O choque de gestão de José Serra, para "cortar custos" com policiais (e gastar mais com propaganda), deixou 31% dos municípios sem um delegado de polícia. Resultado: sem capacidade de investigar e elucidar crimes, as pequenas cidades estão sofrendo com o tráfico de drogas, invasão do crack e com o aumento da criminalidade: assaltos, roubos, estupros, etc.
Nas cidades que tem delegados, eles recebem os piores salários da classe, comparado a outros estados do Brasil, inclusive mais pobres. Isso precariza a profissão, desestimula a carreira e desincentiva a dedicação exclusiva ao cargo. Muitos policiais são obrigados a fazer bicos ou terem atividades extras privadas. Nos piores casos, incentiva a corrupção, levando policiais a buscarem complementação de renda através de propinas, caça-níqueis, usar a estrutura policial para funcionar como segurança privada de quem pode pagar.
Serra alega que as estatísticas dizem que o nº de homicídios por 100 mil habitantes caiu, mas é um argumento que deixa muito a desejar, pelos motivos:
1) Diminuir só homicídios não resolve. É preciso diminuir latrocínio e outras mortes decorrentes da violência, a tentativa de homicídio, os ferimentos, o assalto à mão armada, estupros, tráfico, enfim, é preciso diminuir todos os crimes para melhorar a segurança.
Detalhe: quanto mais estupros acontecem, maior a quantidade de abortos. Zelar da polícia é ser a favor da vida. Um governo que trata a polícia com descaso, não defende a vida.
2) Se uma cidade de 100 mil habitantes tinha 15 homicídios, e a população dobrou, aumentando para 20 homicídios, por exemplo; pela estatística de Serra, os números melhoraram, porque reduziu para 10 homicídios por 100 mil habitantes, mas para a população da cidade piorou, porque a cidade ficou mais violenta, aumentando de 15 para 20 homicídios.
3) O estatuto do desarmamento, ao retirar armas de circulação, reduziu casos de homicídios. A melhoria no emprego nos 8 anos do governo Lula, e os programas sociais (Bolsa-família, pró-Jovem, mulheres da paz, Pronasci, bolsa-atleta, urbanização de favelas, pontos de cultura) ajudam a evitar a criminalidade atacando a raíz social do problema, não sendo mérito da política de segurança pública.
4) As operações da Polícia Federal contra organizações criminosas, desbaratam o crime no atacado. Serra poderia ter feito mais, combatendo o crime no varejo, se não tivesse congelado a contratação de policiais, enquanto a população cresceu.
Serra mandou a Polícia Militar entrar em guerra contra a Polícia Civil
Por falta de diálogo, e com salários arrochados, a Polícia Civil chegou ao extremo de recorrer à greve. Em um protesto, José Serra, em vez de negociar com sabedoria, cedendo nas reivindicações que eram justas e possíveis de atender, foi intransigente como um ditador e mandou a Polícia Militar entrar em confronto com os policiais civis que protestavam.
De que adianta subjugar os policiais civis, na base da repressão, sem dar sequer um passo necessário a resolver seus problemas financeiros e de condições de trabalho? Só serve para baixar mais ainda o moral dos policiais, e desestimular um profissional que vê seu trabalho ser desvalorizado.
Enquanto as duas polícias se confrontavam, a bandidagem fazia a festa, roubando e assaltando nas outras áreas, sem policiamento. Isso é o jeito de José Serra administrar a segurança pública.
5 Comentários:
isso tem que ser colocado no programa da dilma, com a pergunta:
serra presidente, sera que teremos exercito enfrentando a policia federal?
O que é que Dilma está esperando para colocar esse vídeo em seu Programa Eleitoral???? Perder a eleição? E nós que estamos aqui votando de torcendo?
Os policiais de todo o Brasil se solidarizariam com os de S. Paulo, votando contra o Zé Serra Aumento.
Não sei se vcs sabem, mas hoje FAZ EXATOS 2 ANOS DO ATAQUE DA TROPA PRETORIANA DO SERRA, CONTRA NÓS POLICIAIS CIVIS. OBRIGADO (MESMO INVOLUNTARIAMENTE) PELA HOMENAGEM AOS BRAVOS POLICIAIS QUE LÁ ESTIVERAM, RESISTIRAM E RESISTEM HJ E SEMPRE CONTRA ESSE GOVERNO TUCANO E DÉSPOTA.
"Vou criar... o Ministerio da Segurança Pública...!"
Até parece que é uma pessoa bastante comprometida com segurança pública.
Vamos Recordar?
MEMÓRIA: Folha Online (29/12/05)
Andréa Michel e Rebens Valente para a Folha de São Paulo
Laudo concluído nesta semana pelo INC (Instituto Nacional de Criminalística) afirma ser autêntico o documento de três páginas que descreve um suposto caixa dois de R$ 91,5 milhões movimentados durante a campanha à reeleição do hoje senador Eduardo Azeredo (PSDB) ao governo de Minas Gerais em 1998.
O documento, com data de 7 de junho de 2005, traz rubricas e assinatura, com firma reconhecida em cartório, atribuídas a Cláudio Roberto Mourão da Silveira, tesoureiro da campanha do tucano. Entregue à Polícia Federal pelo lobista mineiro Nilton Monteiro, o documento aponta o que seriam a origem e o destino de cerca de R$ 100 milhões que teriam sido arrecadados para a campanha -dos quais só R$ 8,5 milhões foram declarados ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de Minas.
Conforme o documento, o dinheiro beneficiou, além da candidatura majoritária de Azeredo -que teria recebido R$ 4,5 milhões-, pelo menos 124 candidatos de 12 partidos. Na contabilidade, que é assinada por Mourão e de acordo com o laudo do INC não foi montada com a colagem da assinatura dele, as legendas que mais receberam repasses foram PFL (R$ 1,3 milhão), PTB (R$ 1,1 milhão) e PT (R$ 880 mil).
Afirma o documento que "foram arrecadados para a campanha, em 1998, mais de R$ 100 milhões, no decorrer da gestão final do governo de Eduardo Brandão de Azeredo. Destes recursos, só as empresas SMPB e DNA movimentaram R$ 53.879.396,86". As duas empresas são agências de publicidade das quais era sócio o publicitário Marcos Valério de Souza.
A origem do dinheiro, de acordo com o relatado no documento, foram empréstimos para empreiteiras com aval do governo, fornecedores do Estado, "indústrias, bancos, corretoras de valores", órgãos públicos e "doleiros e outros colaboradores individuais".
Segundo a suposta contabilidade, oito órgãos da administração indireta e um da direta colaboraram com R$ 12,6 milhões para o patrocínio de um evento realizado pela SMPB, o "Enduro da Independência", mas apenas "uma pequena parcela" teria sido gasta efetivamente com o evento. A maior parte dos recursos teria sido "repassada à campanha por meio do [Banco] Rural e do Banco de Crédito Nacional".
Responsabilidade
Conforme o documento, "os valores recebidos na campanha e não-declarados ao TRE-MG [R$ 90 milhões] são de conhecimento e responsabilidade do PSDB e do então candidato à reeleição e não eleito, senador Eduardo Brandão de Azeredo".
Ainda no mesmo item do documento, que teria sido escrito por Mourão, tem-se: "A procuração que me foi outorgada pelo ex-governador, hoje senador da República, Eduardo Brandão de Azeredo, datada de 15 de julho do ano de 1998, não me responsabiliza pela sonegação de valores, perante a Justiça, à Receita Federal e ao TRE-MG".
Essa procuração consta de processo, em tramitação no Supremo Tribunal Federal, no qual Mourão cobra de Azeredo supostas dívidas de campanha.
Em depoimento à Polícia Federal, há 15 dias, Mourão reconheceu como sua a assinatura que consta da terceira página do documento. Mostrou-se em dúvida, no entanto, em relação às rubricas, a ele atribuídas, que constam das duas primeiras folhas do suposto balanço do caixa dois.
Mourão será intimado pela PF a prestar um novo depoimento.
O lobista Monteiro cobra do PSDB um suposto empréstimo de R$ 80 mil que sua família teria feito ao partido em 1998. Ele também foi autor, em 2001, de acusações sobre supostas irregularidades no governo do Espírito Santo, então sob controle do PSDB.
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