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sexta-feira, 28 de agosto de 2009
CUT: 26 anos nas ruas por salários, empregos, aposentadorias, pré-sal e governo dos trabalhadores em 2010
Na manhã desta sexta-feira (28), a Central Única dos Trabalhadores comemorou 26 anos de luta da mesma forma que construiu sua história: com mobilização. O presidente Lula foi um de seus fundadores.
As bandeiras eram:
- Redução da jornada de trabalho
- aumentos reais de salário
- fim do fator previdenciário
- defesa do pré-sal e da Petrobrás
- aperto nos bancos para reduzir juros e financiar a produção
- defesa dos servidores
- fora neoliberalismo demo-tucano
Cerca de duas mil pessoas partiram da região do Brás, na zona leste de São Paulo, onde fica a sede da CUT, e caminharam até a Praça Ramos de Azevedo, no centro histórico da capital paulista.
Moradores e pedestres saudaram, ao passar pelos prédios da região central, com uma chuva de papéis picados.
Em frente à Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, local caracterizado como "covil do tucanato" pelo secretário de finanças da CUT, Vagner Freitas, os manifestantes agitaram bandeiras e levantaram faixas pela ratificação da Convenção 151 da OIT, que estabelece a negociação coletiva no serviço público.
Vagner denunciou que o governo Serra mantém uma política de intransigência e arrocho salarial, que vai na contramão da valorização dos serviços e dos servidores, atentando contra os interesses da população.
O secretário de Políticas Sociais da CUT Nacional, Expedito Solaney, resgatou a importância da luta pela implantação do Piso Nacional da Educação e a defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), como políticas públicas fundamentais de inclusão e justiça social.
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, destacou a importância da melhoria dos salários para o desenvolvimento do Brasil. "O crescimento nacional deve muito ao fortalecimento do poder de compra dos trabalhadores. O aumento dos salários impacta na elevação do consumo, das vendas e da produção", disse.
O presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sintapi-CUT), Luizão Epaminondas, ressaltou em sua fala, na rua São Banto, que a atuação recente da Central em defesa da valorização das aposentadorias começa a reverter um processo de perda do poder de compra.
A secretaria geral do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira Leite, lembrou que a categoria bancária "luta pela redução dos juros, das tarifas e do spread, para que o trabalhador não continue sendo penalizado pela postura do sistema financeiro".
O presidente do Sindicato dos Bancários, Luiz Cláudio Marcolino, defendeu menos especulação e mais crédito para a produção.
Guardas Municipais em greve, porque Kassab não atende e não dialoga, se juntaram ao ato.
Sobre o Viaduto do Chá, guardas civis metropolitanos em greve contra o sucateamento da categoria promovido pelo prefeito Gilberto Kassab, se juntaram ao ato.
Diante da sede do gabinete de Kassab, o presidente da CUT-SP, Adi dos Santos Lima, destacou a dificuldade do governo paulistano em agir de forma democrática e ouvir os trabalhadores da segurança pública. "Foi graças à aversão do prefeito ao diálogo que a GCM entrou em greve há uma semana. Nossos companheiros entregaram uma pauta ao poder público no início de abril e até agora não obtiveram qualquer resposta. Em nome dos trabalhadores da CUT, quero dizer que apoiamos a greve e não vamos abrir mão da negociação coletiva", afirmou.
Representantes de sindicatos em campanhas salariais também integraram a manifestação e apontaram os principais pontos defendidos pelas categorias.
Presidente da Confederação Nacional do Ramo Químico, Geraldo Melhorine Filho, destacou que "a partir do dia 1º de setembro, nenhum trabalhador do ramo farmacêutico deverá trabalhar mais de 40 horas semanais. Essa é uma conquista que queremos ampliar para outros setores".
"Temos que reduzir a jornada sem reduzir salários para podermos qualificar nossos companheiros, gerarmos emprego e principalmente, oferecermos mais qualidade de vida às pessoas", destacou.
Vicentinho critica Globo e Veja
No ato de encerramento, o deputado federal e ex-presidente nacional da CUT, Vicentinho (PT-SP), relatou: "vi com o coração batendo de alegria a presença da CUT no Congresso Nacional, com o companheiro Artur comandando o movimento sindical brasileiro na luta pela redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais".
De acordo com Vicentinho, é com compromisso militante com a classe e com o Brasil que a Central se renova, enfrentando a ira da direita e sua mídia, "como a Globo e a Veja, que não engolem os avanços de um governo presidido por um operário", que são contra a soberania nacional, a Petrobrás e o controle social sobre o pré-sal.
O presidente nacional, Artur Henrique, atacou duramente as políticas neoliberais em curso no Estado de São Paulo, onde "o Serra vendeu o último banco público, continua diminuindo a estrutura dos serviços à população e, com a ajuda do prefeito Kassab, faz uma dobradinha de salários achatados para o funcionalismo".
Presidente da CUT diz que nas eleições de 2010 os trabalhadores se mobilizarão
Por outro lado, o presidente da CUT destacou o esforço do movimento sindical, e da CUT em especial, para construir um sólido aumento real para as aposentadorias acima de um salário mínimo já em 2010 e 2011 e novas regras para as futuras aposentadorias, que devem elevar os benefícios em até 39%. "Nos firmamos cada vez mais como os representantes dos interesses gerais da classe, isso é um fato, mas também devemos lembrar que o ambiente para o diálogo e a negociação com o governo federal são os melhores na história republicana", afirmou.
E avisou: "No ano que vem a nossa Plataforma da Classe Trabalhadora para as Eleições 2010 estará nas ruas, e com ela vamos disputar os projetos políticos do País".
Ao final do ato político, por voltas das 13h15, foram soltas bexigas vermelhas que cobriram o espaço entre o Teatro Municipal e o prédio do antigo Mappin, na Praça Ramos de Azevedo.
Em tempo: O Estadão não gostou, o que é bom sinal.
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