Ficha suja tira palanque de Serra

Se depender da análise da Procuradoria Eleitoral, a Lei da Ficha Limpa pode tirar do candidato do PSDB à presidência, José Serra, ao menos dois palanques: no Maranhão e no Distrito Federal. Ontem, o presidenciável tucano esteve em São Luiz (MA), onde foi recebido pelo governador cassado Jackson Lago (PDT), um dos alvos dos procuradores. O pedetista registrou candidatura mesmo após ter a cassação de seu mandato confirmada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em abril de 2009, por abuso de poder político e corrupção eleitoral.

No Distrito Federal, o procurador Renato Brill de Góes pediu a impugnação da candidata ao senado pelo PSDB, Maria de Lourdes Abadia, condenada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) por compra de votos, em 2006. Abadia – que também não pagou multa no valor de R$ 2 mil à Justiça Eleitoral –, é a única representante do PSDB na chapa que tem o ex-senador Joaquim Roriz (PSC), como candidato ao governo. Roriz, que dará palanque a Serra, também corre o risco de ter a candidatura impugnada por renunciar ao mandato de senador em 2007 para fugir da cassação. Ele também estaria em débito, de R$ 5 mil, com a Justiça eleitoral por fazer campanha antecipada.

Ao lado de Lago, na Associação Comercial do Maranhão – onde recebeu o título de cidadão ludovicense – Serra não comentou sobre a possibilidade de perder o palanque local, mas atacou o projeto do trem-bala ligando Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro, cujo edital foi lançado ontem pelo presidente Lula. “É um projeto que não está claro”, disse.