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terça-feira, 15 de dezembro de 2009
"Sierra" e o exterminador do futuro
Se os moradores da Zona Leste de São Paulo não tem muito o que comemorar com o alagão do esgoto da SABESP que dura mais de uma semana, José Serra (PSDB/SP) aproveita seu passeio em Copenhague para trazer para os netinhos uma foto ao lado do astro de filmes como o "Exterminador do Futuro" e "Predador".
Arnold Schwarzenegger, ex-ator e atual governador da Califórnia pelo Partido Republicano (o mais conservador dos EUA, do ex-presidente Bush), participou, assim como José Serra, de um evento paralelo da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas. Nos intervalos posaram para fotos. Schwarzenegger chamou Serra de "Sierra".
Neste evento paralelo, Serra fez sua apresentação antes de Schwarzenegger, e fez seu discurso em Inglês, renegando a língua portuguesa, oficial do Brasil.
Schwarzenegger falou depois, e arrancou risos da plateia ao dizer que não só ele falaria inglês com sotaque (ele é austríaco), numa referência a Serra.
Na contramão do G-77 Serra acha que Copenhague já é um sucesso
O G-77 é o grupo dos 77 países pobres e em desenvolvimento, que lutam para que os países ricos arquem com os custos de um fundo mundial para financiar o desenvolvimento sustentável dos países pobres, e da preservação de suas florestas nativas.
Ainda há muita resistência dos países ricos em entrarem com o dinheiro que ganharam poluindo o mundo. Criam dificuldades e impasse, ao empurrarem sua conta para os países em desenvolvimento. A estratégia é levar ao impasse e reduzir suas obrigações tanto financeiras como de conter emissões poluentes.
Nesse quadro de muita luta aguerrida pelo G-77, José Serra entra na contramão.
Primeiro defendeu a posição dos países ricos, querendo transferir dinheiro dos brasileiros para limpar o lixo dos países ricos.
Depois afirmou que Copenhague já deu certo pela mobilização feita. Serra está errado. Não deu certo ainda, e as conquistas serão palmo-a-palmo.
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, pediu hoje aos 192 países reunidos, que alcancem um acordo "ambicioso" que impeça o fracasso da conferência.
Copenhague é uma praça de guerra de interesses, idéias, obrigações e deveres em conflito. O Brasil precisa de negociadores duros, guerreiros como Dilma Rousseff para conquistar avanços que, por mais que o G-77 se esforce, estarão longe do ideal.
Serra e Marina Silva trabalham contra os interesses do Brasil para ouvir o aplauso fácil daqueles ricos que sacodem as jóias quando batem palmas.
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