Cunhado de Alckmin é investigado por propina

O vereador Ricardo Piorino (PPS), presidente da Câmara de Pindamonhangaba, quer comissão processante para investigar suposta omissão do prefeito João Ribeiro (PPS) no caso da merenda escolar. Em seu segundo mandato, Piorino é conhecido como o "Caveira" - seus eleitores exaltam o destemor com que cobra a administração. "Aqui não tem acordo", avisa Piorino, relator da Comissão Especial de Inquérito (CEI) da merenda. "Paira séria dúvida sobre a legalidade dos financiamentos na última eleição majoritária (2008), que parece contaminada pelo uso indevido e ilegal de dinheiro público." A prefeitura alega que não foi informada sobre o relatório da CEI. Ribeiro não se manifestou.

Os tucanos metem a mão ma merenda das criancinhas...

Paulo César Ribeiro, cunhado do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, aparece em arquivos digitais apreendidos pelo Ministério Público que indicam a existência de um esquema de pagamento de propina envolvendo a prefeitura de Pindamonhangaba (SP), segundo reportagem publicada pelo jornal "O Estado de S. Paulo" ontem. As investigações seguem em segredo de Justiça.

Segundo o jornal, Ribeiro - irmão da mulher do governador, Lu Alckmin - é apontado como lobista de um grupo que fazia doações em dinheiro para campanhas eleitorais de prefeitos do interior paulista em troca de contratos para fornecimento de merenda escolar. O foco dele seria Pindamonhangaba, cidade natal do governador Geraldo Alckmin e de sua mulher. O prefeito da cidade é João Ribeiro (PPS) e a vice-prefeita é Myriam Alckmin, sobrinha do governador.

Em 27 de dezembro, a Polícia Militar e o Ministério Público cumpriram mandado de busca e apreensão e recolheram arquivos na casa e no escritório de Ribeiro. Segundo "O Estado de S. Paulo", Paulo Ribeiro, sócio de um cemitério em Pindamonhangaba, aparece em um documento como "P. Ribeiro", ao lado da quantia de R$10 mil e da sigla "V27", que faria alusão a um contrato da Verdurama Comércio Atacadista de Alimentos Ltda. com a prefeitura da cidade.

Os promotores ouviram o ex-sócio da Verdurama Genivaldo Marques dos Santos, que teria revelado que, na campanha para reeleição de João Ribeiro, a empresa foi solicitada a fazer doações. Genivaldo teria apontado Paulo Ribeiro como beneficiário da propina. Genivaldo também teria declarado que, em 2004, o prefeito João Ribeiro teria recebido "doação não declarada e em espécie".

Os promotores teriam ouvido ainda João Bosco Nogueira, vice-prefeito de Pindamonhangaba entre 2004 e 2008, e tio de Myriam Alckmin. Ele teria revelado que Paulo Ribeiro participou da campanha de João Ribeiro, angariando verbas, e que o prefeito se referia a Paulo Ribeiro como lobista. Nogueira teria dito que foi Paulo Ribeiro quem indicou Silvio Serrano para ser secretário de Finanças da cidade.

A Câmara de Vereadores de Pindamonhangaba abriu investigação sobre os contratos de merenda escolar. Os advogados de Paulo Ribeiro e de Genivaldo, o prefeito de Pindamonhangaba e o governador Geraldo Alckmin não se pronunciaram sobre o assunto.