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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Folha/UOL usa até comentarista de novela para futricar contra regulamentação da mídia

O portal UOL tem uma coluna sobre TV chamada Ooops! que trata de futilidades, da programação e das empresas de TV.

O titular da coluna é Ricardo Feltrin, uma espécie de Nelson Rubens com menos talento, e a última futilidade foi uma futrica contra a regulamentação da mídia, mostrando ignorância grosseira sobre o assunto.

O futriqueiro, como todo mau debatedor, foge ao debate, não usa argumentos racionais e recorre à agressão e grosseria com desqualificação pessoal contra o ministro da Comunicação Social Franklin Martins. Recorre a esteriótipos estúpidos que estão fora de qualquer cogitação, como acusar de querer aplicar "mordaça" à imprensa livre.

Ignorância sobre a Constituição Federal do país em que vive

O futriqueiro demonstra ignorância sobre a Constituição Federal, quando diz que "o ministro não vai controlar coisa nenhuma".

Não é "o ministro" quem quer controlar. São os patrões do futriqueiro que violam a Constituição, agem fora-da-lei, e querem que o setor seja uma casa-da-mãe-joana, para não cumprir com seus deveres e obrigações perante os cidadãos.

É como se um motorista quisesse descumprir as leis de trânsito, fazer bandalheira, alegando o direito de ir e vir.

A Constituição Federal estabelece que os patrões do futriqueiro:

- não podem formar monopólio, nem oligopólio. Mas formam! E sem regulamentação ficam fora-da-lei impunemente.

- não podem submeter o cidadão à programas e propagandas nocivos à saúde e ao meio ambiente. Mas, por dinheiro, submetem!

- no caso da TV e rádio, precisam regionalizar a produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei. Mas não fazem!

Tem outras obrigações constitucionais, mas estas são suficientes para exemplificar que, para os direitos do cidadão serem cumpridos, é preciso regulamentar por lei o que manda a Constituição, e que haja alguma autoridade responsável para agir em nome do cidadão.

Ignorância sobre os propósitos governamentais

Não tem cabimento acusar o Ministro de querer tentar controlar vozes, de querer "impedir a pena jornalística e isenta de se erguer todos os dias contra gente déspota e totalitária" (nas palavras do futriqueiro).

Todo o propósito manifestado pelo governo é justamente o contrário: é diminuir o controle. É haver mais vozes, mais veículos de imprensa.

O propósito é a democratização, o combate aos cartéis: mais vozes, mais opinião, mais notícias, mais informação.

Só assim haverá disputa pela informação verdadeira ao cidadão, os donos da imprensa agirão menos como ventríloquos colocando bonecos, como o futriqueiro, para falar.

Do jeito que está, poucas famílias são donas das notícias, e só permitem as vozes sabujas e bajuladoras ao patrão.

O futriqueiro também foi infeliz ao criticar a TV Brasil. Incapaz de analisar o conteúdo da programação, o caráter educativo, cultural, a diversidade na programação, se limitou a criticar a suposta baixa audiência, como se uma TV pública tivesse que disputar audiência imitando a programação das TVs comerciais. Ora, o objetivo é justamente levar ao ar programas diversos, vozes e vidas de brasileiros que não se vêem na tela da TV comercial.

Escolinha Folha/UOL de "Ditabranda"

O futriqueiro mostrou toda sua ignorância sobre a história recente do Brasil, ao chegar a atacar até a militância do ministro contra a ditadura. Ora, se o futriqueiro desfruta da liberdade que tem hoje, deve muito àqueles que lutaram para a ditadura acabasse, pois se dependesse dos patrões dele, do grupo Folha, a ditadura estaria aí até hoje.

Patos sem regulamentação

O colunista (que também grava em vídeo na internet) tem uma campanha supostamente de "humor", chamada "Patos por você", onde convida seus leitores a mandarem fotos de patos para publicar "se ele gostar" (será que o problema dele com a TV Brasil é recalque, por não levar ao ar seu quadro de patos?).

Como se vê, é o colunista quem censura os patos que não gosta.

Portanto ele pode dormir tranquilo abraçado com seus patinhos de pelúcia, pode brincar com seus patinhos na banheira, pode nadar com sua bóia de patinho na praia, porque ninguém está interessado em regulamentar patos na imprensa. Isso pode e deve continuar por conta dos donos: cada qual escolhe seus patos que merecem.

7 Comentários:

Orlando Bernardes disse...

Nossa!

Acabou com o cara.

É impressionante a desfaçatez destes sabujos da mídia. Se acham possuidores de poderes sobre o estado de direito. Acham que o povo brasileiro continua a ser a massa de manobra que era a tempos atrás. Tentam manter seus privilégios conseguidos na ditadura, onde eram os porta vozes do sistema.
Vão ter que se submeter sim à Lei de Mídia.

Liz Lee disse...

Coisa mais sem graça, esse marmanjo com esses patinhos de banheira!!
Deveria se informar mais e fazer criticas mais consistentes.
Chega de tolices!

Morais disse...

Acho que depois desta matéria o Ricardo vai pensar um pouco sobre o que fala ou sobre o que os patrões dele manda falar.

josé lopes disse...

Zé Augusto

Parabéns pelo artigo. É por isso que eu sou fã do blog.

Várias categorias profissionais de nível superior têm um Conselho para verificar a atuação de seus profissionais perante a sociedade.

Visa além de outras funções, livrar a categoria dos maus profissionais e proteger o cidadão destes. O Jornalismo brasileiro não tem um Conselho. Os patrões com seu Lobby no Congresso não deixou que se aprovasse.

Eu fico mais uma vez com o professor universitário João Quartim de Moraes quando diz: "Nos jornais em que eles mandam só se escreve o que eles deixam, só se expressa o que eles permitem. As “notícias” que divulgam são tão manipuladas quanto a escolha de seus articulistas e colunistas. A maioria destes defende compactamente, alguns agressivamente, o ponto de vista e os interesses da direita liberal/pró-imperialista. Como, porém a importância de um jornal está diretamente relacionada com o número de seus leitores, os magnatas da mediática “abrem espaço” para opiniões diferentes, persuadindo os ingênuos de que são “pluralistas.”

E mais...

Usando as palavras do Zuenir Ventura:

“O poder da imprensa é arbitrário e seus danos, irreparáveis, O desmentido nunca tem a força do mentido. Na Justiça, há pelo menos um código para dizer o que é crime; na imprensa, não há norma nem para estabelecer o que é notícia, quanto mais ética”.

Leila Farkas disse...

Excelente text, Zé Augusto.
Matou a cobra e mostrou o verdadeiro pato...

Anônimo disse...

Nada contra o homossexualismo. Mas tampouco algo a favor. Cada qual com o pato que aprecia.

SérgioFerraz disse...

"pena jornalística e isenta".
(hehehehehe)

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