O dono do IBOPE, Carlos Augusto Montenegro, deu entrevista para a revista Veja desta semana. Normalmente isso pouco importa, a Veja já não apita nada, é apenas um manual panfletário para demo-tucanos elevarem um pouco sua auto-estima, que anda muito baixa.
O curioso é que sua entrevista foge completamente à qualquer lógica que algum especialista sério em pesquisas faria.
As perguntas foram sob encomenda para obter as respostas que a Veja queria. E Montenegro, espertamente, divagou em suposições diversas ao agrado do Cliente (José Serra), sem comprometer muito o IBOPE com números que serão desmentidos mais tarde. Não citou qualquer número verdadeiramente objetivo, fez comparações desconexas com eleições do passado, em conjunturas diferentes. Não deu nenhum argumento, com base em pesquisa qualitativa, que dê sustentação racional ao que diz.
Então onde se encaixa essa entrevista de Montenegro, meio extemporânea, com notória má vontade nas respostas, e desabonadora para a credibilidade e reputação de seu instituto?
Tudo indica que as páginas amarelas da revista Veja estava escalada para Mercadante (ou outro "dissidente" do PT), desfilar críticas ao PT e ao Presidente Lula.
Mercandante fez que ia, mas não foi. Deixou a Veja na mão.
Com a pauta "vendida" e fechada para bater no governo Lula, na ministra Dilma, e no PT, parece que escalaram Montenegro para substituir Mercadante.
A difícil arte do Vidente para salvar o pescoço diante do Rei
A entrevista de Montenegro relembra aquelas histórias da Idade Média, com reis absolutistas e seus videndes.
Havia reis, que não suportavam más notícias, quanto mais previsões ruins.
Quando via uma derrota iminente em uma guerra, ou via-se em crise na corte, ouvindo o tilintar dos punhais afiados para, a qualquer momento, cravarem-lhe de punhaladas pelas costas, o rei chamava o Vidente.
O vidente estava vendo o caos sombrio à frente (sem recorrer à qualquer poder paranormal, apenas por mera observação da conjuntura), mas não podia decepcionar o Rei. O vidente era a última esperança do Rei. Se decepcionasse as expectativas seria sumariamente decaptado.
Se mentisse, e prevesse um futuro cor-de-rosa para o Rei, sobreveria mais uns tempos, até que a falsa profecia fracassasse.
Se o rei sobrevivesse ao futuro sombrio, o vidente também seria decaptado, porém mais tarde, ganhando uma sobrevida de alguns meses, e ganharia tempo para pensar em alguma fuga ao destino.
Hoje, Montenegro é o vidente, que não pode frustar as expectativas do "rei" José Serra.
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