Pages

segunda-feira, 29 de março de 2010

Café com o presidente: desenvolvimento do Nordeste, Ferrovias, e Saúde

Apresentador: Presidente, na semana passada, o senhor foi à Bahia, onde inaugurou o gasoduto da integração Sudeste e Nordeste (Gasene). O que significa para o país e, principalmente, para a região nordeste uma obra desse porte?

Presidente: Significa, Luciano, um pouco mais de independência para o desenvolvimento da região nordeste brasileira, porque nós fizemos a integração entre o sudeste e o nordeste fazendo com que o nordeste possa ter as mesmas condições de receber gás que tem o sudeste brasileiro. É um gasoduto de 1.387 quilômetros. É um gasoduto que tem uma grandeza porque é o maior gasoduto construído pelo Brasil nos últimos dez anos, e o mais importante é que ele vai transportar 20 milhões de metros cúbicos de gás por dia, ou seja, isso é praticamente mais do que dobrar aquilo que era a capacidade do nordeste brasileiro. Portanto, vai ter como industrializar melhor o nordeste, vai ter como modernizar a produção do nordeste, vai ter como ter energia mais limpa no nordeste. E esse gasoduto foi uma coisa importante porque foi a primeira parceria que nós fizemos com os chineses, um investimento muito grande, um investimento praticamente de R$ 7,2 bilhões. E esse gasoduto, durante a sua construção, ele gerou 47 mil postos de trabalho. Quer dizer que é uma obra extraordinária e eu acho que isso vai dando ao Brasil uma cara mais igualitária, uma cara de transformar o Brasil num país das regiões tratadas em igualdade de condições, ou seja, levando benefício para todo o território nacional.

Apresentador: E falando em desenvolvimento das regiões mais pobres do país, presidente, o senhor também aproveitou para lançar o edital de licitação da Ferrovia Oeste-Leste, outra obra que trará desenvolvimento ao nordeste, não é?

Presidente: Olha, Luciano, a Ferrovia Oeste-Leste é uma ferrovia muito grande, é uma ferrovia de 1.527 quilômetros de distância. Se a gente for analisar todo o tamanho dela, ou seja, saindo de Ilhéus, passando por Caetité e Barreiras, na Bahia, a gente vai chegar em Figueirópolis, em Tocantins, interligando a Oeste-Leste com a ferrovia Norte-Sul, permitindo que o Brasil tenha um sistema de transporte altamente moderno e praticamente integrado, porque tudo isso vai terminar se ligando ao Porto de Itaqui. Depois que nós terminarmos a ferrovia Norte-Sul, em Anápolis, nós vamos levá-la até Estrela D'Oeste, em São Paulo. Então você vai ter uma ligação direta, sabe, de todo o norte e o nordeste com o sistema ferroviário se ligando ao sul e ao sudeste do país numa demonstração de um sistema ferroviário vigoroso para garantir mais capacidade de escoamento das coisas produzidas no Brasil. E tudo isso vai ser importante porque nós vamos ter um sistema ferroviário muito forte, ou seja, construindo a Norte-Sul, que vai do Porto de Itaqui, no Maranhão até o Porto de Santos, ou seja, quando a gente chegar em Estrela D'Oeste, este ano nós vamos terminar a primeira fase até Anápolis, que dá um total de mais de 1.500 quilômetros feitos só no nosso governo. Já está no PAC 2 a continuidade até a Estrela D'Oeste. Com a construção de mais 1.527 quilômetros da ferrovia Oeste-Leste na Bahia e, depois, com a conclusão, em 2012, da ferrovia Transnordestina, nós vamos ter um sistema ferroviário muito vigoroso para ajudar o Brasil a se transformar numa economia muito forte.

Apresentador: Você estava ouvindo o Café com o Presidente, o programa de rádio do Presidente Lula. Presidente, outro evento que mereceu destaque, na semana passada, foi a entrega de ambulâncias, em São Paulo. Ações desse tipo vêm reforçar a preocupação do governo com a melhoria da saúde do povo brasileiro, não é?

Presidente: Nós temos um compromisso, Luciano, de entregarmos este ano 3.800 novas ambulâncias, ou seja, essas 650 fazem parte de um processo de aumento. Hoje nós atingimos 1.234 municípios, atendemos, mais ou menos, 130 milhões de pessoas. Com todas as ambulâncias funcionando, nós vamos atender praticamente quatro mil municípios, chegando a quase 165 milhões de pessoas. E estamos fazendo isso porque nós entendemos que é preciso cada vez mais a gente melhorar a qualidade de saúde do povo brasileiro. Só para você ter uma idéia, essas novas ambulâncias, algumas vão estar tão bem equipadas que se um cidadão passar mal, o primeiro exame, por exemplo, cardíaco, será feito na ambulância, será passado diretamente para um hospital especialista para dar um diagnóstico imediatamente. E isso vai salvar muitas vidas no Brasil. Eu acho que é um projeto muito, muito importante, e se você juntar as 3.800 ambulâncias que vão estar circulando no Brasil com as 500 UPAS, é a Unidade de Pronto Atendimento que nós vamos fazer pelo Brasil inteiro, e essas UPAS, elas vão funcionar vinte e quatro horas por dia, ou seja, é um tratamento de emergência, ou seja, qualquer problema a qualquer hora da noite que a pessoa tiver, ou seja, a pessoa vai na UPA, é atendida, se tiver que ir para o hospital, a ambulância do SAMU vai levar para o hospital e as pessoas não vão ficar vagando dentro de uma ambulância procurando um leito hospitalar, não. Já vai sair da UPA com o leito hospitalar garantido, e isso tem facilitado a vida das pessoas. Nós vamos aperfeiçoar, e muito, o sistema de atendimento ao povo brasileiro.

3 Comentários:

Lea disse...

Zé Augusto, ontem no domingo espetacular o bicho pegou p/o Serra e a Globo.
Temos que mostrar esse video a exautão em todos blogs petistas

Lea disse...

Zé Augusto, o Serra tem um patrocinador, esse patrocinador é a Globo. veja

http://noticias.r7.com/sao-paulo/noticias/veja-bastidores-da-tentativa-da-tv-globo-de-encobrir-posse-ilegal-de-terreno-publico-20100328.html

Anônimo disse...

Peça de campanha para Dilma:

29/03/2010
Serra sem nenhum brilho

Não é fácil avaliar a gestão de um governo que nem sequer acabou. Até porque muitas medidas ainda vão surtir efeito com o tempo, principalmente as que envolveram mudanças na gestão, baseadas na busca do mérito. Mas o fato é que o governo Serra (PSDB) está longe de ter sido ruim, certamente foi acima do regular, mas não teve brilho. Provavelmente vai deixar pouca coisa ou quase nada marcante na memória do paulista.

Na sua gestão, a violência cresceu, especialmente os roubos, o que é, certamente, a pior notícia para o governo tucano, embora parte da responsabilidade possa ser debitada à crise econômica.

As medidas mais ousadas ocorreram na educação: bônus por desempenho, por exemplo. Mas são mudanças que vão demorar muito tempo até aparecerem. A realidade é que, no saldo final, a gestão do PSDB em educação carrega números sofríveis, incompatíveis com a riqueza material e intelectual de São Paulo.

Sua gestão como ministro da Saúde conseguiu deixar marcas até agora repetidas: os genéricos, o combate à patente de certos remédios e a aceleração do programa contra a Aids. Foi uma gestão marcada por inovações. Não é o que ocorreu em São Paulo.

As obras que ele deixa foram, em sua imensa maioria, iniciadas em gestões anteriores, o que não é necessariamente ruim. Algumas delas são um desperdício, como a ampliação, por R$ 1,3 bilhão, da marginal Tietê; outras são melhores, como a ampliação do metrô, com a incorporação das linhas dos trens.

No geral, é um governo que se apresenta como fazedor de obras, sendo a maioria delas previsíveis. Daí que seu governo não teve brilho.

*

PS - Uma das minhas suspeitas é que a obsessão pela Presidência atrapalhou Serra. Assim como para ele a prefeitura foi um trampolim, o governo estadual também foi um trampolim.

Resta saber se Serra não será punido por tantos pulos.

do insuspeitíssimo Gilberto Dimenstein

Postar um comentário


Meus queridos e minhas queridas leitoras

Não publicamos comentários anônimos

Obrigada pela colaboração