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quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Fora Agripino: sócio de empreiteira que aparece na Operação Faktor da Polícia Federal
O acordão que o senador José Agripino Maia (DEMos/RN) fez com PMDB nos bastidores do Senado, para abafar os escândalos da casa, tem um ingrediente extra.
O líder do DEMos no Senado, é um sócio (acionista) da empreiteira EIT Empresa Industrial Técnica S.A.
Pelo menos até 2002, quando declarou seus bens, à Justiça Eleitoral, da última vez que disputou eleição.
Durante as investigações da Operação Faktor de Polícia Federal (originalmente chamada de Boi Barrica), que investigou Fernando Sarney (filho de José Sarney), a EIT Empresa Industrial Técnica S.A. aparece com indícios nas interceptações de telefonemas e e-mails.
Agripino, antes da política foi gerente da empreiteira:
Quando era recém-formado em engenharia, antes entrar diretamente na política, Agripino trabalhou na empreiteira EIT, da qual se tornou sócio mais tarde.
O currículo do senador líder do DEMos indica:
- Engenheiro-Chefe de Obras EIT - Empresa Industrial Técnicas S/A (1969/ 72).
- Gerente Regional da EIT - Empresa Industrial Técnica S/A, para os Estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Paraíba (1972/ 75).
Gerente Regional, cuidando de obras no Nordeste, deve ter-lhe dado experiência no trato com licitações e contratos públicos, do outro lado do balcão, do lado das empreiteiras.
Hoje em dia, muitos jornalistas costumam chamar gerentes de empreiteiras de lobistas.
Nessa época em que atuava do lado da empreiteira, o pai, Tarcísio Maia, era ligado ao General Golbery do Couto e Silva, e foi indicado (sem eleições diretas) governador do Rio Grande do Norte (início do governo em 1975).
Seu tio, Lavoisier Maia, também era outro político influente da dinastia Maia, e sucedeu o pai de Agripino no governo do RN. Ao tomar posse como governador nomeou Agripino prefeito de Natal, trocando de lado do balcão das empreiteiras.
Porém, mesmo político, Agripino, ocupando cargos de prefeito, governador e senador, virou acionista da empreiteira.
Recentemente, na Operação Castelo de Areia, a experiência adquirida com desenvoltura junto a empreiteiras, foi útil na captação de doações de campanha da empreiteira Camargo Correa.
Durante as interceptações telefônicas da operação, a polícia gravou uma conversa em que Pietro Francesco Giavina Bianchi, um dos diretores presos da Camargo Corrêa, telefona para outro diretor, Dárcio Brunato, e diz, segundo a transcrição do diálogo, que o pagamento já havia sido feito. "Foram R$ 300 mil para Agripino e partido".
Não trata-se de denúncia de nenhum ilícito comprovado (pelo menos que se saiba), trata-se de dados biográficos que os eleitores devem conhecer e avaliarem por si, se vêem conflitos éticos e de interesses.
Agora vem a pergunta: Que estranha ética é essa de José Agripino Maia, que mesmo sendo um homem rico, acionista de empreiteiras, deixa a conta de seu condomínio residencial e de eletricidade de seu apartamento, para nós pagarmos, com dinheiro dos cofres públicos do Senado, da verba indenizatória?
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