Folha demo-tucana diz que Estadão e Globo foram mais serristas do que ela

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Só faltava essa. O jornal "Folha de São Paulo" quer se gabar por aparecer, em uma pesquisa, como "menos serrista" do que "O Globo" e o "Estadão", na cobertura dos candidatos à presidência em 2010.

É mais ou menos como se Elias Maluco se gabasse de ser menos traficante do que Fernandinho Beira-Mar.

A pesquisa é do Laboratório de Pesquisas em Comunicação Política e Opinião Pública ligado à Universidade do Estado do Rio de Janeiro, e precisa ser lida com ressalvas:

1) Abrange apenas o período conveniente de 1º de setembro de 2009 até 31 de outubro de 2010. Neste período, Dilma aparecia nas pesquisas com perspectiva de vitória no primeiro turno e a Folha teve momentos que andou "jogando a toalha", e fazendo críticas à Serra diante da iminente derrota, sobretudo pelo uso da imagem do presidente Lula na propaganda eleitoral, e promessas populistas.

2) A pesquisa atribuiu valores positivos, negativos, neutros ou equilibrados a cada matéria publicada (57 mil, entre reportagens, notas, editoriais e artigos de colunistas e convidados). Mas a pesquisa dá a entender que não ponderou peso conforme o destaque da matéria. Assim uma pequena notinha num canto, pode contrabalançar uma manchete espalhafatosa de capa, deturpando a tendência editorial;

3) Outra coisa que deturpa a tendência, e dar mesmo peso a fatos e factóides. Não dá para comparar fatos que é impossível deixar de publicar, com notícias plantadas, fabricadas, e opiniões.
Por exemplo: manchetes mentirosas como aquela que atribuiu à Dilma culpa na conta de luz por causa de uma lei de 2002 de FHC (o que fez a Folha virar piada no twitter), são anuladas por outras, como uma que traz resultados de pesquisas de intenção de votos (todas com Dilma à frente no período analisado, e computadas como notícias positivas que são, mas são fatos que não tem como deixar de noticiar);

4) A pesquisa é omissa ao não analisar o que os jornalões esconderam, deixaram de publicar, como a reportagem da Carta Capital sobre a quebra de sigilo de milhões de brasileiros na época de FHC por uma empresa da filha de José Serra. Ignora também que os jornalões esconderam o conteúdo do que chamaram de "dossiê" contra Serra, na parte que nada tinha de quebra de sigilo, e que já era informação de amplo conhecimento na internet e com provas documentais, como a sociedade da filha de José Serra com a irmã de Daniel Dantas. Os jornalões também fugiram o mais que puderam de noticiar a guerra de "dossiês" entre Serra e Aécio, em 2009.

Por tudo isso e mais um pouco, a pesquisa não reflete, nem de longe, o demo-tucanismo explícito nos 3 jornalões, que fizeram todo o possível para eleger José Serra, e fazer campanha contra Dilma.