Pages

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

E os tucanos estão se matando pelo poder


Em encontro no sábado, caciques tucanos criticaram composição do primeiro escalão estadual e saída de Paulo Renato da Educação

As nomeações do secretariado do futuro governador Geraldo Alckmin abriram a primeira crise entre o tucano e a cúpula do PSDB no Estado desde sua vitória em primeiro turno, na eleição de outubro.

Os principais líderes do partido encontraram-se na noite de sábado, num evento da Secretaria de Cultura em homenagem ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, no qual criticaram a composição do governo Alckmin. Chamaram de "personalistas" as indicações e avaliaram que o futuro governador teria desconsiderado opiniões das demais lideranças do PSDB.

Além de Fernando Henrique, participaram do encontro o atual secretário de Cultura, Andrea Matarazzo, o governador Alberto Goldman, o presidente do Diretório Municipal do PSDB, José Henrique Reis Lobo, o secretário de Relações Institucionais, Almino Afonso, o deputado Arnaldo Madeira e o secretário dos Direitos Humanos, José Gregori. O ex-governador José Serra - que se reuniu ontem com Alckmin para tratar da transição - e o prefeito Gilberto Kassab (DEM) apareceram no fim do evento de sábado.

O descontentamento dessa ala do partido começou com a decisão de Alckmin de não manter Paulo Renato Souza na Secretaria de Educação. Fernando Henrique havia feito o pedido a ele, num almoço há cerca de 15 dias. O futuro governador resolveu trocar o titular da pasta e o ex-presidente teria ficado sabendo pelos jornais.

A cúpula do PSDB queria que a pasta da Educação fosse mantida com um quadro do partido. Como forma de sobreviver na oposição, a legenda pretende explorar suas bandeiras sociais, e a educação seria uma delas - Alckmin indicou para o posto o reitor da Unesp, Herman Voorwald.

Chalita. A ida de Alckmin a um jantar organizado pelo ex-secretário da Educação Gabriel Chalita, dia 11, em homenagem ao dramaturgo Walcyr Carrasco, foi interpretada como a primeira sinalização de que o governador eleito não atenderia aos pleitos internos. Chalita é desafeto de tucanos ligados a Serra, fez campanha de oposição ao PSDB na eleição presidencial e era um dos principais críticos da atual política educacional do Estado. No jantar, estavam alguns dos cotados à época para assumir a Educação no lugar de Paulo Renato.

As principais pastas do secretariado de Alckmin foram ocupadas por tucanos ligados historicamente a ele. A indicação de Andrea Calabi, próximo de Fernando Henrique e Serra, para o Planejamento não foi vista como uma concessão aos aliados do ex-presidente e do ex-governador - Calabi tem boa relação com Alckmin e já ocupou a mesma pasta.

Em 2008, Alckmin foi um dos protagonistas de um racha no partido, quando se lançou candidato a prefeito sem o apoio de todo o PSDB paulista. Desde então, o tucano tenta reconstruir a ponte com os principais líderes tucanos, entre os quais Serra.

Almoço. A bancada de deputados eleitos do PSDB paulista reuniu-se ontem para reafirmar a indicação do deputado Duarte Nogueira como próximo líder do partido na Câmara.

No encontro, do qual participou o futuro secretário da Casa Civil, Sidney Beraldo, os tucanos também discutiram o racha na bancada do PT para indicar o presidente da Câmara no ano que vem. Tucanos pretendem deixar a porta aberta para os petistas que são contra a indicação do deputado Marco Maia (PT-RS).

4 Comentários:

X-MAN disse...

Acho que o PT tem que primeiro olhar pro proprio rabo, o cargo da Dilma não é vitalicio e a vitoria dela foi com muito suor e lagrimas, e só se deu pelo bom governo do Lula e sua popularidade, o que aconteceria se fosse o contrario? Um governo petista meia boca e uma presidenta com baixa aprovação? Isso é serio a hoa do oba oba já passou, o aidemim acordou e quer ganhar as classes menos favorecidas e ter uma relação melhor com o funcionalismo estadual enquanto o PT tem um projeto de lei que congela o salario do funcionalismo por dez anos, está virando as costas pros aposentados não tem nenhum projeto pra ganhar a classe media, mas em compensação todos se uniram pra se darem aumentos de mais de 60% e não é parcelado como tanto gostam de dar pros funcionarios publicos, é de uma tacada só; depois o PT não diga que a midia é contra, o partido vai se enforcar pelos proprios erros e soberba.

Luiz disse...

veja a manchete de uma noticia da folha de hoje, se for verídico é lamentável, pois não é só o Jobim que gosta de puxar o saco dos eua:
Itamaraty pressionou juiz a liberar pilotos do Legacy

MA_Jorge disse...

O negócio é passar longe, é só pena voando.

O problema maior é que, diferente das penas de ganso que se prestam para confecção de cobertas ou travesseiros, as de tucanos não servem para nada. Pior ainda deste tipo de tucano...

Ha, ha, ha...

V disse...

Concordo com X-MAN. No caso dos professores de universidades federais, o salário não é tão atrativo assim, a iniciativa privada paga melhor. Um atrativo poderia ser a aposentadoria, mas há uma indefinição e tende a ficar como a do INSS. Só reajustar a inflação é congelar os salários, mas nem isso parece que vai ocorrer, então o salário dos servidores públicos federais tende a DIMINUIR.
Então, como fica aquela valorização dos servidores federais? Como fica a valorização do professor? E das universidades brasileiras (quase todas) que caem vertiginosamente no cenário internacional? Não é só a USP (estadual) também as federais!

Postar um comentário


Meus queridos e minhas queridas leitoras

Não publicamos comentários anônimos

Obrigada pela colaboração