Sabesp inunda Franco da Rocha

Na Grande São Paulo, o município de Franco da Rocha foi atingido fortemente pelas chuvas nos últimos dias. A região central da cidade foi inundada duas vezes desde segunda-feira à noite. A segunda enchente, na manhã de ontem, foi provocada pela Sabesp.

A abertura das comportas da Represa Paiva Castro, uma das quatro do Sistema Cantareira de abastecimento de água, foi determinante para ilhar a cidade de Franco da Rocha, município de 130 mil habitantes localizado na Grande São Paulo. À meia-noite de ontem, a vazão de águas despejadas da represa para o Rio Juqueri, que corta o município, passou de 1 m³ para 80 m³ por segundo, condição que manteve a cidade embaixo d"água.

A decisão, tomada pela Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp), visava a evitar o transbordamento da represa, que no dia anterior havia chegado a 97% de sua capacidade de armazenamento.

A Sabesp admitiu que, ao abrir as comportas da represa Paiva Castro, ajudou na permanência das cheias em Franco da Rocha, já que as chuvas já tinham acabado e o rio Juqueri continuou recebendo uma vazão alta de água.

"Quando chove muito, é preciso preservar a estrutura da barragem", explicou o presidente da Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo (Sabesp), Gesner Oliveira. A abertura das comportas fez com que a vazão liberada pela represa aumentasse até 80 vezes o volume normal de água do Juqueri. "Se não houvesse a represa, haveria inundação muito maior".

O coordenador da Defesa Civil municipal, Donizeti Bernardo, diz que a serão discutidas com a Sabesp novas saídas para que a cidade não tenha que sofrer dessa forma novamente.A prefeitura decretou situação de emergência na cidade.

A circulação de trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) foi interrompida ontem entre Caieiras e Franco da Rocha. O nível de água no trecho que atende às duas cidades não baixou durante todo o dia.