PV vira partido dos dissidentes do PSDB e DEM

O PV virou a bola de vez em São Paulo. Atraídos pela oportunidade de ficar na base do prefeito Gilberto Kassab (saiu do DEM para fundar o PSD) e ingressar em um partido em crescimento, políticos têm procurado o partido para se candidatarem em 2012. "Após o racha no PSDB e no DEM, o PV hoje é um porto seguro. Mas não queremos servir de trampolim para ninguém", afirmou o secretário municipal de assuntos jurídicos do PV, Laércio Benko Lopes.

O diretório municipal do PV de São Paulo praticamente fechou as portas para os seis vereadores dissidentes do PSDB. Decisão do Conselho Político do Partido Verde paulistano aprovada em maio impede a filiação de políticos no exercício do mandato. Pelo menos três dos ex-tucanos já tinham procurado a legenda - Gilberto Natalini, Dalton Silvano e Ricardo Teixeira.

Lopes, autor do pedido de veto, argumentou que seria injusto com os atuais pré-candidatos se fosse aceita a filiação de políticos com muita exposição. "Se vier alguém com mandato, como convencerei os outros 85 membros da chapa de que eles têm chance de se eleger?"

O ingresso dos três ex-tucanos dificultaria a vida até dos que já têm mandato, já que só o líder do governo, Roberto Tripoli, teve mais votos que eles dentro do PV. Aurelio Nomura era primeiro suplente, com 17 mil votos, e herdou a cadeira de José Luiz Penna (PV), eleito deputado federal em 2010. Já Abou Anni recebeu 22 mil votos. "Se qualquer um dos vereadores se filiar, vamos tirar a chance de quem está no partido há mais tempo", avaliou Lopes.

Aliado de Kassab desde o primeiro turno de 2008, o PV tem crescido em São Paulo. É a quinta maior bancada da Câmara de São Paulo, com três vereadores e meta de eleger cinco em 2012, participa do governo com a secretaria de Verde e Meio Ambiente, comandada por Eduardo Jorge (PV), e o candidato do grupo governista pode sair de suas fileiras, com o próprio Eduardo Jorge, hipótese alimentada por Kassab.

O partido, que fala em ter chapa própria, ainda tem outros três pré-candidatos: Ricardo Young, derrotado ao Senado em 2010, o deputado federal Ricardo Izar e o ex-deputado Fábio Feldmann, que perdeu a eleição para o governo no ano passado e tem dito que pretende abandonar a vida partidária.

Cotado para ingressar no PV, Dalton Silvano afirmou que ainda pretende se filiar. "Por afinidade com o programa e a ideologia, minha intenção ainda é o PV", declarou. A decisão do Conselho Político ainda pode ser revertida pelas executivas estadual ou federal. Ele foi um dos seis vereadores que, insatisfeitos com o controle do diretório municipal do PSDB ficar com o governador Geraldo Alckmin (PSDB), anunciaram em abril a saída da legenda.Valor