por 10 anos atestou a excelência financeira da fraude,viu ações virarem pó. O mesmo se deu com a Goldman Sachs. Dias antes da explosão das subprimes,esse altar do jornalismo conservador recomendou a compra de títulos podres dos quais sua própria tesouraria se desfazia às pressas. A lista imensa cabe numa palavra: desregulação. Dinheiro que se autofiscaliza; mercados que se autocorrigem. Ou ainda, Estado mínimo. Não foi esse, por décadas, o tripé de eficiência apregoado pela mídia? A mesma que, entre nós, não poupou obuses à extinção da taxa de 0,38% sobre cheques, na verdade sobre grandes fortunas que assinam grandes cheques? À moda Tea Party, blindados demotucanos e sapadores midiáticos lograram destruir a CPMF em 2007, subtraindo R$ 40 bi ao SUS. Aos que celebravam a vitória contra o ‘custo Brasil' o ex-ministro Adib Jatene retrucou: 'Dos cem maiores contribuintes da CPMF, 62 nunca tinham pago IR; ela identificou os sonegadores e a arrecadação federal triplicou. Aí começou a brutal campanha contra'. Possivelmente a operação 'Alquimia' tivesse sido dispensável se em vez de extinta, a CPMF fosse aperfeiçoada como antídoto à lavagem e corrupção. Mas a alquimia ética da mídia vetou-a.
(Carta Maior; 5º feira, 18/08/ 2011)¨

Devemos voltar a discutir a CPMF mas agora como IMF. Depois desse caso fica impossivel não voltar a falar nessa questão simplesmente por que o custo dessa operação da PF foi carissima. Quero ver a cara do Skaff depois dessa.

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