Para Erundina, candidatura de Skaf em São Paulo não faz sentido

Diego Salmen, do Terra Magazine, escreve:

Ex-prefeita da capital paulista entre 1989 e 1992, a deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP) não vê com bons olhos uma eventual candidatura do empresário Paulo Skaf, pelo seu partido, ao governo do Estado de São Paulo.

"A própria filiação dele não tem muita lógica", afirma Erundina.

"O PSB é um partido socialista, pelo menos se propõe a sê-lo".

Antes de ingressar no PSB, em setembro do ano passado, Skaf foi presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), tida como a mais poderosa organização de classe do País.

Desde então, o ex-dirigente empresarial vem tentando se candidatar ao Palácio dos Bandeirantes. Enfrenta, porém, a possibilidade de o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) tornar-se o postulante do partido - além da resistência entre os próprios colegas de sigla.

"Acho muito estranho, não sei como o eleitor verá isso", diz Erundina.

"Desqualifica o partido do ponto de vista da incoerência; como ele (Skaf) se posicionará diante de bandeiras como a diminuição da jornada? Ele defenderá os interesses do partido ou de sua classe? É uma situação artificial para ele e constrangedora para os militantes".

Comentário: Erundina não comentou, mas Skaf também foi o principal porta-voz empresarial contra a CPMF, retirando dinheiro da saúde pública apenas para engrossar os lucros da classe empresarial, já que a desoneração não foi repassada para diminuir os preços.