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sábado, 30 de janeiro de 2010

Stedile critica polícia de SP e promete campanha contra Cutrale

O líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) João Pedro Stedile criticou na quinta-feira, 28, a ação da Polícia Civil de São Paulo na prisão de nove pessoas ligadas ao MST.

Disse: "ocupar terra pública não é crime" e prometeu uma campanha de denúncia contra a Cutrale (a empresa fabricante de suco de laranja ocupa terras cujas escrituras estão em nome União, que foram também ocupadas pelo MST em protesto, o que originou a perseguição policial e nove presos).

"Vamos mobilizar nossos amigos em todo o mundo", afirmou, dizendo que a campanha começaria no Fórum Social Mundial (FSM), onde participou de seminário.

"Vamos aproveitar o fórum para denunciar a forma como a Cutrale produz esse suco, que depois ela entrega para a Coca-Cola", declarou, em entrevista após o seminário no FSM.

Globo oculta do noticiário "Operação Fanta" da Polícia Federal envolvendo a Cutrale

A TV Globo usa dois pesos e duas medidas: faz matérias diariamente sobre as prisões do MST, mas não deu atenção para os resultados da Operação Fanta, da Polícia Federal, que tem provas de que a Cutrale e outras empresas formaram um cartel e passaram a definir preços e datas de compra de laranja de produtores, desrespeitando as regras do mercado. Também omite os processos do INCRA para retormar as terras da União, ocupadas pela Cutrale.

Polícia política de José Serra

O líder do MST acrescentou que "a Polícia Civil de São Paulo está exagerando por motivação política", uma vez que demo-tucanos, capitaneados por José Serra (PSDB/SP), adotam a política de perseguir e criminalizar o MST.

Lembrou que a ação "aproveitou o calendário político", para dar munição à CPI do MST, no momento em que o Congresso volta do recesso em fevereiro.

PIG difama MST para justificar repressão

João Pedro avalia também que os meios de comunicação atuam para “criar uma influência na opinião pública para justificar a repressão”. Um exemplo é a cobertura sensacionalista da prisão de nove trabalhadores rurais ligados ao MST na região onde foi realizado um protesto contra grilagem de terras pela transnacional Cutrale, e sem ouvir o outro lado.

Com eleição de Lula, direita passou usar o Judiciário, Legislativo e Imprensa como arma de luta política

Stedile, acredita que as forças de direita passaram a utilizar com mais intensidade os instrumentos que têm maior controle, depois da eleição do presidente Lula. Para ele, os principais instrumentos da direita são o Poder Judiciário, o Poder Legislativo e os meios de comunicação de massa. “Querem criminalizar toda a luta social”, afirma.

“O presidente do STF [Gilmar Mendes] é o porta-voz do comitê central da direita brasileira”, disse João Pedro. Por isso, Mendes entra no cenário político para dar opiniões consideradas anti-populares fora dos autos sobre uma série de temas.

Jurista critica polícias a serviço de grandes empresas

O jurista Jacques Távora Alfonsin, procurador do Estado do Rio Grande do Sul aposentado, denunciou que o processo de criminalização se sustenta em um tripé inconstitucional, formado por vigilância, controle e correção. Segundo ele, as polícias e as grandes empresas andam de mãos dadas no processo de perseguição dos militantes sociais. “Nunca houve neste país uma ligação tão íntima entre o aparelho policial e o poder econômico”, afirmou. Leia mais aqui.

6 Comentários:

Anônimo disse...

Hmmm, tem coca-cola na história?

Então a luta está ganha. As corporações mndiaus se apavoram com campanhas que denunciam suas participações em violações no terceiro mundo.

trovinho disse...

A Cutrale comprou a fazenda São Henrique, em homenagem ao cartorário Henrique (que deu o jeito), fazenda produto de grilagem conforme o INCRA constatou. Alguns anos depois, meu bisavô passou pelas mesmas agruras daquela colônia atacada por jagunços como colono alí perto, em Pirassununga. Nem na guerra em que foi ferido, viveu tanta ansiedade, pois protegia seus filhos, como nossos heróis do MST.

Participação Política PSB disse...

Excelnte texto, mostra a realidade e a atuação de algumas pessoas do poder judiciário brasileiro que faz vergonha em qualquer situação. No Estado de Santa Catarina, tipificaram como crime pensamento, tentativa de invasão, Assim o país não modifica sua posição dos últimos em distribuição de Renda.

Anônimo disse...

O silêncio das autoridades quanto a venda fraudulenta das terras da União é vergonhoso.
Desta forma sou solidária ao MST, sobretudo quando denuncia a criação de florestas como as de eucalipto.
Cada árvore de eucalipto retira do solo 30 litros de água por dia. Eu disse uma árvore; daí que já dá para imaginar uma floresta desta árvore. Este solo se torna estéril, no qual não há uma michoca sequer.
Incêndios nestas florestas mais parecem explosões de produtos químicos.
São as chamadas florestas sem alma em razão da inexistência de seres vivos como formigas, minhocas etc.
A destruição do solo brasileiro em razão deste cultivo é visível por qualquer cidadão comum na maioria dos estados brasileiros e sobretudo no Espírito Santo, Minas, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro.
Dá para imaginar Rio Grande do Sul com rios secos, solos crestados, quando isto só se via em estados do nordeste?
Dá até para desconfiar das inundações e quedas de barreiras em todo o solo brasileiro devido a erosão provocada por estas florestas.
Assim, muitos países como Austrália, Canadá têm seu cultivo proibido.
Mas, no Brasil estas empresas financiam TODOS os partidos e por isto nos discursos desviam a atenção do povo brasileiro para a floresta amazônica, enquanto nossos rios a cada dia que passa secam.
Deve ser porque estas empresas de celulose financiam TODOS os partidos políticos.
Parabéns MST, a luta continua.
Partidos verdes, só se for de vergonha.

Anônimo disse...

Stédile é um VAGABUNDO e LADRÃO, não vale absolutamente nada, é um CANALHA LADRÃO que esteve aqui em São Luis - MA, PAGO pelo deputado do PSDB Roberto Rocha para " apoiar " o cassado Jakson Lago.
Um vagabundo como o Stédile devris ser condenado a morte. Esse vagabundo vai sujar o nome de Lula e complicar a eleição de Dilma.

Anônimo disse...

Não importa a situação da Cutrela. O MST não pode destruir, como fizeram, a propriedade alheia com fins de causar prejuizo. Cadeia para esses bandoleiros por destruição do patrimônio alheia (as laranjas não foram plantadas por eles).

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