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segunda-feira, 14 de março de 2011

Aécio conquista espólio do DEMos, recorrendo à velha guarda da ditadura

Amanhã o DEMos elegerá sua "nova" direção, com caciques da velha ARENA (*) - o partido da ditadura - reassumindo oficialmente o comando, e com apoio majoritário ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) como preferido para as eleições de 2014.

O DEMos está rachado, com a saída anunciada de sua principal liderança (Kassab), e só não se extingue e funde-se com outro partido, por falta de opção melhor, porque ainda tem um fundo partidário e horário na TV útil nas próximas eleições.

O candidato único a presidente do partido é o ex-arenista José Agripino Maia (DEMos/RN), que iniciou sua carreira política nomeado prefeito de Natal em 1979, sem voto popular, pelo sistema de eleições indiretas da ditadura. Quem o indicou como representante da ditadura e da oligarquia Maia, foi o tio e então governador Lavoisier Maia (ARENA/RN).

O grupo do ex-arenista Jorge Bornhausen (DEMos/SC) ficará com os cargos mais importantes, entre eles o conselho político, que será presidido pelo também ex-arenista Marco Maciel (DEMos/PE).

O ex-PDS Saulo Queiroz (DEMos), também do grupo de Bornhausen, será mantido na tesouraria, mesmo cargo que ocupava na época do mensalão do DEM, quando a Polícia Federal encontrou recibos assinados por ele, com doações de empresas que faziam parte do esquema do então governador José Roberto Arruda (ex-DEMos/DF).

O secretário-geral será o aecista Marcos Montes (DEMos/MG), do mesmo grupo.

Pai de Aécio foi fundador do PFL, após carreira na ARENA

As relações de Aécio Neves (PSDB/MG) sempre foram excelentes com o PFL/DEMos, tendo se coligado em todas as eleições majoritárias que disputou. Além disso, Aécio não tem apenas o DNA do avô Tancredo Neves, como gosta de propagandear.

O pai do atual senador demo-tucano, Aécio Ferreira da Cunha, garantia à oligarquia política mineira dos Neves, um pé em cada canoa. Ele mantinha o pé na canoa da ditadura (ARENA), enquanto Tancredo mantinha o outro pé na canoa da oposição moderada e negociada (MDB), garantindo que a família se desse bem quaisquer que fossem os rumos políticos do país.

O pai de Aécio Neves foi deputado pela ARENA, foi Secretário do Diretório Nacional da ARENA em 1967-1968, foi Presidente do Diretório Regional da ARENA/MG, foi Primeiro-Vice-Presidente da ARENA em Minas Gerais e foi fundador do PFL.

Cacique admite que DEMos é continuidade da ARENA

O demo Cesar Maia (RJ), querendo neutralizar preventivamente críticas como esta, ironicamente entregou-se com a declaração: "Diria que essa convenção do dia 15 de março é o velório da ARENA e será a afirmação do DEM".

Ora, ora... quer dizer que Cesar Maia admite o óbvio: que a ARENA sobreviveu até hoje no DEMos.

(*) ARENA (Aliança Renovadora Nacional) foi o partido criado pela ditadura para apoiá-la, funcionando sob esse nome de 1965 a 1980, quando mudou seu nome para PDS. Com a derrocada da ditadura, a maioria dos caciques políticos da ex-ARENA fundaram o PFL, renomeado DEM (Democratas, popularmente conhecido como DEMos).

4 Comentários:

Heitor Rodrigues disse...

Resumindo, mais do mesmo. Para se firmar como oposição, devem primeiro aprender a diferença entre discutir as formas de cuidar de um jardim, e a diferença entre construir um jardim ou um estacionamento para automóveis.
Por enquanto, a luta política está entre construir um país ou terminar de afundá-lo. Não irão à lugar nenhum desta forma.

Anônimo disse...

Leiam na T.I. o interessante artigo do Jorn. Carlos Newton, sobre a Comissão dos Direitos Humanos, ai vai um paragrafo: “Agora, vêm José Dirceu e seus áulicos do PT, que o seguem cegamente, a empurrar o governo de Dilma Rousseff para um despenhadeiro político. Mas por quê? Só Freud explica, e o faz facilmente. Qualquer um pode imaginar o inveja e o ódio que Dirceu devota a Dilma Rousseff. Em seu inflado ego, quem devia estar agora no Planalto era ele, o verdadeiro mentor do governo Lula, e não ela, uma simples substituta. Entao, se a presidente entrar em fria, o problema é dela.

TAIGUARA disse...

Aócio e carreira.....tudo a ver.

Geysa Guimarães disse...

Muito bom post, moçada!
O PFL era a ARENA que não aceitou o nome de Maluf, mesmo tendo vencido o coronel Mário Andreazza em convenção. Formaram a tal Frente Liberal, que virou partido e ganhou o P na frente, e se bandearam para o outro candidato a presidente pelo colégio eleitoral, Tancredo Neves.
Gostem ou não de Maluf, o que os demos fizeram foi um atentado à democracia.

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