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quarta-feira, 28 de julho de 2010

No debate da política externa, Serra comprova ser o retrocesso

A campanha toda é um debate, e quando Serra se expõe mais, fica claro a diferença de propostas entre as duas candidaturas. As declarações de Serra sobre política externa deixa evidente as diferenças, e Dilma está dando uma surra em Serra, neste debate.

Dilma assume a política externa do governo Lula, que teve amplo êxito. Hoje o Brasil é visto com outros olhos perante o mundo, é consultado, é chamado para as mesas de negociação, é mediador confiável de muitos conflitos. É o parceiro que muitos países em crescimento acentuado desejam ter.

Na segunda-feira, falando a empresários do movimento "CANSEI", em encontro organizado por João Dória Jr., José Serra (PSDB/SP), disse que "o Brasil desperdiça tempo com o Oriente Médio", e completou dizendo que "deveria se concentrar na América do Sul".

A declaração demonstra que José Serra não tem visão geopolítica, está desatualizado pensando na política do século passado, pensa com cabeça de quem não acredita no Brasil, e ainda enxerga o Brasil como um país pequeno.

Em uma pequena declaração destas, o demo-tucano demonstrou os seguintes erros e despreparo:

1) Voltou à política estadunidense dos anos 50 a 70, quando Henry Kissinger queria estabelecer que o lugar que cabia ao Brasil era de líder na América do Sul (e líder dos interesses dos EUA). Não existe "desperdício de tempo" em política multilateral, porque as relações são amplas e feitas simultaneamente, por isso existe embaixada em cada país. Ou será que Serra pretende aplicar um "choque de gestão" no Itamaraty e sair fechando embaixadas em países importantes do Oriente Médio?

2) O Oriente Médio tem diversos países em desenvolvimento, com crescimento acentuado, com interesses comuns com o Brasil, e em busca de diversificar suas relações multilaterais para reduzir a influência politica e econômica das potências imperialistas na região, e para resolverem suas guerras por si mesmos, sem ingerência dos interesses estrangeiros imperialistas. Qualquer chefe de Estado do Brasil não pode ficar fora desta movimentação, se tiver um mínimo de noção do papel do Brasil no mundo.

3) O governo Lula, além das relações comerciais, colocou o Brasil levando uma mensagem de globalização humanizada, passando pela erradicação da pobreza mundial, do desenvolvimento sustentável, e por relações mais justas entre os países pobres e ricos. Por isso é também um interlocutor qualificado para negociações de paz.

4) Serra se mostrou caótico, contradizendo suas próprias declarações recentes de que o Mercosul "só atrapalha" a fazer acordos de livre comércio com outras regiões.
Ora, acordos de livre comércio do Brasil com grandes potências não saem, porque são propostas indecentes das grandes potências ao Brasil, onde elas só ganham e o Brasil só perde. Se cedessem no que exigimos, ou seja, equilíbrio e correção de assimetrias, os acordos saíram.

Para completar a incoerência de Serra, é justamente no Oriente Médio que está em curso negociações avançadas de Acordo de Livre Comércio com o Mercosul. Israel já assinou, o Egito negocia, e outros países também.

Em um hipotético governo, quem mandaria no Itamaraty? Hilary Clinton? Serra sairia do Mercosul e assinaria a ALCA, se Hilary mandasse um "falcão" falar grosso com Serra, mandando ele ir negociar com a Antártida se não assinasse?

Por tudo isso, Serra seria o próprio retrocesso.

Celso Amorim explica como Serra enxerga pequeno

Em seu último dia de visita a Israel, após visitar a Palestina, o chanceler brasileiro Celso Amorim concedeu uma entrevista exclusiva à BBC Brasil, onde rebateu críticas de José Serra, sem citar o nome:

"Os críticos de fora do Brasil também não querem a participação (em questões da paz e segurança mundiais) da Índia, da África do Sul ou da Turquia, pois querem preservar o monopólio do poder que têm", afirmou.

"Já no Brasil (os críticos) são pessoas que não conseguem compreender que - sem nenhuma megalomania, sem nenhum exagero - o Brasil tem um tamanho e uma grandeza no cenário internacional."

Amorim rejeitou as críticas de que a participação crescente do Brasil nas questões mundiais, especialmente no Oriente Médio, se dá em detrimento dos esforços do país para ajudar a resolver os problemas da América Latina (Como acusou Serra).

"Na questão da crise entre a Venezuela e a Colômbia, a primeira coisa que o presidente Lula fez foi telefonar para o presidente Chávez, e também entramos em contato com os ministros colombianos. Uma coisa não interfere na outra, pelo contrário, o prestígio internacional do Brasil nos ajuda também a trabalhar na região", disse. (Da BBC Brasil)

3 Comentários:

Ailton Cena disse...

Convenhamos, se Serra trata nossos irmãos latinos com desprezo, imagina se fosse eleito e viajasse uma semana.
Na volta, surpreso verificaria que Índio teria invadido no mínimo, a Bolívia e retirado os embaixadores da Venezuela, Argentina, Uruguai e Paraguai.

João Paulo Ferreira de Assis disse...

Tanto a política externa de Lula é vitoriosa que eu acabei de comprovar. Navegando na Internet sobre o assunto imigrantes sul-americanos em Espanha, vi no site www.blog-latino.com, uma notícia sobre médica espanhola que humilhou uma enfermeira equatoriana na Espanha chamando-a ''sudaca de m.'' Logo os hispanoamericanos protestaram em altos brados. Os espanhóis acudiram em defesa do seu país e humilhando e adjetivando os hispanoamericanos. Nisto uma espanhola disse que ''España es la octava economia del mundo''. E os hispanos responderam-lhe que está previsto de o Brasil ser a quinta. Fiquei pensando que a política de Lula foi tão vitoriosa que reduziu o sentimento anti-brasileiro nos países de fala espanhola a pouquíssimas pessoas.
E Serra quer reverter tudo isso, tornar verdadeiras as denúncias de um general boliviano de esquerda, Raul Botelho Gonsálvez nos anos sobre o ''sub-imperialismo brasileño''.

João Paulo Ferreira de Assis disse...

Anos 70.

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