Em nova ação ajuizada no Tribunal de Justiça do Distrito Federal, o Ministério Público do DF aponta indícios de que o pagamento de propina a aliados do governo de José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM) era feito a uma rede bem maior do que a já revelada. Os nomes de quatro deputados distritais e pelo menos 12 suplentes - ainda não arrolados no esquema - figuram em supostas listas de pagamento do mensalão, apreendidas nas casas de dois colaboradores do governador afastado e anexadas ao processo.
Os detalhes da contabilidade foram descritos por Durval Barbosa, ex-secretário de Arruda e delator do esquema, em depoimento prestado aos promotores quarta-feira da semana passada.
A ação do MP pede que, além dos seis parlamentares e quatro suplentes já envolvidos - dos quais oito foram impedidos de votar no impeachment - os demais suspeitos sejam afastados de votação na Câmara Legislativa que decidirá a abertura de duas ações penais contra o governador.
No total, o MP pede que 26 políticos sejam impedidos de votar na Câmara Distrital.
Mesadas variavam de R$ 10 mil a R$ 14 mil Num dos documentos, recolhido pela PF na casa de Leonardo Prudente, ex-presidente da Câmara Legislativa - que ficou conhecido como "o deputado da meia" e acabou renunciando ao mandato - aparecem os nomes de seis parlamentares ao lado de valores que, segundo Barbosa, seriam pagos em troca de apoio. No papel só constam os primeiros nomes de cada parlamentar (sem os sobrenomes).
Estão na lista Milton Barbosa (PSDB), irmão do delator; Jaqueline Roriz (PMN), filha do ex-governador Joaquim Roriz; e Raimundo Ribeiro (PSDB), cujas mesadas seriam de R$ 12 mil. A lista, manuscrita, também inclui Eurides Brito (PMDB), Rogério Ulysses (sem partido) e Benedito Domingos (PP). Os três já eram acusados de integrar o esquema e receberiam R$ 14 mil, R$ 10 mil e R$ 12 mil, respectivamente.
Em outros dois papéis, todos escritos à mão, figuram as iniciais ou os nomes de aliados, entre eles o deputado Batista das Cooperativas (PRP), identificado por BP num demonstrativo achado na casa de Domingos Lamoglia, ex-chefe de gabinete de Arruda e conselheiro do Tribunal de Contas do DF. Ele seria um dos responsáveis pela coleta e distribuição do dinheiro, que se destinaria não só à compra de votos na Câmara, mas ao custeio de despesas do governador, ao pagamento de pesquisas e à complementação dos salários de funcionários públicos "amigos".
Os suplentes são citados em dois documentos. Num deles, apreendido na casa de Prudente, há os nomes de vários, ao lado dos votos que tiveram nas eleições. No pé da relação, aparece a cifra R$ 53 mil, que seria a soma das propinas. Numa outra coluna, há referências a alguns desses políticos e outros apoiadores, com o valor R$ 40 mil.
Câmara aprova eleição indireta do governador A ação do Ministério Público relaciona Berinaldo Pontes, Mônica Nóbrega, Ricardo Noronha, Roberto Lucena, Odilon Reis, Aires Costa, Lunardi, Francisco Crizanto, Valter do P. Sul, Antônio Alves, Marcelo Toledo (o policial acusado de distribuir propina), Adélia Frejat, Pastora Keila e Eliovaldo José Ferreira. Durval contou que, em 2010, em reunião na casa oficial do governador com alguns deles, viu maços de dinheiro que, possivelmente, seriam distribuídos.
O MP pede o afastamento dos políticos, sob pena de multa de R$ 500 mil diários à Câmara, em caso de descumprimento.
Um dia após Arruda ter o seu mandato cassado pelo TRE, a Câmara aprovou em primeiro turno projeto que prevê eleições indiretas para escolher o sucessor. A proposta muda a Lei Orgânica do DF, que prevê uma linha sucessória que manteria no cargo o governador interino Wilson Lima (PR). A votação em segundo turno deve ocorrer em dez dias.AE
1 Comentários:
Neo liberais caras de pau....não aprendem mesmo....Como sempre estamos ganhando!! nosso mensalão tem 40 indiciados...ganhamos deles!!!!!
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