Corrupção é a principal linha de investigação da polícia para esclarecer a morte do prefeito de Jandira, Braz Paschoalin (PSDB), emboscado por um bando de pistoleiros armados com fuzil e submetralhadora. Os investigadores suspeitam que desafetos do tucano queriam seu fim por divergências em contratos e pagamentos realizados pela prefeitura em negócios e eventos.
Quatro homens estão detidos, apontados como autores do crime, mas nenhum confessou participação na trama. Um deles teria ligações com o Primeiro Comando da Capital (PCC) e seria parente de um vereador.
Ao longo de seu terceiro mandato, iniciado em janeiro de 2009 e interrompido à bala na sexta-feira, Paschoalin tornou-se alvo de denúncias sobre fraudes e desvios. Pelo menos 60 reclamações foram protocoladas no Tribunal de Contas do Estado (TCE) e Ministério Público. Pesava contra o prefeito a suspeita de ter comprado os votos de seis vereadores para ter suas contas aprovadas, em julho de 2008.
Veto. O balanço da segunda gestão de Paschoalin (1996-2000) havia sido reprovado pelo TCE e pela Câmara de Jandira. Mas o próprio Legislativo municipal recuou e, em nova sessão, derrubou o veto da auditoria.
A medida abriu caminho para o tucano registrar sua candidatura ao cargo de prefeito. Vereadores teriam recebido R$ 200 mil cada um para aprovar as contas do tucano, segundo revela gravação entregue pelo vereador Zezinho do PT à Promotoria.
Dois meses antes do assassinato de Paschoalin, o Tribunal de Justiça (TJ) cassou a decisão da Câmara. O TJ acolheu apelação em mandado de segurança de autoria do vereador Zezinho do PT, que se notabilizou como caçador de irregularidades na gestão Paschoalin. Em seu voto, o desembargador Magalhães Coelho, relator da demanda na 3.ª Câmara de Direito Público do TJ, assinalou que "a aprovação das contas, nos moldes em que, sem a devida motivação, é contra parecer do Tribunal de Contas, implicou grave violação à principiologia constitucional, de modo especial à finalidade e moralidade administrativas".
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