Na contramão do que defendem setores do PSDB, que querem evitar a comparação entre o governo Lula e os oito anos de gestão tucana na Presidência da República, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, apareceu ontem no Instituto FHC (criado com dinheiro público) para criticar a "inércia da oposição" e atacar Presidente Lula.
Três dias após a publicação de artigo no Estado, no qual usou expressões como "subperonismo" e "autoritarismo popular" para classificar o governo Lula, o ex-presidente criticou discussão sobre os recursos do pré-sal no Congresso ao biodiesel e às taxas de crescimento econômico.
"Escrevi esse artigo, não é a primeira vez que digo isso. Eu pus tudo junto. Sinto que há um risco de desfazer o que a gente pensou que já estivesse consolidado. (Ou seja, ele acha que Dilma ganha a eleição). No artigo, o ex-presidente afirmara que, "se Dilma ganhar as eleições, sobrará um subperonismo (o lulismo) contagiando os dóceis fragmentos partidários, uma burocracia sindical aninhada no Estado e, como base do bloco de poder, a força dos fundos de pensão".
Ontem, Fernando Henrique, lembrou novamente da ministra Dilma, disse que, um dos candidatos da oposição tem por volta de 40%. A candidata do governo tem por volta de 15%, 16%. que já teve mais e caiu. O Presidente Lula tem 65%, 70%. Dizem que Presidente não transfere votos... Como não transfere? Já transferiu 15%. Ela não tinha nada, zero. Ele transferiu e pode transferir mais.afirmou ele.Para ele, a campanha de 2010 deve levar o eleitor ao futuro e não ao passado. A oposição, aconselhou, deve criar horizonte e "não discutir número".
Setores do PSDB ligados aos governadores José Serra (SP) e Aécio Neves (MG), nomes do partido cotados para disputar a Presidência no ano que vem, querem evitar o confronto de dados (números) entre as duas gestões de FHC (1995-2002) e os dois mandatos de Lula. O argumento é que as pesquisas têm mostrado que o eleitor avalia mais positivamente o atual governo - Aécio, por exemplo, chega a falar numa "era pós-Lula" e Serra já afirmou publicamente que a disputa de 2010 não será entre o atual presidente e FHC.
Ontem, Fernando Henrique, lembrou novamente da ministra Dilma, disse que, um dos candidatos da oposição tem por volta de 40%. A candidata do governo tem por volta de 15%, 16%. que já teve mais e caiu. O Presidente Lula tem 65%, 70%. Dizem que Presidente não transfere votos... Como não transfere? Já transferiu 15%. Ela não tinha nada, zero. Ele transferiu e pode transferir mais.afirmou ele.Para ele, a campanha de 2010 deve levar o eleitor ao futuro e não ao passado. A oposição, aconselhou, deve criar horizonte e "não discutir número".
Setores do PSDB ligados aos governadores José Serra (SP) e Aécio Neves (MG), nomes do partido cotados para disputar a Presidência no ano que vem, querem evitar o confronto de dados (números) entre as duas gestões de FHC (1995-2002) e os dois mandatos de Lula. O argumento é que as pesquisas têm mostrado que o eleitor avalia mais positivamente o atual governo - Aécio, por exemplo, chega a falar numa "era pós-Lula" e Serra já afirmou publicamente que a disputa de 2010 não será entre o atual presidente e FHC.
Ao comentar o que chamou de inércia da oposição e da sociedade, FHC disse "que todo mundo fica com medo de falar contra Lula". Depois, disse que se expõe muito e que "poderia ficar em casa."
Todos ignorantes?
O ex-ministro das Comunicações Luiz Carlos Mendonça de Barros declarou que no ano que vem, do ponto de vista do bem-estar econômico, a situação vai ser melhor que em 2006 - ano em que houve a última eleição presidencial. Foi, no entanto, irônico e chamou setores do governo de "ignorantes e neófitos que não sabem o que estão fazendo" - "sem citar nomes".
"O que fazem com o superávit primário é uma manobra contábil de quinta categoria. Nós fizemos alguma, mas com muita classe", ironizou ao comentar a contabilidade de gastos e investimentos para o cumprimento da meta fiscal.
Aprovação do presidente inibe tucanos
A oposição reconhecem que a popularidade do Presidente Lula e a falta da definição de um candidato oposicionista à sua sucessão têm dificultado a tarefa de se contrapor ao Planalto.
É fato que a crítica mais contundente das atividades de Lula e da ministra Dilma Rousseff, durante a visita a obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em cidades próximas do Rio São Francisco, no Nordeste, não partiu de políticos do PSDB, DEM ou PPS. Ela coube ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, líder da oposição no STF, que apontou o tom de campanha da viagem e a classificou de "vale-tudo" eleitoral.
Já o deputado e também tucano Luiz Carlos Hauly (PR) busca argumentos em outra direção. "Tenho certeza que a população entende que representamos projetos de governo absolutamente diferentes e que podemos oferecer um salto de qualidade com a vitória da nossa candidatura."
Presidente do DEM, o deputado Rodrigo Maia (RJ) admite ser complexo fazer oposição a um Presidente que é "o mais popular desde Getúlio Vargas". Mas defende a tese de que a oposição deve colar cada vez mais os problemas do governo na imagem de Lula."Prosperou na oposição a tese de que não deveríamos bater na figura do presidente Lula. Para mim, é um equívoco que não será repetido "diz.
"Sei que é difícil criticar alguém que tem avaliação positiva de 80%, mas é nosso dever baixar esse índice para pelo menos 50% ou 60% mostrando quais são os problemas de seu governo e como as falhas de gestão são de responsabilidade do presidente. Claro que a ausência na definição de um candidato torna isso mais complicado. Porque não adianta propormos uma estratégia de ação e o candidato depois não concordar com isso", acrescenta o presidente do DEM.
Aprovação do presidente inibe tucanos
A oposição reconhecem que a popularidade do Presidente Lula e a falta da definição de um candidato oposicionista à sua sucessão têm dificultado a tarefa de se contrapor ao Planalto.
É fato que a crítica mais contundente das atividades de Lula e da ministra Dilma Rousseff, durante a visita a obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em cidades próximas do Rio São Francisco, no Nordeste, não partiu de políticos do PSDB, DEM ou PPS. Ela coube ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, líder da oposição no STF, que apontou o tom de campanha da viagem e a classificou de "vale-tudo" eleitoral.
Já o deputado e também tucano Luiz Carlos Hauly (PR) busca argumentos em outra direção. "Tenho certeza que a população entende que representamos projetos de governo absolutamente diferentes e que podemos oferecer um salto de qualidade com a vitória da nossa candidatura."
Presidente do DEM, o deputado Rodrigo Maia (RJ) admite ser complexo fazer oposição a um Presidente que é "o mais popular desde Getúlio Vargas". Mas defende a tese de que a oposição deve colar cada vez mais os problemas do governo na imagem de Lula."Prosperou na oposição a tese de que não deveríamos bater na figura do presidente Lula. Para mim, é um equívoco que não será repetido "diz.
"Sei que é difícil criticar alguém que tem avaliação positiva de 80%, mas é nosso dever baixar esse índice para pelo menos 50% ou 60% mostrando quais são os problemas de seu governo e como as falhas de gestão são de responsabilidade do presidente. Claro que a ausência na definição de um candidato torna isso mais complicado. Porque não adianta propormos uma estratégia de ação e o candidato depois não concordar com isso", acrescenta o presidente do DEM.
Reação
O presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), disse que o tucano não se conforma com a perda de prestígio. "Esse artigo deixa claro que ele é um homem amargurado. Não se conforma com a queda de sua popularidade", disse.
Berzoini disse ainda que Serra "fugia de ser o candidato do Fernando Henrique" quando disputou a eleição de 2002. "Os tucanos tremiam de medo quando o Fernando Henrique aparecia em qualquer atividade."
Já líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza, comparou Fernando Henrique ao ex-presidente peruano Alberto Fujimori. "O texto mancha a biografia dele. Aquilo é fala própria de um Fujimori", comparou. "Depois de Lula ser homenageado no mundo inteiro por dar estabilidade política à América Latina e dar exemplo aos líderes americanos de não alterar a Constituição para garantir sua própria reeleição, é triste ver um intelectual que foi presidente do Brasil, do porte do Fernando Henrique, descer tão baixo numa avaliação política."
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