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sábado, 16 de outubro de 2010

Ex-aluna de Mônica Serra: "aborto, não importa. O que importa é o discurso contraditório"

A bailarina Sheila Canevacci Ribeiro, ex-aluna de Monica Serra - esposa de José Serra (PSDB) - na Universidade de Campinas (Unicamp), e responsável por tornar público no Facebook que Monica teria feito um aborto na época da ditadura, afirmou em entrevista ao Terra por telefone que se sente "muito assediada" e não esperava que seu post fosse gerar repercussão:

Leia abaixo a entrevista:

Terra: Em qual ambiente se deu esse relato sobre o aborto de Monica Serra? Vocês estavam em aula?

Sheila: Estou sendo muito assediada, não esperava. Mas confirmo tudo o que foi dito no Correio do Brasil e na Folha de S. Paulo.

Terra: Como era a relação de Monica com as alunas?

Sheila: Ótima relação. Uma relação de professor, quando é bom, é uma relação que transpassa a própria humanidade. A universidade tem essa função, falar sobre as coisas. Você fala sobre aborto, ditadura, sorvete, gatinhos, tudo. Não foi uma coisa confessional. Acabou surgindo... tem um monte de gente me atacando falando que eu expus a Monica Serra. Se você reler, vai ver que eu sou muito preocupada com a intimidade das pessoas. Não é que uma pessoa presidenciável não pode fazer o aborto. Do meu ponto de vista, não tem problema algum.

Terra: Foi uma confissão? Ela contou como se sentia em relação a esse assunto?

Sheila: Eu acho que ela escorregou numa coisa meio terapêutica. É muito importante deixar claro que o contexto era de ditadura militar. Era o assunto do exílio, da ditadura militar e o aborto dentro disso. Quando eu escrevi meu relato eu estava indignada por causa do debate da TV Bandeirantes. Como eu sou canadense, eu acho normal discutir as coisas. E meu próprio lado brasileiro ficou assustado. Eu não quero ser a garota que denunciou a Monica Serra. Eu sou a garota que está preocupada com a cidadania e com a saúde pública.

Terra: Você sabe se o marido dela, José Serra, teve algum envolvimento nessa decisão de abortar? Ele sabia?

Sheila: Eu não sei de nada disso e nem se soubesse eu ia querer falar. Eu não estou fazendo uma apuração, nem buscando provas e nem denunciando nada. Eu não sei, e mesmo se soubesse, não gosto de entrar nesse assunto. O que é problema meu é minha cidadania.

Terra: Você esperava essa repercussão?

Sheila: Zero. Não esperava e nem entendi. Me chocou porque eu não estava acompanhando as coisas do segundo turno, nem sei o que aconteceu. Depois do primeiro turno eu decidi que não queria acompanhar nada. Porque eu já tinha decidido que ia votar na Dilma. Mas mais do que por isso eu não gosto de baixaria, não gosto de violência. Quando eu assisti ao debate eu estava praticamente vazia de informação. Então, quando eu vi a Dilma falando que a Mônica Serra tinha falado que ela era comedora de criancinhas e o Serra ter ficado calado, não ter falado nada, zero, me indignei. Ficou aquela inquietude. Eu escrevi uma reflexão. Eu e meu marido, que é antropólogo, sempre escrevemos reflexões e colocamos no Facebook.

Terra: Você reafirma que não é filiada a nenhum partido?

Sheila: Não sou. Não gosto de política partidária. Gosto de política cidadã que foi exatamente essa que eu fiz.

Terra: Você disse à Folha de S. Paulo que votaria em Dilma Rousseff no segundo turno. Quais são os motivos da sua objeção por José Serra?

Sheila: Para mim, é inimaginável votar no Serra. Ele representa para mim o pior retrocesso para o Brasil desde as Diretas Já. Primeiro de tudo, um político que está num debate e fica se esquivando o tempo todo, tratando os brasileiros como imbecis. A Dilma ficou muito nervosa no debate. Mas prefiro uma pessoa que fica emocionada do que uma pessoa que não existe. Eu também votaria na Dilma por ela ser uma mulher.

Terra: Você sente medo de sofrer alguma represália?

Sheila: Não. Estou recebendo mais ou menos cinco mil mensagens de apoio para 50 de retaliação. Estranhamente meus amigos me falam: 'ah não liga'. Mas pra mim as 5 mil e as 50 contam... todas que estão se espelhando no que eu fiz. Tanto essas como as que estão me julgando, são sintomas, todas eu escuto.

Terra: Mas você sente medo?

Sheila: Eu tenho medo? Não. Eu sou dona de um fato e de um relato. Só. Não sou eu que tenho que ter medo, vou te responder com uma pergunta: Eu estou na ditadura militar ou a ditadura militar já acabou no Brasil?

Terra: A Monica, durante o relato, você se lembra se ela contou detalhes?

Sheila: Que eu me lembre não. Era uma coisa assim... esquece que a Monica Serra é a Monica Serra. Estava numa aula com uma professora que você gosta, que todo mundo gosta, tinham umas oito ou dez alunas. Não é o clima de ficar contando detalhes, não tem nada a ver, ela estava triste.

Terra: Ela estava triste quando contou?

Sheila: Muito triste.

Terra: Era um trauma?

Sheila: Sim, muito. Mas não lembro muito bem. Isso aconteceu há quase 20 anos. Não lembro de detalhes.
Eu queria deixar claro que respeito a privacidade das pessoas, mas quando uma pessoa é uma pessoa pública ela tem outro tipo de responsabilidade ética. A opinião dela importa. Se um candidato já fez ou não fez aborto, ou se tem alguma coisa da vida pessoal dele que entre em jogo, não me importa. O que me importa é o discurso contraditório.
Uma coisa que eu fiquei feliz com esse bafafá todo é que abriu uma discussão sobre o aborto. Os brasileiros têm uma imagem de si, a priori eles se assustam e com o susto nem conversam. Pra relembrar que até uma pessoa militante como é o caso da Monica Serra e da Benedita da Silva, mesmo essas mulheres já passaram por um aborto. Esse assunto tem que ser separado da religião. No caso da Monica Serra, ela é contra, ela estava na ditadura, pela sua própria lógica deveria ser presa, porque ela diz que é crime. Uma mulher que faz aborto não merece sofrer o aborto e ir presa. (Do Portal Terra)

13 Comentários:

Marcia disse...

olá, vcs já viram como o Serra foi recebido na missa de São Francisco em Canindé? o Padre deu seu recado! parabéns padre Francisco

Monitor13 disse...

Amigos, segue uma contribuição do novo blog de combate Monitor13:


Editorial: O desmoronamento moral de José Serra
http://www.monitor13.com/node/125

Ary disse...

Prudentemente, o PiG-Mor (JN) omitiu essa belezura. Gente, olhando a cara de safado do Silas Malafaia (programa do Baixaria, hoje), fui no Google e coloquei a expressão "malafaia, gíria". Olhe o que o wickcionário apontou: sujeito torpe, vil, mequetrefe, mau caráter. Portanto, "malafia, jn e baixaria", tudo a ver. O Google é um amor!

LUIS CARLOS DA SILVEIRA disse...

Eu resido na cidade de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, e recentemente estive no Hospital São Francisco de Assis (antigo Hospital do Lago), ao lado da represa muncipal desta cidade, hospital do tipo AME objeto de uma parceria entre o Governo de São Paulo ( Serra) e o Lar São Francisco de Assis, da cidade de Jaci-SP (30 km de S. J. Rio Preto), sob o comando do Frei Francisco. Em conversa com um Diretor do Hospital, o mesmo declarou que o tal Frei Francisco possui um total de 85 (OITENTA E CINCO) parcerias (convênios) com o Governador de São Paulo, dentre eles aquele moderníssimo hospital, montado e equipado pelo governo do estado, entregue à admisnistração do tal Frei Francisco. Estive pensando no assunto, e pensei que a parceria do Governo Serra com as igrejas católicas de São Paulo talvez justificasse tamanho empenho na campanha eleitoral, com tal nunca visto. As igrejas católicas tornaram-se parceiras do governo Serra e participam ativamente da política partidária. Precisamos investigar isso urgente, encaminhe cópias para as autoridades competentes.

Anônimo disse...

Esse video deveria fazer parte das inserções comerciais no horario eleitoral. Os Professores levando cassete em Sao Paulo tambem. Esse marqueteiros da Dilma sao fraco. O Duda era melhor.

Parabens Sheila pela mensagem e pela entrevista no Terra: A Monica Serra mata criancinha.

Hélio disse...

Essa história de religião e aborto,
só está servindo ao Zé baixaria, para desviar o foco das privatarias e flexibilização dos
direitos trabalhistas que ele tem
como objetivos.

E, não podemos ficar a galope de pesquisas.

Nós, eleitores da Dilma, temos que,
também, exercer a militância, conversando e convencendo, principalmente as pessoas mais
simples, que só veem TV do PIG,
do que o Serra foi e é capaz de fazer contra os trabalhadores,
o povo em geral e as riquesas
do país, que é de nós brasileiros(as).

Eason Nascimento disse...

Como pode uma "assassina de crianças" como a Monica Serra, sair pelas ruas chamando Dilma com um termo que se aplica a ela mesmo? É muita cara de pau. Pensva que o ato que ela fez, não seria do conhecimento público?
http://easonfn.wordpress.com

Anônimo disse...

Discordo daqueles que acham que não se deve explorar esse tema.
Em busca do poder a qualquer custo, o Serra não tem escrúpulos: contra a Dilma, pratica o crime de injúria, calúnia e difamação.
Por uma justificativa frívola, foi capaz de mandar a mulher abortar: era sua carreira política que estava em jogo.
Enquanto milhares de brasileiros davam a vida para defender a democracia, o Serra imolou seu próprio filho por uma justificativa mesquinha; de fato, importou apenas sua ambição política.
Que Deus tenha como perdoá-lo.

OSMAR BISPO disse...

Estado de direito de uma eleição está sendo violado.


Não estamos discutindo política, estamos discutindo religião versos aborto.
primeiro estamos estado laico e democrático, não estado religioso, portanto a religião não deve meter o bedelho na política.
Sabemos o perigo quando a religião entra em nossas vidas pela escola, pela política, geralmente é danoso sociedade como todo.
Nosso pais está passando por um divisor de águas de lado as Igrejas tanto Católica como as Pentecostais, tomando partido através dos seus padres e pastores, netas eleição estamos caminhando para um fascismo de direita este não é um caminho muito bom para todos nós, deveremos buscar o consenso, foi assim em muitas épocas e pais quando as religiões interferiram na política sempre foi desastroso.

lilian disse...

aff não agento mais ouvir a voz de Serra,já estou tendo pesadelo.Ele e o partido dele junto com o povo do DEM partido que só faz fuleragem.para mim quem quer se eleger na mentira vai governar sobre ela.

william lopes guerra disse...

1. A Igreja Católica, que mandou Giordano Bruno para a fogueira; que prendeu Nicolau Copérnico para sempre numa torre; que fez Galileu Galilei abjurar; que fez de Inácio de Loyola um santo – depois cassado por Paulo VI. (Inácio de Loyola foi um dos mentores da Inquisição e que matou milhares de seres humanos que não comungavam com a sua religião), agora, depois que João Paulo II pediu perdão à Humanidade pelas atrocidades do Catolicismo, vem, mesmo depois que ela mesma, a Igreja Católica, ter apoiado a II Guerra Mundial, se intrometer onde não é chamada: na política brasileira! Isso é inadmissível. Sabemos que não é a totalidade dos mandões do Catolicismo no país, mas são bispos e padres, muitas vezes por motivos obscuros e atrás de esconderem verdadeiras intenções, vejam a volta da TFP, a investida da abominável Opus Dei. Isso é degradante. Quer formar no Brasil uma Teocracia onde a pauta administrativa seria ditada por ela, a Igreja Católica. Pensemos bem: a Igreja Católica é contra o uso da “camisinha”. Como ficaríamos se, amanhã, fosse proibido, a mando da Igreja Católica, o uso da “camisinha”? Empestaríamos nossos jovens da doença chamada de Aids, o HIV! Quanto a essa questão do aborto e do casamento gay, não podem ser tema de discussão política. São problemas culturais e de inteira responsabilidade da Justiça, quando da invenção das Leis pelos legisladores. Casos em que se poderia requerer plebiscitos, referendos, mas, jamais pauta de discussão para que os candidatos se posicionem a favor ou contra. Pode ser foro íntimo de cada cidadão, de cada um. Como um candidato a presidente pode dizer que é a favor de algo que implica num conceito tradicional da sociedade, que ainda está surgindo rumo à plena Civilização? Isso foi gerado, na eleição, por causa da baixaria que se instalou por obra e graça do Serra, que não sabe fazer política em níveis aceitáveis. Isso é grave! Trazer não somente a Igreja Católica para a sua campanha, mas as demais, como os Evangélicos criando mentiras e boataria degradantes. Isso é: inadmissível.
Mas vejam bem: sua esposa, Mônica Serra, que aprendeu a mentir nas eleições com o Serra, fez propaganda maldosa contra Dilma, dizendo que ela mata criancinhas. A Justiça Divina é tão certa, que veio à tona, agora, que ela foi quem matou uma criancinha (podemos dizer assim), pois praticou um aborto. Que ironia do destino! Peso na consciência. Arrependimento. Exposição deletéria na sociedade: a mulher do todo poderoso Serra, o que é mais grave, lá pelos anos 60 ou 70, numa época ainda mais intolerável, praticou uma aborto: clandestinamente (sob pressão: de quem?)
A vida é assim: você acusa sem provas, aí, volta a acusação contra si, com provas. É impressionante. A essa altura, temos que apoiar Dilma, tão perseguida, tão vilmente acusada, tão afetada na sua susceptibilidade e na sua honra, por mentiras que ainda calam em algumas pessoas, mas, que, a partir de agora, vêem que a maldade está naqueles que a acusam num descalabro de baixarias que nunca se viu em tempo algum na política brasileira, nem no tempo dos Coronéis!

william lopes guerra disse...

1. A Igreja Católica, que mandou Giordano Bruno para a fogueira; que prendeu Nicolau Copérnico para sempre numa torre; que fez Galileu Galilei abjurar; que fez de Inácio de Loyola um santo – depois cassado por Paulo VI. (Inácio de Loyola foi um dos mentores da Inquisição e que matou milhares de seres humanos que não comungavam com a sua religião), agora, depois que João Paulo II pediu perdão à Humanidade pelas atrocidades do Catolicismo, vem, mesmo depois que ela mesma, a Igreja Católica, ter apoiado a II Guerra Mundial, se intrometer onde não é chamada: na política brasileira! Isso é inadmissível. Sabemos que não é a totalidade dos mandões do Catolicismo no país, mas são bispos e padres, muitas vezes por motivos obscuros e atrás de esconderem verdadeiras intenções, vejam a volta da TFP, a investida da abominável Opus Dei. Isso é degradante. Quer formar no Brasil uma Teocracia onde a pauta administrativa seria ditada por ela, a Igreja Católica. Pensemos bem: a Igreja Católica é contra o uso da “camisinha”. Como ficaríamos se, amanhã, fosse proibido, a mando da Igreja Católica, o uso da “camisinha”? Empestaríamos nossos jovens da doença chamada de Aids, o HIV! Quanto a essa questão do aborto e do casamento gay, não podem ser tema de discussão política. São problemas culturais e de inteira responsabilidade da Justiça, quando da invenção das Leis pelos legisladores. Casos em que se poderia requerer plebiscitos, referendos, mas, jamais pauta de discussão para que os candidatos se posicionem a favor ou contra. Pode ser foro íntimo de cada cidadão, de cada um. Como um candidato a presidente pode dizer que é a favor de algo que implica num conceito tradicional da sociedade, que ainda está surgindo rumo à plena Civilização? Isso foi gerado, na eleição, por causa da baixaria que se instalou por obra e graça do Serra, que não sabe fazer política em níveis aceitáveis. Isso é grave! Trazer não somente a Igreja Católica para a sua campanha, mas as demais, como os Evangélicos criando mentiras e boataria degradantes. Isso é: inadmissível.
Mas vejam bem: sua esposa, Mônica Serra, que aprendeu a mentir nas eleições com o Serra, fez propaganda maldosa contra Dilma, dizendo que ela mata criancinhas. A Justiça Divina é tão certa, que veio à tona, agora, que ela foi quem matou uma criancinha (podemos dizer assim), pois praticou um aborto. Que ironia do destino! Peso na consciência. Arrependimento. Exposição deletéria na sociedade: a mulher do todo poderoso Serra, o que é mais grave, lá pelos anos 60 ou 70, numa época ainda mais intolerável, praticou uma aborto: clandestinamente (sob pressão: de quem?)
A vida é assim: você acusa sem provas, aí, volta a acusação contra si, com provas. É impressionante. A essa altura, temos que apoiar Dilma, tão perseguida, tão vilmente acusada, tão afetada na sua susceptibilidade e na sua honra, por mentiras que ainda calam em algumas pessoas, mas, que, a partir de agora, vêem que a maldade está naqueles que a acusam num descalabro de baixarias que nunca se viu em tempo algum na política brasileira, nem no tempo dos Coronéis!

edward arthur disse...

Dilma tem que esclarecer ao cidadaos brasileiros que a CNBB está fezendo uma campanha marginal, fato! A CNBB está marginalizando a campanha presidencial. A CNBB baixou o nível distribuindo material com conteúdo factível ao ódio e discriminatório. A CNBB não está defendendo o debate limpo e consciente, mas sim o que prega a descriminação e o ódio. FATO!

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