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Velho conhecido do FSM, Lula é reconhecido no Senegal. Moradores de Dacar ouvidos pelo GLOBO disseram conhecê-lo. A participação de Lula no fórum marca seu retorno à política desde que deixou o governo. Lula estava de férias e teve poucas aparições públicas, como o jogo de futebol entre Corinthians e São Bernardo, em São Bernardo do Campo.
No primeiro FSM, em Porto Alegre, o petista lançou sua campanha à Presidência. Em 2005, auge do escândalo do mensalão, chegou a ser vaiado. No ano passado, último de seu governo, foi ovacionado pelos ativistas em Porto Alegre. Desta vez, sua participação no fórum coincide com a pauta política internacional que o ex-presidente quer defender desde que deixou o cargo: o combate à fome e à desigualdade na África. Ele deve chegar acompanhado do ex-ministro Luiz Dulci e de Paulo Okamotto, ex-presidente do Sebrae e um de seus principais assessores.
Lula participará, como o presidente do Senegal, Abdou Layewade, da mesa "A África na geopolítica mundial". Outro presidente esperado é o boliviano Evo Morales. Mais de 1,2 mil entidades se inscreveram e haverá em torno de mil eventos paralelos à agenda oficial do FSM.
Longe do clima de revolta do Egito e, recentemente, da Nigéria, Dacar deverá discutir a ebulição dos povos africanos, representados no FSM por 45 países, além de questões como gastos militares, crise alimentar, subdesenvolvimento e políticas públicas. O FSM começa hoje com a tradicional marcha dos ativistas pelas ruas da cidade até a sede do evento, na universidade Cheik Anta Diop.
O ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, representa a presidente Dilma Rousseff e participa amanhã de um debate sobre as relações Sul-Sul, um ponto bastante defendido pelo governo do ex-presidente Lula.
São esperadas duas ministras, Maria do Rosário, dos Direitos Humanos, e Luiza Bairros, da Seppir (Igualdade Racial), para discutir temas como fome, igualdade social e racial e migração. Mas, mais que falar sobre o Brasil, os movimentos sociais do país divulgaram um documento de solidariedade aos povos africanos em conflito, como os de Egito, Jordânia e Tunísia, que estão em crise contra seus ditadores. A "carta ao Fórum Social" é assinada pela Coordenação de Movimentos Sociais, que reúne CUT, MST, UNE, as pastorais sociais da CNBB, o Grito dos Excluídos e outras entidades.
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