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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Serra e os vampiros

O inquérito sigiloso da Operação Vampiro mostra como a quadrilha agiu livremente na gestão de José Serra, sem ser investigada. E prova que Serra sabia

O candidato a governador de São Paulo José Serra tem assuntos pendentes em Brasília. Entre março de 1998 e fevereiro de 2002, quando ocupou o cargo de ministro da Saúde, seis subordinados dele se juntaram à máfia dos “vampiros” para comprar derivados de sangue com dinheiro público – e a preços superfaturados. Todos foram indiciados; cinco deles, por formação de quadrilha. O relatório sigiloso da Operação Vampiro, que a Polícia Federal finalizou em agosto, concluiu que existia uma “organização criminosa” controlando as compras de hemoderivados na gestão Serra. Na quinta-feira 21, o procurador da República Gustavo Pessanha dava os últimos retoques no texto da denúncia que apresenta à Justiça Federal de Brasília, nesta segunda-feira 25. Empilhados, os documentos alcançam um metro de altura. Há detalhes no inquérito que podem trazer mais dores de cabeça para José Serra. Para começar, a investigação prova que Serra sabia da existência da quadrilha.Leia matéria completa de 2006

Serra entrega ambulâncias da PLANAM dos Vendoin



Em suas investigações, a Polícia Federal descobriu que, em 2001, chegou uma denúncia anônima encaminhada diretamente a José Serra e protocolada no Ministério da Saúde. Segundo o relatório da PF, a denúncia “dá conta da prática de diversos crimes”. Havia dois acusados. Um deles era Platão Fischer Puhler, diretor do Departamento de Programas Estratégicos e um dos homens de confiança do ministro. O outro era o empresário Jaisler Jabour, que mais tarde se descobriu ser o chefe do braço na iniciativa privada dos vampiros. Segundo a denúncia, Platão estava cometendo “as maiores barbaridades” no milionário setor de compras, em parceria com Jabour. Ele dizia que a preferência dos envolvidos era por compras internacionais, que facilitariam depósitos em contas bancárias estrangeiras. “O que está ocorrendo nesta área é um escândalo”, dizia a denúncia. A polícia constatou que Serra recebeu o documento. E leu. O que fez Serra? Em vez de protocolar um ofício formal na PF, mandou o próprio Platão, o acusado, ir lá para denunciar a si mesmo. Curiosamente, nada aconteceu. O caso dos vampiros só estourou três anos depois, durante o governo Lula.

Em maio último, Platão foi chamado pela PF para dar explicações sobre os vampiros. Ele confirmou que aquela denúncia o acusava naquele período de crime de extorsão. Platão confirma que Serra pediu que ele fosse à PF, na companhia de Barjas Negri, o então secretário-executivo que agora é acusado pela família Vedoin de envolvimento com a máfia das ambulâncias. Platão Fischer Puhler, àquela altura, atuava como “curinga” de Serra, gozando de “muito prestígio” junto ao ministro, conforme declarou o servidor Nilton Pinheiro à PF. Por 15 anos, Nilton presidiu investigações disciplinares contra servidores da Saúde, mas foi “encostado” na gestão do tucano. Quando estourou a Operação Vampiro, Nilton participou das apurações e descobriu “dezenas de processos” pendentes de investigações na Saúde. Ele contou na PF que sumiram inúmeros bens e documentos na Central de Medicamentos, Ceme, quando o interventor era Platão. Denunciou ainda uma compra em quantidade “exorbitante” de espermicida Nonoxinol, para evitar
gravidez na população de baixa renda.

Outra testemunha-chave é a secretária de Platão, Rozuíla Maura Cunha. Ela foi à PF e confirmou a compra de espermicida. Ela foi mais além e detalhou como nasceu a idéia de montar um comitê eleitoral para Serra, ainda em 2002. Platão, disse ela, afastou-se das funções no Ministério para montar um comitê eleitoral na Asa Sul, no centro de Brasília. Platão chamou Rozuíla para trabalhar por dois meses no comitê. A empresa Voetur, contou Rozuíla à polícia, participou da montagem do comitê pró-Serra, fornecendo telefones, estrutura para computador e camisetas. Desde 2002, a Voetur vem sendo envolvida em sucessivas denúncias de irregularidades em contratos com vários ministérios. Rozuíla afirmou que Platão tinha bom relacionamento com os empresários que representam a Voetur, entre
eles Raimundo Brasil. Os empresários, acrescentou, compareceram várias vezes ao comitê de Serra. Ao final do depoimento de Rozuíla, o delegado registrou que a Voetur aparece em auditorias do Ministério da Saúde como empresa envolvida em possível fraude e que tal investigação deverá ser sacramentada em inquérito próprio. O Ministério da Saúde já pagou mais de R$ 80 milhões à Voetur. Platão tinha sucessivas reuniões em sua sala com o vampiro Jabour, segundo depoimento de Rozuíla.

A secretária-adjunta de Platão no Ministério da Saúde, Abadia Francisca de Araújo, confirmou que a Voetur pagou praticamente toda a montagem do comitê de Serra. “Platão comentou com todos que a Voetur foi quem bancou todas as despesas daquele comitê”, declarou Abadia. Ela revelou ainda que Platão viajava muito para o interior e para o Exterior com passagens pagas pelos laboratórios. Quando o Ministério pagava as passagens, disse, Platão não as utilizava e ainda trocava por dinheiro. “Todos os laboratórios bancavam passagens para Platão”, declarou. Platão tinha o hábito de receber presentes dos laboratórios, como relógios. Os presentes, revelou à PF, eram entregues na residência de Platão. Nessa época, o curinga de Serra levava a família todos os anos para um tour pela Europa. A secretária Rozuíla disse à PF que certa vez Platão pediu uma passagem aérea para um homem chamado Lincoln, da empresa Glaxxon.

Motorista de Platão na Ceme e no Ministério da Saúde, Manoel Ramos Macedo confirmou na PF as viagens gratuitas do chefe. Ele diz ter levado Platão várias vezes ao hangar que ele se lembrava como sendo da Voetur. “Platão dizia que ia pegar uma carona de avião, quase sempre com destino a Uberaba”, disse o motorista. O curinga de Serra começou a namorar uma moça chamada Taís. A secretária-adjunta Abadia Francisca conta que Platão deu à moça um apartamento e um carro. O pai da moça ganhou emprego na Voetur e a mãe na Anvisa. Para cativar a moça, Abadia afirmou que Platão “chegou ao ponto de utilizar o helicóptero” do indiano Naresh. Trata-se de Naresh Kumae Vashist, representante da Hetero Drugs, da Índia, fabricante de coquetel contra Aids. Ele afirmou que Platão freqüentava sua residência, à noite. Nessas visitas, contou o indiano à PF, Platão queria convencer a Hetero a firmar parceria com a Nova Índia, fabricante de genéricos veterinários em Uberaba, sua cidade. Em seu depoimento à PF, Platão Fischer confirmou que várias pessoas deram móveis, cadeiras, balões, bolas e telefones para o comitê de Serra. Entre os empresários que contribuíram, diz ele, estavam os senhores Brasil, da Voetur, e Leoberto, da empresa Air Way. Mas o Comitê Nacional do PSDB não declarou estas despesas na prestação de contas apresentada ao Tribunal Superior Eleitoral.

11 Comentários:

vinicius disse...

Campanha urgente.
Ajude a dar um empurrão na campanha do Dr. José Serra Abaixo.

Envie a verdade que vc conhece sobre o passado da Dilma Duchef para:

AlitemumKamello@oserrasifú.com.br.


Assim você ajuda jornais, revistas e televisões dos Homens Bons a pautar suas manchetes.

Encaminhar a história para Mírian Funcin de Oinc em nome da equipe de jornalismo.


Seja Brasileiro e tenha um Bom Dilma!!!!!

José Marcio disse...

Eu lembro que durante a CPI dos sanguessugas o relator, deputado Biscaia, indiciou o então candidato a governador de Pernambuco, Humberto Costa que estava em primeiro lugar nas pesquisas. Depois do indiciamento, HC despencou nas pesquisas.

Airton disse...

Enquanto isso, na cozinha do PSDB :

http://metalcadente.blogspot.com/2010/09/as-ultimas-do-guru-do-serra.html

Anônimo disse...

Lia Vinhas disse:

É estranho que algumas imagnes de blog, como o Metal Cadente e neste blogo a foto que devria estar acima não aparecem. Isso aconteceu pela primeira vez comigo´agora. Saberiam dizer por quê?

sonia disse...

De quadrilha o serra entende bem,de pedágios ele também entende bem,tratar mal os professores e poliçiais também,serra cara de pau.

Luis Rodrigues disse...

Caraca, ninguém vai preso nessa josta! Se há denúncia e investigação. Isso aqui é o paraíso das moscas parasitas.
Agora, se o cidadão comum aqui chutar o balde - kick the bucket - vai em cana. Cacilda! O Poder ou os poderes da nação são um campo aberto aos embusteiros e psicosociopatas, taí esse careca asqueroso e o jornalismo puxa saquista a provar.

edward arthur disse...

GOOGLE: ITAMAR OBRIGA SERRA A DIZER A VERDADE!
Eu vim descobri o hoje o quanto esse Serra é um dissimulado, o seu gral patológico de mitomania é mais avançado que imaginei. Que dizer que toda aquela historia do melhor ministro da saúde que criou os genéricos não passa de uma bela mentira. A lei 793 de 05/04/93 foi criada pelo ministro Jamil Haddad que foi ministro de do GOV Itamar de 92 a 95. Em quanto mitômano foi ministro do GOV FHC de 98 a 02. Na verdade o FHC mandou o mitômano pro ministério da saúde pra ver se ele se enturmava e procurava ajuda. Todo o histórico de vida desse sujeito e repleta de mentiras desde o movimento estudantil até hoje? To muito desatualizado mesmo!
O cara sai de funcionário da ditadura pra ser funcionário da máfia agora sabemos muito bem porque os oligopólios gritam e se esperneiam tanto por esse mafioso de carteirinha.

Yacov disse...

SOCORRO!! POLÍCIA.... Mas a polícia não prende estes engomadinhos!! Deveria eu, como CHICO, chamar, o LADRÂO!!!! Acho que eu vou chamar a minha Mãe.

"O BRASIL PARA TODOS não passa na glOBo - O que passa na glOBo é um braZil para TOLOS"

IV Avatar disse...

Márcio, bem lembrado,
E Humberto Costa não tinha nada a ver com a história, tendo sido absolvido, mas o assassinato de reputação já tinha sido provocado
A midia caiu de pau e quando ele foi absolvido nem uma linha sequer sobre sua absolvição
Esta mídia vendida é assim mesmo

josé lopes disse...

Vou fazer o jornaleiro feliz vou comprar essa revista agora.

Zé Augusto disse...

josé lopes

A revista é de 2006

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