A culpa pelas grandes enchentes que têm assolado a capital paulista, recentemente transferida para a população que joga lixo nas ruas e até para São Pedro, é basicamente de gestão.
Os argumentos do governador José Serra (PSDB) e do prefeito Gilberto Kassab (DEMos) não resistem a uma análise de suas próprias ações nos últimos anos. Para isso, basta lembrar a importância do desassoreamento do Rio Tietê e da limpeza dos córregos e dos piscinões para que a cidade resista até às chuvas mais leves. Daí observa-se que os dois governantes criaram a situação de limite no sistema hídrico de São Paulo. Os motivos são basicamente quatro:
Calha do Tietê:
Nos últimos três anos, Serra não retirou a terra e os dejetos do fundo do Rio Tietê. Seu antecessor, o também tucano Geraldo Alckmin, gastou R$ 1,7 bilhão nas obras de aprofundamento da calha do principal rio da capital. Por conta disso, o rio hoje dá conta apenas de metade do fluxo de águas.
Em outubro de 2008, o governo estadual firmou contratos para retirar 400 mil m³ de terra da calha do Tietê, mas só retiraram 310 mil m³. Os especialistas são unânimes em afirmar que seria necessário retirar um milhão de m³.
Ou seja: nem metade do necessário foi feito. Entre os anos de 2000 e 2008, o gasto do Governo Serra foi reduzido em mais de 80% na Calha do Tietê. Só em 2009, ele foi de cerca de 50% até dezembro. Quanto ao orçamento para as obras da Calha diminuiu em R$ 128 milhões de 2009 para 2010. Os dados estão nas contas do próprio governo Serra.
Limpeza dos Córregos:
Quase metade das subprefeituras de São Paulo não limpou margens e calhas dos córregos da cidade após os temporais do mês passado, o janeiro mais chuvoso dos últimos 60 anos. São 31 subprefeituras e 13 delas (42%) passaram o primeiro mês do ano sem investimentos neste serviço, conforme revelou o jornal “O Estado de São Paulo”. Além disso, os valores empenhados para a limpeza dos córregos neste ano, quando a administração assume o compromisso de pagamento, correspondem a cerca um quinto do gasto no mesmo período em 2009.
Sem a limpeza, os resíduos vão para os rios Tietê e Pinheiros, contribuindo para o assoreamento deles.
Piscinões:
O Plano de Macrodrenagem para a Região Metropolitana de São Paulo, de 11 anos atrás, não foi concluído, mas já está totalmente defasado.
Ele prevê que a Bacia do Alto Tietê suporte temporais que despejam 80 milímetros de água em duas horas, bem mais que as chuvas que atingiram a capital. O projeto, fechado pelo Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE) em 1998, previa a construção de 134 piscinões na Grande São Paulo. Foram feitos somente 43.
Além disso, como revelou o próprio Kassab no início de fevereiro, as empresas terceirizadas responsáveis pela sua limpeza não cumpriram seus contratos e a maior parte dos piscinões não foi limpa, apesar do período de chuvas.
Bueiros sujos e lixo nas ruas:
O sistema de bueiros e galerias que levam as águas das sarjetas das ruas para os rios não recebe o tratamento adequado e são entupidos ou obstruídos a maior parte do tempo. Só na capital, são 397 mil bocas de lobo e 2.850 km de galerias, que precisam ser limpas permanentemente.
Em vez de limpeza, Kassab manda caminhões de água lavarem as ruas antes de serem varridas. O lixo entope as galerias todos os dias, fazendo com que qualquer chuva alague as ruas.
Para completar, a coleta de lixo estabelecida pelo próprio Kassab tem resultado na permanência do lixo nas ruas a maior parte do tempo. Leia mais aqui.
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3 Comentários:
Gente, por que não convocar aquele bispo de Juazeiro que fez greve de fome para impedir a transposição do São Francisco?Minha idéia é ele vir para São Paulo ficar de greve as margem do Tiête escadalizado com a falta de política para o meio ambiente e a população ribeirinha, daria destaque e só assim seria possível ver os meios de comunicação explicando melhor o que ocorre em São Paulo.Também poderia participar aquela atriz da Globo que queria impedir a transposição.
Um pouco de poesia moderna:
REQUIEM DEMONÍACO
Arruda arruinado;
Kassab cassado;
Bornhausen borrado;
Agripino engripado;
Caiado caído;
Maia malhado;
Demóstenes desmoralizado;
Magalhães esmagado;
esmigalhado...
DEM demolido !!!
Nas próximas eleições para presidente, sugiro que na campanha seja mostrado a população o modo como a mídia trata os candidatos, por exemplo: na gestão Marta Suplicy, quando ocorria alagamentos, a midia detonava a prefeita, agóra a mídia culpa São Pedro. Poderiam serem mostrados vídeos da época da Marta comparando com os atuais, isso para mostrar para o pôvo que a mídia tem partido.
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