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segunda-feira, 19 de julho de 2010

Para que existe o Conselho Nacional do Ministério Público, Dr. Gurgel?

O Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, emitiu nota dizendo que é lamentável que qualquer partido político ... tente de forma equivocada intimidar a atuação legitima da Instituição.

Está errado nosso Procurador Geral. Qualquer brasileiro ou entidade (inclusive partidos políticos) tem direito de reclamar de servidores públicos, inclusive procuradores, e isso nada tem a ver com intimidação.

Na verdade essa nota do procurador, ainda que ele não se dê conta disso, é que é uma forma de dissuadir e causa desalento a quem deseja reclamar e recorrer ao Conselho Nacional do Ministério Público, presidido por ele.

O posicionamento público dele deveria ser justamente o contrário: recomendar a todos que tenham queixas do trabalho sob sua hierarquia, que encaminhe as queixas ao Conselho Nacional do Ministério Público, para serem avaliadas.

As corregedorias de polícia existem para atender cidadãos vítimas de abusos policiais. Imaginem se um corregedor emitisse nota pública dizendo que o trabalho da polícia está sempre correto, e quem queixa está querendo intimidar a polícia? Ninguém se encorajaria a fazer qualquer denúncia contra condutas impróprias de policiais.

O Conselho Nacional do Ministério Público existe para acatar reclamação de cidadãos e entidades (inclusive Partidos Políticos), contra eventual trabalho insatisfarório, atitudes e condutas impróprias ou abusos de procuradores.

O Ministério Público Eleitoral tem cometido erros e tomado atitudes que justificam ser questionado.

Uma representação contra José Serra (PSDB/SP) foi arquivada por erro da procuradoria, ao não anexar o vídeo. Errar é humano, mas convenhamos que no mínimo dever-se repreender o erro, e não passar a mão na cabeça. Fosse um advogado privado que cometesse um erro deste e perdesse a causa, correria o sério risco de ser demitido do departamento jurídico de uma empresa.

Houve representação apresentada com base em recortes de jornal, consideradas ineptas pelo juiz que julgou. O Brasil inteiro sabe que a imprensa não é imparcial. A própria presidente da ANJ, Judith Brito admitiu publicamente isso. E mesmo que fosse imparcial, opinião de quem noticia não tem sequer valor de testemunho porque, como diz o ditado, quem conta um conto aumenta um ponto. Inclusive, causa espanto o Ministério Público Eleitoral ignorar que muitos deputados, senadores, prefeitos, governadores são donos de canais de TVs, jornais, Rádios, que alimentam o noticiário com viés editorial de seus valores e posições políticas.

Houve interpretações subjetivas por procuradores sobre propaganda subliminar, querendo censurar entrevistas, direito de ir e vir, confusão de liberdade de expressão de pensamento e informação com propaganda e tantos outros casos, no mínimo controversos.

A vice-procuradora Sandra Cureau, fez declarações à imprensa impróprias para seu cargo, elogiando o candidato demo-tucano, e criticando a candidata petista. Ainda que não se dê conta do que fez, acabou por alimentar o noticiário com declarações especulativas e nocivas à boa condução do processo eleitoral, prejudicando a imagem de uma candidatura e incitando o noticiário a propagar idéias golpistas, e sempre contra a candidatura de Dilma Rousseff.

O Ministério Público Eleitoral deve à nação brasileira, no mínimo uma autocrítica, uma melhor comunicação com a sociedade, e imparcialidade acima de qualquer suspeita, usando o mesmo rigor para todos e dedicando tempo e trabalho com isonomia na fiscalização de candidaturas.

E precisa submeter-se as queixas que chegam ao Conselho Nacional do Ministério Público, assim como os cidadãos processados pelos procuradores se submetem à justiça com a humildade necessária.

13 Comentários:

Unknown disse...

É o uso do cachimbo tornando a boca torta. Tanto se falou que são deuses que passaram a acreditar esquecendo de quem paga os seus polpudos vencimentos. E o povo paga esses vencimentos para que os operadores do direito, procuradore, promotores, juízes, etc, sirvam (daí servidor) o povo, objetivo final da própria existência do Estado.

armando do prado

Teresinha Carpes disse...

Este senhor gurgel(letra minúscula para êle)pensa que está acima do BEM OU DO MAL!!Quem êle e a tal Cureau pensam que são????"Doutor gurgel"o senhor é pago por nós povo!E tem mais um gaúcho aqui no Rio Grande do Sul,processou a governadora,por uzar a Máquina do Estado,para fazer campanha antecipada,já que o TRE,foi avisado e nada fez,êle fez uma representação,no MP Federal!!!!Voces do TSE,e do MP Eleitoral,são parciais!!

Malú disse...

Muito bem, Zé Augusto!

polaco disse...

Para Gurgel o MPF é perfeito, se alguém reclamar só pode ser intimidação.

Ana Maria dos Santos disse...

Email do Gurgel, presidente do cnmp para vc envar seu email reclamando e pedindo providencias
robertogurgel@cnmp.gov.br

Do corregedor nacional:
sandro@cnmp.gov.br

Da secretaria do cnmp: secretaria@cnmp.gov.br

Ana Maria dos Santos disse...

Olá Sandra Cureau, esta sua busca por holofotes para prejudicar Dilma responde pelo nome de advocacia administrativa e falta de independencia funcional, seja ética e respeite o cidadão

Email do Gurgel, presidente do cnmp para vc envar seu email reclamando e pedindo providencias
robertogurgel@cnmp.gov.br

Do corregedor nacional:
sandro@cnmp.gov.br

Da secretaria do cnmp: secretaria@cnmp.gov.br

Edmar Cabral disse...

Uma pena que o espírito de corpo (ou seria de 'porco'?) expresso na manifestação do Chefe do Ministério Público Federal seja no sentido de não permitir apurar e coibir esse comportamento impróprio da dona Sandra. O que induz todos os que gostam de justiça e pagam essa gente pra zelar pela sua aplicação a inciar um clamar por revisão da Constituição Federal para mitigar ou condionar de alguma forma os poderes que demos aos membros dessa instituição em 1988. Os seres humanos que a integram estão se mostrando iguais ou piores que o brasileiro comum. Não há pois razões pra dar-lhes maiores prerrogativas que aos demais mortais.Êles estão demonstrando que não sabem usá-las honestamente!

Sergio Santos disse...

Parabéns pelo belo texto.
Lavou-me a alma.

Fernando Oliveira disse...

Resumo da nota: não devemos de maneira nenhuma "aborrecer", "importunar", "contrariar" os egrégios membros do Ministério público, visto que são Deuses, entidades magníficas e infalíveis, acima do bem e do mal...

ana disse...

CNMP serve para isso mesmo. E a corregedoria do MP tambem. É exercicio regular de um direito rpresentar contra atos de membros do Ministerio Público que não exerçam dentro da lei a função publica. A Sra. Cureau exercerbou em suas funções. E está claramente tumultuando o processo eleitoral e ameaçando o estado deocratico de direito. E faz isso em nome do MP.

Edemar Motta disse...

Alguns poderosos esquecem que uma necessidade do exercício do poder é a discrição. A menor fala inadequada de um poderoso pode criar enormes problemas para alguns segmentos da sociedade. Pior quando se trata de atos e atitudes. Um poderoso não tem o direito de enfiar o dedo no nariz em público, não pode manifestar sua preferência pelo produto tal etc etc.

Um poderoso pode manifestar preferência por determinado candidato, e isso é campanha, é propaganda em prol desse candidato.

Uma autoridade tem ainda maiores obrigações de ser discreto, tanto em sua vida privada, como bem ensinou José Serra, e sempre em suas ações como autoridade. Infelizmente, parece que o pessoal do judiciário tem irresistível atração por holofotes, por entrevistas. Obrigados por lei a só falarem nos autos, muitos deles falam em outros locais o tempo todo sobre tudo, o que aumenta enormemente as possibilidades de dizerem o que deveriam calar.

No caso do Dr.Gurgel, parece estar ele indevidamente impregnado de 'l'esprit de corps', o qual facilmente se confunde com 'l'esprit de porcs'. Esperemos que se trate apenas da primeira hipótese.

Reg disse...

O problema do Brasil não é a corrupção, porque o corrupto cai na armadilha e em sendo assim, é pego mais cedo ou mais tarde.
O problema do Brasil são os lacaios.

joaquim de carvalho disse...

Sobre o fato de Politícos controlarem jornais e TVs, há que se dizer que todos atentam para os noticiários nacionais e pouco prestam atenção no que vem acontecendo no Estados.
Aqui em Goiás e suponho que nos outros também, a coisa está para lá de feia.

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