A peça do Orçamento paulistano de 2010 prevista para ser votada hoje na Câmara Municipal aponta a destinação de R$ 45 milhões para o sistema da prefeitura de atendimento aos cidadãos, aumento de cerca de 30% em relação ao destinado neste ano, R$ 34,5 milhões.
Hoje a principal responsável pelo serviço é a Call Tecnologia, ligada ao escândalo no governo de José Roberto Arruda (DEM) no DF, colega de partido do prefeito paulistano, Gilberto Kassab.
Segundo Durval Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais do DF, o dinheiro que o empresário Alcyr Collaço aparece em gravação guardando na cueca é referente a um contrato realizado com a Call. A empresa é de José Celso Gontijo, dono da construtora JC Gontijo, que mantém contratos com o governo do DF.
Em outro vídeo, Gontijo aparece levando notas que abasteceriam o esquema de corrupção montado no DF. As imagens mostram, na sala de Barbosa, o empresário abrindo uma pasta e entregando pacotes com dinheiro.
Segundo a Prefeitura de São Paulo, a verba prevista no Orçamento será usada para melhorar o sistema atual, mas não será necessariamente convertida em contratos com a Call.
Uma possível ampliação da atual parceria, segundo a prefeitura, só será definida após a aprovação orçamentária. A empresa mantém o serviço 156, de ligações gratuitas para reclamações e informações ligadas à administração, e do PPI (Programa de Parcelamento Incentivado), em que devedores são procurados por telefone para negociar dívidas com o município.
A Prefeitura de São Paulo também mantém contrato com a Uni Repro Serviços Tecnológicos, outra suspeita de arrecadar dinheiro para a manutenção do suposto esquema revelado pela PF. Tanto a Uni Repro como a Call seriam usadas para alimentar os supostos desvios.
A Secretaria de Saúde do DF, então controlada pelo PPS, contrariou orientação interna ao contratar a Uni Repro.
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