José Serra (PSDB), foi informado na noite de quarta-feira, 16, por telefone, de que Aécio Neves anunciaria sua desistência da pré-candidatura tucana à sucessão do Presidente Lula. Aécio, convidou Serra para participar do pronunciamento, feito na tarde desta quinta-feira, 17, De acordo com Aécio Serra, não aceitou e justificou que não poderia comparecer devido a compromissos já agendados.
Nem bem o governador Aécio Neves desistiu da candidatura à presidência, e já te análista político fazendo previsão para 2010. Na opinião de Fábio Wanderley Reis, por exemplo, "Com a renúncia de Aécio, Serra se vê forçado a carregar o estandarte do PSDB na corrida à sucessão do Presidente Lula", afirma o cientista político e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Fábio Wanderley Reis, complementando: "Agora, não dá para o Serra dizer que não é candidato."
Para o cientista político, a carta de renúncia de Aécio Neves deixa o PSDB em uma situação ainda mais difícil no cenário sucessório de 2010. Na sua avaliação, o tom da carta do governador mineiro "denota um ânimo negativo" em termos da disputa interna que se travou no PSDB. Além disso, Fábio Wanderley acredita que os tucanos ainda não encontraram um discurso alternativo para 2010. O cenário para o governo Lula é favorável e com a saída de Aécio da disputa ao Palácio do Planalto, as atenções voltam a se concentrar mais fortemente nos nomes de Serra e da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), potencial candidata petista à Presidência nas eleições do ano que vem. "A disputa volta a ficar polarizada e favorece o cenário plebiscitário que o PT tanto deseja", reitera o professor.
Fábio Wanderley cita, ainda, que a não realização de prévias no PSDB para a escolha do candidato que irá representar a legenda nas eleições presidenciais de 2010 também é um fator que contribuiu para o cenário difícil que os tucanos enfrentam. "A disputa latente (entre Serra e Aécio) acabou sendo resolvida com um ânimo negativo, que foi a carta do governador mineiro", destacou.
O cientista político diz que outros fatores, como os escândalos que atingiram o Democratas (tradicional aliado dos tucanos nas eleições) e a volta à mídia da denúncia envolvendo o senador tucano Eduardo Azeredo (MG), no episódio batizado de mensalão mineiro, também são fatores que contribuem para a difícil fase que o PSDB enfrenta.
O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), maior interessado na desistência de Aécio Neves, não comentou publicamente a decisão, mas divulgou nota oficial, em que afirmou não estar surpreso com a "grandeza e o despreendimento" demonstrado por Aécio.
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