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terça-feira, 11 de agosto de 2009

Depoimento no MP confirma propinas da ALSTOM à Tucanos paulistas em 1998

A batata de José Serra (PSDB/SP) e Geraldo Alckmin (PSDB/SP) está assando no caso Alstom, igual a da Yeda assou com o DETRAN.

O depoimento ao Ministério Público do empresário Romeu Pinto Junior, ao promotor Silvio Marques e ao procurador Rodrigo de Grandis, abriu caminho para pegar os tucanos. Narrou todo o esquema. Só faltou dar nome aos bois.

Pinto Junior confirmou o que vinha sendo noticiado desde 2008 (clique aqui para lembrar).

No seu depoimento, confirmou que os contratos de consultoria da Alstom com brasileiros eram um disfarce para pagamento de propina porque o serviço contratado não era prestado: "O declarante afirma que não prestou os referidos serviços relacionados as faturas (invoices) emitidas pela MCA Uruguay".

Pinto Júnior descreveu o esquema em seu depoimento:

- Phillipe Jaffré (falecido em 2007), diretor financeiro da Alstom na época, abriu a MCA Uruguay (empresa em paraíso fiscal, nas Ilhas Virgens Britânicas, no Caribe.

- As contas da MCA em Zurique, na Suíça, e em Luxemburgo eram controladas por Jaffré e por Pinto Junior, de acordo com o empresário brasileiro.

- Pinto Junior foi contratado pelo diretor financeiro da Alstom para ajudar a implementar um contrato com a Eletropaulo de de R$ 110 milhões que estava parado. Foi executado a partir de 1998.

- A MCA receberia 7,5% do valor dos contratos que a Alstom assinasse com a Eletropaulo (estatal, na época), segundo Pinto Junior, para ser distribuído entre tucanos paulistas.

- Para a propina sair da Alstom para a MCA, a MCA forjava contratos como se prestasse serviços de consultoria à Alstom. Os serviços eram de fachada. Não eram prestados.

- O dinheiro vinha para o Brasil por meio de doleiros indicados pelo diretor financeiro da Alstom, e era entregue a Pinto Junior em sua casa.

- Romeu Pinto Junior declarou que repassava o dinheiro aos destinatários finais (tucanos), entregando os valores em restaurantes a motoboys indicados por doleiros. O empresário afirmou não saber a identidade dos receptadores finais das propinas:

"O declarante recebeu os valores mencionados no Brasil, na sua casa, mas não ficou para si com qualquer quantia, pois teve de indicar as quantias para pessoas indicadas para Jaffré. O declarante recorda-se que entregava os valores em restaurantes a motoboys indicados por doleiros".

A Alstom depositou pouco mais de US$ 1 milhão nas contas da MCA entre outubro de 1998 e fevereiro de 2002 -o valor exato é de US$ 1.006.516,02 (R$ 1,86 milhão hoje).

Manuscrito em francês apreendido diz que a empresa estava disposta a pagar "comissão" a políticos para fechar negócio com a Eletropaulo e cita as iniciais R.M. - que a Promotoria acredita ser Robson Marinho (PSDB/SP), ex-chefe da casa civil do governo Mário Covas (Geraldo Alckmin era o vice-governador na época).

No último dia 5, a Justiça decidiu bloquear contas na Suíça atribuídas a Robson Marinho, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (órgão que aprova as contas dos governadores tucanos paulistas), e a Jorge Fagali Neto, irmão do atual presidente do Metrô na gestão de José Serra, José Jorge Fagali (além de presidente do Metrô, acumula o estratégico cargo de diretor de finanças).


Nem a Folha de José Serra (jornal Folha de São Paulo), consegue abafar mais, se limita a reduzir danos, ocultando o máximo possível o envolvimento tucano.

Para a Folha, Robson Marinho é apenas do Tribunal de Contas, ocultando envolvimento do alto tucanato paulista, do governo Covas, do qual Alckmin era elemento chave, e "lavando" a notícia como se se fosse malfeitos de pessoas isoladas, e não vasto esquema organizado para manutenção do poder político e econômico por meio da corrupção.

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