A Caixa Econômica Federal lançou projeto piloto de cartão que substitui fiador, fiança ou caução como garantia para aluguel.
A partir de agora, não será mais necessário ter um fiador, contratar um seguro-fiança ou fazer um cheque caução para alugar uma residência
A Caixa Econômica Federal lançou ontem o Cartão Aluguel Caixa. A ideia é juntar num produto só o cartão de crédito e o pagamento do aluguel.
A partir de agora, não será mais necessário ter um fiador, contratar um seguro-fiança ou fazer um cheque caução para alugar uma residência. O inquilino poderá pedir um cartão aluguel em uma das imobiliárias cadastradas. O produto funciona como um cartão de crédito e oferece metade das taxas praticadas no mercado de locação.
"Usar o cartão será como comprar uma TV LCD. Além de trazer simplicidade para o setor, trará tranquilidade para as imobiliárias, uma vez que a Caixa assume a análise dos riscos do negócio", explica o vice-presidente de pessoa física da Caixa, Fábio Lenza.
Quem tem o salário mínimo de R$ 1 mil já pode pedir o cartão em uma agência da Caixa ou nas imobiliárias cadastradas. Após aprovação do limite, serão 12 parcelas mensais com o valor do aluguel - acrescido de uma taxa mensal de 6,67% - mais uma anuidade de R$ 8 por mês.
"Se você tem um aluguel de R$ 1 mil, você vai pagar R$ 1.067 todo mês (mais a anuidade). Em 12 meses, o inquilino pagará R$ 800 de taxas. Já o seguro fiança equivale em média a uma mensalidade e meia. É como se a pessoa pagasse R$ 1.300 ou R$ 1.500 de taxas ao ano para cobrir os 12 meses", diz Lenza.
A Caixa fez parceria com quatro imobiliárias para a fase piloto do projeto - que vai até o fim de janeiro: duas de São Paulo -Parceria Imóveis e Koyama Imóveis; e duas de Goiás -Tropical Corretora e Leonardo Rizzo Locações. Mas outras empresas já podem se cadastrar.
Em fevereiro, o cartão funcionará nacionalmente. "No primeiro ano de funcionamento pleno queremos atingir 100 mil cartões aluguel vendidos e nos próximos cinco anos 1 milhão de cartões", prevê Lenza.
Para o presidente do sindicato do setor de habitação (Secovi-SP), João Crestana, o cartão veio em boa hora, pois desburocratiza o setor de locação e ajuda a solucionar o déficit habitacional, que já chega a 60% no Estado de São Paulo. "O cartão será importante tanto para a imobiliária quanto para o inquilino."
Crédito. O superintendente regional paulista da Caixa, Valter Nunes, afirmou que orçamento inicial do banco para novos financiamentos no setor imobiliário deverá ficar entre R$ 45 bilhões e R$ 50 bilhões no próximo ano, que incluem FGTS, poupança e parte do programa Minha Casa, Minha Vida. "Esse é o orçamento inicial. Com certeza, durante o ano superaremos esse montante, assim como aconteceu em 2010". Segundo ele, o orçamento inicial de 2010 era mais ou menos o mesmo montante, mas a Caixa deverá fechar este ano com R$ 70 bilhões em novos financiamentos imobiliários.
Em entrevista recente, a presidente da Caixa, Maria Fernanda Coelho, havia informado que até a véspera do Natal o banco deverá ter fechado contratos de 940 mil casas dentro do Minha Casa, Minha Vida e que a carteira de crédito total da instituição encerrará 2010 em R$ 181 bilhões, com crescimento de 46% em relação ao ano passado.
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