A uma plateia de empresários ontem, em São Paulo, a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, disse apostar na dívida líquida em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) em torno de 30% para o período de 2011 a 2014. Hoje essa relação está em cerca de 40%.
"Isso vai permitir que nós, de fato, consolidemos taxas de juros que convirjam para o patamar internacional", disse Dilma ontem, ao participar de um almoço-debate com líderes empresariais, em São Paulo. Dilma disse que o mercado interno deverá ser fortalecido e que o crescimento da economia brasileira deverá transformar o país em "desenvolvido". Dilma afirmou que a "manutenção do esforço fiscal do governo" do Presidente Lula, ajudará a reduzir o endividamento público.
Dilma afirmou ser favorável à reeleição de governantes e disse ser contrária ao mandato de cinco anos. Questionada se, no caso de vitória em 2010, deixaria de disputar um novo mandato em 2014 para que o Presidente Lula concorra novamente, disse: "Quando chegar a hora a gente discutirá", afirmou. Dilma foi aplaudida pelos empresários, depois de falar por quase uma hora.
Os empresários demonstraram preocupação sobre qual será o tratamento que a petista dará ao MST. "Eu não sou do MST, como vocês já perceberam", brincou, no início de sua resposta. "Não devemos compactuar com a ilegalidade. Invadir prédio público, propriedades não está certo", disse. "Mas não vamos reprimir quando estiverem reivindicando simplesmente", afirmou.
Lideranças do setor produtivo questionaram a candidata petista sobre a relação que ela terá, se eleita, com países como Irã e Venezuela que "não respeitam a democracia", segundo o questionamento feito por empresários. "Política externa se faz com a cabeça, não com o fígado", comentou. "Se faz estabelecendo princípios claros de diálogo e respeitando a paz", resumiu a candidata, sem aprofundar-se no tema. Dilma disse que "é prudente que governantes guardem para si opiniões pessoais", sem citar nomes nem referir-se diretamente a José Serra, que recentemente fez críticas aos governos do Irã e da Bolívia.
Uma das principais dúvidas dos empresários - e a primeira pergunta a ser feita - foi sobre eventuais mudanças no sistema tributário. Dilma disse que a reforma tributária será sua prioridade, mas não explicou como fará para aprová-la, nem como driblará as dificuldades enfrentadas pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não conseguiu aprovar a reforma no Congresso em oito anos. Dilma criticou o sistema tributário, classificando-o como caótico, com uma estrutura pouco clara.
Dilma reforçou que pretende fazer a maior desoneração possível para medicamentos, a exemplo do que o governo Lula fez para os produtos da cesta básica. A proposta deve ser um contraponto ao seu principal adversário, José Serra (PSDB) na discussão sobre as realizações do tucano no Ministério da Saúde, com os genéricos. Dilma afirmou que apostará na redução das tarifas de energia nos Estados, mas disse que isso terá de ser bem negociado para não criar uma crise fiscal nos Estados, sem detalhar a proposta.Valor
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