Para que gastar dinheiro fazendo pesquisas se vamos ignorá-las caso não mostrem o que queremos?
No Brasil, como em qualquer democracia contemporânea, as pesquisas de opinião são parte do dia a dia da política. Faz tempo que é assim.
É claro que isso começou depois do fim da ditadura. Entre 1964 e a redemocratização, elas foram parcimoniosamente realizadas e divulgadas. Sem eleições para o Executivo, a não ser em cidades do interior, quase ninguém fazia pesquisas de intenção de voto. E, dado que a opinião pública é pouco (ou nada) relevante nos regimes autoritários, tampouco se faziam pesquisas sobre os sentimentos e as avaliações da população a respeito de temas administrativos e governamentais.
Foi ao longo desses mesmos 20 anos que aumentou a importância das pesquisas mundo afora. Enquanto elas foram se incorporando ao cotidiano dos países desenvolvidos, sendo regularmente realizadas para veículos de comunicação, governos, instituições acadêmicas, organizações da sociedade civil, entidades de representação de interesses, partidos políticos e candidatos, por aqui o ambiente lhes era hostil.
Nos atrasamos em relação a esses países, demoramos a acertar o passo, mas conseguimos. De meados da década de 1980 para cá, as pesquisas (de opinião, mas também de mercado — o que é outra história) se modernizaram e se consolidaram no Brasil.
Apesar disso, nossa mídia é uma cliente cautelosa e limitada dos institutos. Ao contrário da regra nos Estados Unidos e na Europa, onde jornais, emissoras de televisão e portais de internet são consumidores vorazes de pesquisas, seus congêneres brasileiros costumam pensar na base do "quero, desde que seja de graça". Todos acham ótimo divulgar uma pesquisa, mas se arrepiam perante a ideia de custeá-la.
A única exceção (que, de certa forma, confirma a regra) é o Datafolha, departamento de pesquisa de um jornal, que se utiliza dele na sua política comercial. Como nenhuma outra empresa de comunicação (acertadamente) achou que precisava ter "seu instituto", sequer outros semelhantes existem.
Com isso, a sociedade brasileira passa meses sem saber o que pensam as pessoas sobre a conjuntura, o que sabem e consideram relevante nos acontecimentos, que percepção têm dos personagens da política e de seus atos. Até que a mídia ganhe de presente alguns resultados, caso dos patrocinados por entidades de classe, a exemplo da CNI e da CNT.
Por alguma razão misteriosa, isso muda na véspera dos processos eleitorais, especialmente nas eleições presidenciais e de governador. Quando elas chegam, todos os veículos se sentem obrigados a ter a "sua pesquisa". E a dedicar uma parte enorme da cobertura a discutir números, algo que costuma interessar apenas secundariamente a leitores e espectadores.
Uma das explicações desse comportamento talvez seja que as pesquisas, às vezes, não dizem o que as redações esperam. E que, sem elas, é sempre possível especular sobre a opinião pública, sem o incômodo de consultá-la. Para que gastar dinheiro fazendo pesquisas se vamos ignorá-las caso não mostrem o que queremos?
Tudo isso vem à mente com a divulgação da mais recente pesquisa do Datafolha sobre a popularidade da presidente e a avaliação do governo federal. Sem entrar em detalhes, o mais relevante que ela mostrou é que ambas vão bem. Na verdade, muito bem, considerando que subiram índices que já eram elevados. Na pesquisa anterior, Dilma batia o recorde de aprovação para presidentes no começo de mandato e superou, na nova, sua própria marca.
Definitivamente, não era isso que supunham os jornais. Nos dias que antecederam a demissão de Palocci, o que vimos foram especulações sobre a "queda de Dilma nas pesquisas", dada como tão certa que o interessante passaram a ser as consequências de seu hipotético "desgaste de imagem" na governabilidade.
Como a pesquisa não confirmou qualquer recuo, um silêncio sepulcral se abateu sobre ela. Foi quase ignorada e nem mesmo o jornal que é dono do Datafolha achou que valia a pena insistir no assunto.
Só imaginando: o que teria acontecido se, ao invés de mostrar uma subida de 2%, ela tivesse indicado uma queda, ainda que pequena, na popularidade de Dilma? De uma coisa podemos estar certos: a pesquisa seria um estrondo.Por Marcos Coimbra
7 Comentários:
Desculpem mas vcs tem que decidir, se a gente desce o porrete na Dilma por que ela foi na trolha e somos classificados de aloprados e até de trolls e agora vcs criticam a propria trolha, algo está errado; a trolha é a mesma desde a epoca da ditadura, enganou nos anos 80 mas caiu a mascara depois; passamos o governo todo do Lula com este jornal tentando derruba-lo, se a Dilma pesou que iriam mudar se enganou, são contra governos de esquerda. A trolha só está fazendo o papel dela, espantoso que ainda tem petista que acredita que essa turma vá mudar; enquanto não subir ao poder um demotucano que será saudado como o salvador da patria (assim como o principe inutil o foi) eles não sossegarão, não tem visitinha que mude isso. O problema é o PT ser incompetente como oposição, o que fizeram com o caso aecio? E agora com a eletropaulo? Nada! Enquanto o PT não for aguerrido e tratar (pelo menso tentar) os demotucanos da mesma forma onde eles são governo será essa palhaçada mais 3, 4 anos.
Titulo do texto, DILMA DESABA E PMDB JA ANUNCIA UMA DEBANDADA! concluindo, são uns torcedores do contra a oposição e seus amigos da grande midia, gostaria de xinga-los, mas em respeito aos leitores não o farei, tudo que espero é que a presidenta continue firme e dê respostas a esses crápulas que torcem contra.
pq a senhora presidenta...nao cria coragem e cria um instituto de pesquisa....sera que falta-lhe coragem????
Vai muito bem mesmo, se levarmos em conta que a Folha é um dos principais instrumentos da direita para tentar derrubar a presidenta Dilma. A hispocrisia dessa imprensa marrom é infinita.
Falaram sobre a pesquisa dizendo que não houve mudanças, ou seja não consideraram a subida de 2% importantes, porém se tivesses caido 2% as manchetes com certeza seriam, a presidenta Dilma teve queda na sua popularidade, o governo ficou muito desgastado, ou então a Dilma comçou a cair.
Eles vão ficar criando crises enquanto a Dilma vai governando e bem o nosso país, sem dar chances para a oposição.
A grande imprensa, as revistas semanais, a rádio que troca notícias estão piores que ano passado quando os ânimos se acirraram durante a campanha eleitoral.
É insuportável ouvir Míriam leitão, ler Merval, Fiúza.
Os intelectuais do tipo do Demétrio e Vilas destilam veneno nas sutilezas das palavras.
Penso que Dilma deve seguir ignorando não apenas estes, mas também Temer, Collor, Sarney e outros do legislativo.
Nós, a torcida, devemos aclamar e estimular. Dilma irá enfrentar uma disputa muito mais difícil que a do Lula.
Vão invertar crise a cada semana.
Passaram todo o governo Lula tentando derruba-lo e vão continuar com essa tática de canalhas. E vão mais uma vez quebrar a cara.
Vejo que a presidenta fez o correto, em ir até aquele evento, lá no ninho das cobras, ato este nem sempre compreendido, mas digo sem medo de errar, ela foi lá exercendo o bom e velho pragmatismo político. O problema é da tal fóia, se deseja continuar com as mesmas táticas do passado recente, quando
trabalharam diuturnamente, para provocar estragos na imagem do melhor presidente que o Brasil já teve até os dias de hoje.
Vida longa ao querido presidente Lula e toda sua família.
O que ele fez pelo Brasil, e de uma enormidade quase que incalculável e
estou contente, por ver que a nossa presidenta está dando plena continuidade.
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