Enquanto José Serra faz campanha eleitoral, dengue se alastra por São Paulo

Os municípios da Baixada Santista estão em alerta contra a dengue. Os últimos balanços divulgados pelas prefeituras de Guarujá, Santos, Cubatão, Praia Grande e São Vicente confirmam 843 casos da doença desde janeiro. Nesse mesmo período, 10 pessoas morreram - três delas crianças - e há outros 2.819 exames em análise. As regiões mais críticas são Santos e Guarujá. Nessa última, a polícia abriu inquérito no mês passado para apurar 83 óbitos. Na capital, são 34 confirmações, enquanto o interior vive situação mais alarmante, com 2.500 casos em Araçatuba e 2.314 em Ribeirão Preto.Leia

Kassab dispensa 438 agentes de combate à dengue

Aqui no blog em 19 de fevereiro de 2010. O prefeito Gilberto Kassab anunciou a dispensou de 438 agentes de controle de zoonoses. Os contratos de trabalho deles expiraram no dia 14 de fevereiro.

Na prática, a cidade de São Paulo perdeu de uma só vez 18% dos cerca de 2.400 homens e mulheres que integram seu exército de combate às larvas do mosquito da dengue. E isso exatamente no verão, época de chuvas frequentes e temperaturas elevadas, em que é maior o risco de proliferação do mosquito Aedes aegypti, o vetor de transmissão da doença.

Segundo a vereadora Juliana Cardoso (PT), que presidia a Comissão de Saúde da Câmara, o problema é que a formação de um agente de controle de zoonoses (doenças transmitidas por animais) é complexa:"O poder público não pode se dar ao luxo de dispensar funcionários com quase des anos de experiência, gente que tem de saber como se dirigir à população, muitas vezes vivendo em áreas violentas, entrar nas casas, subir às caixas d'água, conversar, orientar, esclarecer. Tem de fazer isso tudo, além de levar consigo substâncias tóxicas (larvicidas e raticidas), de ter de prepará-las e de aplicá-las em condições de segurança para si e para a população.