Acusações graves de compra de votos podem dar fim precoce aos mandatos; até carneiro virou moeda de troca
Na Região Norte, 300 mil sacos de pão viraram propaganda de governo. No Nordeste, mil carneiros doados teriam se transformado em benesse de campanha. No Sudeste, convênios turbinaram prefeituras às vésperas do período eleitoral. As denúncias de compra de votos pipocaram, apesar da contestação dos ex-candidatos, agora no poder. São alegações que pesam contra 12 governadores, réus em processos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que podem dar um fim precoce de seus mandatos.
São acusações graves, movidas por adversários ou pelo Ministério Público Eleitoral (MPE). Seis delas já têm o sinal verde da Procuradoria Geral Eleitoral. Nas eleições de 2006, sete ações desse tipo resultaram na cassação de três governadores: Cássio Cunha Lima (PB), Marcelo Miranda (TO) e Jackson Lago (MA), destituídos somente na segunda metade do governo.
Há casos "chumbo grosso", dizem procuradores. No Amazonas, onde Omar Aziz (PMN) venceu o ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento (PR), o MPE quer afastar o governador com provas que associam a distribuição de pães à propaganda eleitoral. No estado, 300 mil sacos de pão teriam sido encaminhados para 75 panificadoras, que doaram o alimento "embalado" em obras que sequer saíram do papel.
"Mais elucidativo ainda é o exemplo do saco de pão do Monotrilho BRT, projeto que será executado pelo próximo chefe do Executivo. A capa do saco contém fotografias da ponte sobre o Rio Negro e de um estádio a ser construído para a Copa de 2014 em Manaus, (...) em clara alusão ao futuro e, portanto, às eleições de 2010", argumenta o Ministério Público Eleitoral na ação. Aziz não quis se pronunciar sobre o caso.
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