Hotel onde os tucanos se reuniram para falar de povão
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Mas estão fracos na área social, especialmente nos programas de transferência de renda, identificados como do governo Lula, e a empatia do Presidente junto à população mais pobre.
Confortávelmente instalados no hotel de luxo, os tucanos foram aconselhados pelo cientista político Antonio Lavareda, do Ipespe, a usar mais a palavra "pobre" e deixar de lado a expressão "menos favorecidos", que soa esnobe.
Alberto Almeida, do Instituto Análise, de São Paulo, um dos principais conselhos foi tratar o Bolsa Família como algo já incorporado ao dia a dia da população e, em hipótese alguma, deixar prosperar a versão difundida na campanha de 2006 - aquela que, se Geraldo Alckmin fosse eleito, o programa correria risco de extinção.
A ordem é simples: ir mais para o corpo a corpo, num diálogo direto com o chamado "povão", e buscar apoios na sociedade civil organizada, como o PT fez desde o início da sua história. Na palestra de Lavareda, os deputados e senadores viram os comerciais exibidos nos Estados Unidos a favor e contra a reforma do sistema de saúde, um dos temas mais polêmicos da administração Barack Obama.
Descobriram, por exemplo, que os deputados republicanos não fazem sozinhos a campanha contra a proposta. Eles mobilizaram os setores conservadores da sociedade americana para rebater a proposta de o governo custear os serviços de saúde e conseguiram, já que a sociedade americana tem uma mentalidade mais voltada ao setor privado. Ou seja, não basta ficar gritando no Legislativo contra qualquer projeto de Lula. É preciso ter uma parcela social engajada na luta.
Ensaio
Nesta segunda-feira, os tucanos começam um ensaio contra mais um projeto do Presidente: a regulamentação imediata do projeto do pré-sal. O partido foi orientado a criar o seguinte discurso: "A incerteza jurídica sobre o marco regulatório já deu prejuízos ao Brasil nos últimos três anos e ainda vai dar nos próximos 10. É o toque de midas ao contrário" , diz o deputado Luiz Paulo Vellozo Lucas, presidente do Instituto Teotônio Vilela.
A questão ambiental não ficou de fora. Ontem à tarde, o economista Sérgio Besserman falou das repercussões econômicas desse tema e aconselhou os tucanos a prepararem um discurso que possa levar esse assunto à baila na eleição, até mesmo como forma de se preparar para fazer um contraponto a Marina Silva.
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