O Presidente Lula lamentou hoje o fato de o Congresso não ter aprovado até agora a reforma tributária. Lula disse que, o corporativismo de diversos setores impediu a aprovação. "Dizem que as forças ocultas pedem para elas (as reformas) não serem votadas. A reforma tributária não avançou porque cada um de nós tem um modelo próprio. As coisas não andam", disse o Presidente, no discurso durante a reunião no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, no Palácio do Itamaraty.
Lula disse que o seu governo promoveu o "maior processo de desoneração da história da República". Ele aproveitou para falar sobre as críticas que recebeu da imprensa, empresários, economistas e sindicalistas em dois momentos do seu governo. "Não esqueço nunca que em 2003 eu utilizei a palavra ''espetáculo do crescimento'' para falar do desenvolvimento do País e fui achincalhado pela imprensa, pelos jornalistas econômicos, pelos empresários e pelos sindicatos.
Todo mundo dizia que eu estava louco", afirmou. Segundo o presidente, o País cresceu como deveria ter crescido e nenhum analista lhe pediu desculpas. Lula também falou de quando pediu otimismo, no final do ano passado, diante da crise financeira global. Ele disse que foi um momento muito difícil ter de ir para a televisão fazer apologia ao consumo, para que não houvesse desemprego.
Lula avaliou que a redução do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre deste ano ocorreu por causa do pânico e do medo exagerado propagandeado no noticiário internacional. Segundo ele, o mercado interno aliviou os efeitos da crise na economia brasileira. "O que está acontecendo em relação à crise é que a água já não está fervendo. A água está morna. Não há mais tanto pessimismo na União Europeia e nos Estados Unidos", afirmou.
Dinheiro do pré-sal irá para educação e ciência, afirma Lula
O PresidenteLula reafirmou que a proposta do marco regulatório de exploração do pré-sal, que o governo enviará na próxima segunda-feira ao Congresso Nacional, prevê um fundo voltado para a educação, a ciência e tecnologia e o combate à pobreza. Em discurso de 50 minutos na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), no Palácio do Itamaraty, Lula avisou que não atenderá pedidos para repassar o dinheiro do fundo para outros setores. "Se a gente pulverizar o dinheiro, vai entrar tudo no ralo do governo e não produziremos nada", disse Lula.
O Presidente disse que ficará "carimbado" que o fundo do pré-sal irá para as três áreas consideradas prioridade no governo. Lula foi aplaudido pelos integrantes do Conselho, ao afirmar que era preciso investir na educação e que os investimentos em Ciência e Tecnologia criarão uma nova indústria petrolífera no País. "Eu sonho que o Brasil consiga criar uma nova indústria petrolífera. Vejo a questão do pré-sal como uma possibilidade e sonho que, daqui 15 ou 20 anos, poderemos ter um país industrializado, socialmente justo e com uma grande parte dos brasileiros na classe média", afirmou.
Lula estima que essa nova indústria petrolífera deverá precisar de 200 navios, 40 sondas "e não sei quantas plataformas". O Presidente disse que "o jogo" só começará na segunda-feira. Ele explicou ainda que não podia adiantar o projeto para o CDES, porque é o assunto que ainda está sendo tratado no âmbito do governo. "Alguns companheiros disseram que o governo está sendo duro. Mas eu não conheço um empresário que ache que as coisas no setor devem ficar como estão, que somos cidadãos de segunda classe e que não podemos fazer nada", disse.
Sem citar nomes, Lula relatou que um empresário do Espírito Santo disse que o Brasil deveria mudar as regras do setor, porque todos os países que se desenvolveram na área de petróleo fizeram mudanças no marco regulatório. "O jogo começa na segunda-feira. Estará feito o debate nacional. Aí ninguém segura. As coisas vão acontecer de forma rápida e quanto mais rápido a gente conseguir aprovar, melhor."
Lula disse ainda que sua nova bandeira será o investimento em inovação tecnológica. " A gente precisa recuperar um pouco o papel da Petrobrás e o papel do Estado na política de petróleo. Meu tema, daqui para a frente, vai ser a inovação", completou.
0 Comentários:
Postar um comentário
Meus queridos e minhas queridas leitoras
Não publicamos comentários anônimos
Obrigada pela colaboração