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segunda-feira, 22 de março de 2010

José Serra foi o carrasco do RJ, MG, PR e ES, na constituinte

Recentemente os estados, sobretudo do Nordeste, defenderam uma reforma tributária, com melhor divisão do ICMS (imposto estadual), para que uma maior parte fosse cobrada no estado onde o consumidor compra. José Serra (PSDB/SP) foi contra. São Paulo é o estado mais industrializado, e um morador do Nordeste que compra um carro fabricado em São Paulo, paga o ICMS para os cofres paulistas.

Todas as mercadorias produzidas no Brasil pagam ICMS no estado onde são produzidas, ou melhor, quase todas. Eletricidade e petróleo, diferem das demais, e pagam onde são consumidas.

São Paulo é o maior consumidor de eletricidade e petróleo produzidos em outros estados. Por isso, o então deputado José Serra (PSDB/SP) mexeu seus pauzinhos durante a constituinte de 1988, para tratar estas duas mercadorias diferentes de todas as outras.

Na prática, Serra saqueou o ICMS sobre o petróleo do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, e saqueou o ICMS sobre a energia elétrica consumida em São Paulo, e produzida no Paraná, em Itaipu, e em Minas Gerais, nas diversas hidrelétricas do Rio Grande e do Rio Paranaíba (MG).

Serra foi o relator da comissão que reformulou o sistema tributário, e produziu esse "Frankstein", atendendo ao lobby da FIESP e do poder político paulista, criando regras onde São Paulo sempre ganha e os demais estados sempre perdem.

Para compensar essa perda do ICMS, os estados produtores de petróleo, passaram a ter direito a uma parcela maior dos royalties, a título de compensação.

A emenda Ibsen Pinheiro, produz uma distorção ao promover uma reforma tributária, retirando os royalties a mais do petróleo para estados produtores, sem repor o recolhimento do ICMS nos estados produtores.

Todos defendemos que a riqueza nacional seja bem distribuída entre todos os brasileiros, e a riqueza do pré-sal deve contemplar a todos por igual, sem privilegiar apenas alguns, sem concentrar renda, justamente nas mãos dos estados mais ricos do Brasil. Mas não faz o menor sentido o Rio, o Espírito Santo, Minas Gerais e Paraná transferirem renda justamente para São Paulo, o estado mais rico e mais industrializado do Brasil.

Certamente a emenda Ibsen sofrerá modificações, corrigindo distorções que quebraria o estado do Rio de Janeiro, da noite para o dia. Mas a médio prazo, uma melhor justiça tributária entre os estados, continua se fazendo necessária. São Paulo merece seu quinhão, proporcional ao tamanho do estado e da maior população de brasileiros que nele vive, mas não pode avançar no quinhão dos demais estados, como José Serra fez na constituinte.

8 Comentários:

Vera Pereira disse...

Esta informação merece ser divulgada e badalada com insistência. Eu mesma não me lembrava que o Serra tinha sido o promotor da redistribuição do recolhimento do ICMS que tanto prejuízos trouxe ao Rio. E não sabia que se estendia o ES e ao PR. Obrigada por me lembrar disso.

X-MAN disse...

Os demotucanos se acham o suprasumo da inteligencia, já estão alardeando que vão rever tudo o que o Lula fez na quastão do pre-sal, está aí uma boa bandeira pra bater no candidato deles, se fossem tão bom de governo o estado de sp estaria bem melhor do que está e não teriam quebrado o Brasil tres vezes; e ainda vem um economista deles e diz que tem que diminuir o ritmo da geração de empregos senão a inflação volta!! Os caras tem a coragem de admitir tudo isso antes das eleições mesmo com um candidato capenga como o deles, o PT só não bate sem dó nessas ideis exdruxulas se for muito incompetente; pra eles as riquezas do pasís só nas maõs dos mandatarios de sempre e o pobre nem emprego merece, com essas ideias de jirico só o datena pra botar fé nessa turma.

Anônimo disse...

Enquanto os parlamentares de outros estados, fora de SP, não unirem forças para acabar com a hegemonia paulista, o Brasil permanecerá subdesenvolvido. Entendo que o berço de toda pobreza está na concentração da riqueza, e nisso o Brasil é campeão.

José Lopes disse...

Precisamos entender que no caso do RJ o governo estadual indiretamente e diretamnte investe muito nos emigrantes. Com o exôdo dos retirantes de outros estados do Brasil em busca de um lugar para viver com dignidade, o RJ teve que investir muito mais em saúde, transporte, urbanização e trabalho para o nosso pessoal do nordeste, norte e de outros polos geográficos. Se desviarem recursos do RJ e de outros estados produtores de petróleo quem vai sofrer com isso são esses retirantes. Cada dia que passa mais gente do nordeste chega, e é bem chegado ao Rio de Janeiro mas, aja investimento para dar conta desse recado.

José Lopes disse...

Quero dizer êxodo.

Cristiana Castro disse...

Até que enfim, uma explicação lógica para essa presepada. Ou seja, distribuindo-se os royalties e recolhendo-se o ICMS nos estados produtores, resolvemos o problema, é isso?

Zé Augusto disse...

Cristiana Castro
É isso mesmo. O problema é todos chegarem a esse acordo.

MARCO disse...

Em casa que falta pão todos brigram ninguém tem razão, mas pra quem tem o pré-sal e o que ele representa de dinheiro que vai entrar essa briga cega já ta parecendo coisa de gente doida.

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