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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Governo tucano de SP joga a ética no lixo e libera propaganda na programação infantil da TV Cultura

Além de desmontar a estrutura de produção da TV Cultura de São Paulo, o governo demo-tucano dá mais um passo rumo à fúria privatizante-neoliberal e sucumbe ao lobby das emissoras comerciais, liberando propaganda na programação infantil, voltada a manipular crianças para fazê-las azucrinar os pais com teimosias, birras, explosões de ira, para comprar produtos de marcas anunciadas na TV.

A TV Cultura não exibia propaganda durante a programação infantil, desde 2008, por iniciativa do então presidente da Fundação Padre Anchieta, Paulo Markun.

A partir de 2011 voltará a exibir. A decisão foi admitida durante o último Fórum de Marketing Legal, promovido pela Associação Brasileira de Anunciantes (ABA), por Flávia Cutolo, gerente de marketing da TV Cultura.


Segundo a tucana, aquelas crianças que pressionam os pais no supermercado para comprar um biscoito mais caro anunciado na televisão, ou um caderno escolar de grife infantil, "tem percepção crítica para discernir publicidade".

Vários estudos, em diversos países do mundo (inclusive aqui no Brasil) apontam o contrário: que a publicidade dirigida à crianças não é ética ("como roubar um doce de uma criança"), é deseducativa e forma futuros cidadãos não críticos ao sistema e dóceis aos apelos do consumismo globalizado.

Países como Suécia, Noruega, Itália, Irlanda, Grécia, Dinamarca e Bélgica, já proíbem a publicidade direcionada para crianças, mesmo na TV comercial. Algumas dessas nações proíbem até mesmo toda e qualquer publicidade durante a programação infantil.

Até nos EUA há severas críticas

No documentário “The corpotation” (boicotado pelas tvs dos EUA e daqui), Suzan Linn, psicóloga da Universidade de Harvard (EUA), denuncia que a manipulação infantil para comprar produtos ficou mais sofisticada a partir de 1998, quando duas grandes corporações (WIMCC e a LRW[1]) conduziram um estudo sobre a teimosia infantil. “Este estudo não era para ajudar os pais a lidar com a teimosia. Era para ajudar as corporações ensinar [ou ‘doutrinar’] as crianças para teimar por seus produtos de maneira mais eficiente”, declara Linn.

Ou seja, qualquer família de hoje não consegue enfrentar o bombardeio de mensagens televisivas, alimentado por 12 bilhões de dólares por ano pelas empresas norte-americanas, para manipular o comportamento dos filhos por meio da publicidade e do marketing das grandes empresas.

Algumas organizações não governamentais (ONGs) sediadas nos EUA fazem campanha contra corporações (multinacionais ou transnacionais) que usam as crianças e adolescentes para promover produtos por meio da pressão ou azucrinação (“nagging”) dos familiares.

Debate no Brasil

Organizações não-governamentais, o Congresso, o Ministério Público e o governo brasileiro, hoje, discutem restrições sobre a propaganda de produtos para crianças. Apelos publicitários considerados imorais do tipo “peça para a sua mãe comprar isso" ou aqueles que passam a idéia de que a criança ficará “mais forte”, “legal”, “inteligente”, “feliz”, devem sofrer restrições.

Mais do que debater se é ético fazer publicidade para induzir as crianças e adolescentes a pressionar os pais comprar um objeto, que promete preencher uma falsa necessidade criada pela mídia, é preciso se criar mecanismos legais para regrar a publicidade, a propaganda e o marketing, principalmente os direcionados para crianças e adolescentes. É legítimo a publicidade tirar a autoridade dos pais, comandando os filhos a azucriná-los a comprarem os produtos de empresas cujo objetivo é sempre a maximização dos seus lucros?

Do outro lado, na defensiva, as tvs e empresas de mídia, no Brasil, organizam-se para boicotar qualquer iniciativa que regule a propaganda visando influenciar as crianças. Evocando as eternas palavras mágicas dos barões da mídia como “direito” e “liberdade”, o lobby das empresas ligadas a mídia entende que não é imoral usar crianças como se fossem objetos para vender este ou aquele produto ou serviço e, portanto, ignoram o exemplo dos países de primeiro mundo e das pesquisas científicas que denunciam a imoralidade e os malefícios deste tipo de publicidade.

Programas infantis continuam influenciando o comportamento das crianças para consumir produtos e influenciando um modo de vida precoce das crianças no vestir, andar, comer, falar.

A maioria desses programas televisivos não prima por uma boa orientação educativa, e são consumidos nos lares sem acompanhamento dos pais ou responsáveis. Pior é saber que os pais de hoje estão sendo levados à loucura para comprar produtos de marca copiados da tv ou dos amigos influenciados por ela; eles ficam desesperados porque não tem condições de dar os produtos que tais programas induzem as crianças a azucrinar os pais para comprar. Brigas em famílias acontecem por causa destas pressões. Os pais sofrem dobrado, porque sua autoridade foi passada pra trás e culpado porque não sabe como preencher todas as necessidades criadas artificialmente. (Partes do artigo de Raymundo de Lima, na Revista Espaço Acadêmico)

9 Comentários:

Paulo Marcel disse...

A Folha finalmente conseguiu.

A Folha de São Paulo conseguiu, finalmente, abrir os arquivos da ditadura sobre Dilma. Mas o que foi exatamente que ela conseguiu?? Nada além do que já se sabia… Um monte de acusações, declerações e confissões conseguidas sob tortura.

Os documentos que foram descobertos falavam que Dilma teria planejado assalto a bancos e greves, mas a própria Inteligência das Forças Armadas não confirmou sua participação direta em nenhuma ação armada.

Os documentos divulgados por “O Globo” diziam que Dilma foi qualificada pela ditadura como “a Joana d’Arc da subversão”.

A Folha conseguiu a abertura dos arquivos (com posterior publicação pelo jornal O Globo) para tentar vender uma Dilma terrorista, assassina, ladra de banco… Mas a única coisa que conseguiu foi mostrar um pouco mais de si mesma e da nossa mídia nativa. Compromissada com interesses escusos, com o retorno da elite ao poder, da subserviência a Washington, da tutela pelo FMI.

Isto só nos mostra a necessidade imediata de abertura dos arquivos da ditadura. O Brasil é o último país da américa do sul que ainda não condenou seus torturadores.

Por que a Folha não utilizou esta energia para abrir todos os arquivos da Ditadura???

Será que é porque a Folha contribuiu com manutenção do Regime????

http://todeolhomalandragem.blogspot.com

Paulo Morani disse...

Por favor, avise ao blog da Dilma que ao entrar no blog o meu AVAST está detetctando um virus!

Ary disse...

Até meados do século XVIII, as crianças eram tratadas como "pequenos adultos": Vestiam-se como adultos, trabalhavam como adultos e eram cobradas como tal. A partir daqueles meados, os pequenos seres tiveram um tratamento diferente: Surgia a criança, como tal. Para isso, contribuíram as novas práticas e concepções pedagógicas. Pois não é que, em pleno século XXI, retrocedemos àqueles meados? A partir da década de 80, as crianças passaram a ser, não pequenos adultos, e sim consumidores em potencial. A criança é apenas uma unidade de consumo. O mercado tratou de encurtar as distâncias temporais que separam bebês de crianças, crianças de adolescentes, adolescentes de adultos e adultos de pessoas maduras. Tem sentido uma criança de quatro anos usar batom? Tem sentido somente se ela for vista como sendo "uma pequena mulher". Do alto de sua visão crítica e moderna, Luiz Carlos Trastes diria: Aonde essas crianças miseráveis pensam que vão, assim rebocadas de rouge e batom?

J. Carlos disse...

Flávia Cutolo, Sandra Cureau. Quanto tipos mais existem neste ninho tucano?

elcardozo disse...

"senta que la vem historia", castelo ratimbum...minhas filhas cresceram (uma biologa e outra socióloga, hoje :) vendo a Tv Cultura aqui no Pr.
Por um lado foi bom mas, temos o outro, que indicava que os estados não faziam nada. A tv educativa do Pr. transmitia "24 hs. " a tv cultura de SP. Ótima programação, diga-se de passagem.
Que saudades do Heródoto Barbeiro e outros, nos jornais da Cultura. As análises das noticias feitas por sociólogos "petistas" eh eh eh eh
Mas como tudo muda,infelizmente a Tv Cultura muda para pior.
Coisas da vida? NÃO! Paulistas perdendo o "cavalo encilhado" como diria o grande Brizola.

Duo disse...

Quando meu filho era pequeno, eu criei uma defesa que era uma regra de minha casa: Não compravamos nada que eu visse anunciado na tv (eu só disponibilizava tv paga).
Só assim para evitar o problema. Radical, mas funcionava.

J. Carlos disse...

Que ética Zé? Esles nunca tiveram.

Anônimo disse...

Muito bem! Eu às vezes observo meu primo de 6 anos assistindo à TV pela manhhã e fico impressionado como o apelo ao consumo é vergonhoso. Imediatamente me lembro que não era muito diferente na minha infância, quando tínhamos que assistir a Xuxa comendo frutas e tortas de chocolate no café da manhã numa época de racionamento de água aqui no sertão da Paraíba, de altíssima inflação e impossível consumo de coisas como iogurte, isso nos idos de 1992-1993. As crianças da época, quando viam a mãe de um amigo comprando maçã ou iogurte pensavam logo que Fulano estava doente, porque era um agrado que a família fazia ao convalescente. Sem contar que na escola os meninos que tinham um pouco mais de grana compravam os brinquedos que todos viam passar na TV. Lembro-me de como um deles era ovacionado entre os colegas porque tinha um Castelo de Grayskull. Lembro-me de como fiquei triste porque ganhei no Dia das Crianças um Pega-varetas quando queria um Ferrorama. Hoje agradeço à minha mãe porque, com toda dificuldade do mundo, ela ainda me deu aquele simples brinquedo. É triste ver os filhos serem estimulados a testar o amor de seus pais pedindo-lhes o brinquedo da TV.

PS: Eu odeio Ben10. Em apelo ao consugmo é pior que He-Man mil vezes.

Self_liar disse...

Tem um vídeo Brasileiro no Youtube feito com o apoio do instituto ALANA chamada "Criança ,a alma do negócio".


Vídeos no youtube
http://www.youtube.com/watch?v=dX-ND0G8PRU


http://www.alana.org.br/CriancaConsumo/Biblioteca.aspx?v=8&pid=40

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