Índices pioraram nas rodovias Bandeirantes, Anhanguera, Anchieta, Imigrantes, Raposo Tavares e Castello Branco -todas privatizadas
O índice de mortes por acidentes cresceu nas seis principais estradas estaduais de São Paulo -Bandeirantes, Anhanguera, Anchieta, Imigrantes, Raposo Tavares e Castello Branco- entre 2001, três anos após as concessões, e 2008.
No sistema Anchieta-Imigrantes, o índice detectado é pior do que os padrões internacionais. Os dados são da Artesp, a agência estadual responsável pelos contratos das rodovias concedidas à iniciativa privada.
O aumento atinge, por exemplo, as concessionárias AutoBan (Anhanguera-Bandeirantes, onde o índice passou de 1,83 para 2,32), Ecovias (Anchieta-Imigrantes, de 2,45 para 3,24) e ViaOeste (parte da Castello Branco e da Raposo Tavares, de 0,89 para 2,35).
Esse índice é resultado de uma fórmula internacional que considera a relação entre o número de vítimas, o fluxo de tráfego e a extensão da rodovia. A piora ocorre apesar da expansão da fiscalização eletrônica e da lei seca (que está em vigor desde 2008).
A Artesp considera seguro, com base em padrões internacionais, estradas que obtenham média inferior a 2,5, valor a que a agência pretende chegar em todas as rodovias sob concessão até 2020.
As concessionárias, porém, não podem sofrer nenhum tipo de sanção por conta da piora dos índices, pois não há previsão em contrato.
Segundo o professor Coca Ferraz, coordenador do Núcleo de Estudos de Segurança no Trânsito da USP de São Carlos, o número de mortes é maior do que o apontado no estudo da Artesp -por estarem contabilizados, de acordo com ele, os feridos em acidentes que acabam morrendo nos hospitais.
"Estudo do Ipea [Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas] aponta que o número real é 65% maior que as mortes ocorridas no local"diz Coca Ferraz.
Engenheiro e professor da UnB (Universidade de Brasília), David Duarte Lima avalia que aumento do tráfego e da velocidade não são motivo suficiente para explicar o aumento no índice de mortes nas rodovias terceirizadas.
"Sempre há o que fazer, como aumentar fiscalização, adaptar pistas, realizar campanhas entre usuários."
Na opinião de Lima, metas de redução da violência deveriam constar nos contratos. "Foi um erro da concessão."A notícia você encontra também na Folha assinante
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